Graça e Paz.
Em textos anteriores discorri, nesta série, FÉ DOS HOMENS, sobre o patriarca Abraão.
Os comentários de alguns Leitores merecem, no meu entendimento, que se projecte a posição de Israel num contexto, histórico e espiritual para a vinda do Messias que esmagaria a cabeça da serpente, Gn 3:15.
Por esta razão chamo à atenção do Leitor para o fac-simile da Aliança do Sinai e o Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Ao longo da história, Deus sempre estabeleceu alianças com os homens que Ele ama. Cada aliança é uma proposta de Deus com o objetivo de preparar o Caminho para a vinda do Messias, a Aliança Eterna. Leiamos, os textos, da Aliança do Sinai:
“No terceiro dia da saída dos filhos de Israel da terra do Egipto, no primeiro dia desse mês, vieram ao deserto do Sinai. Tendo partido de Refidim, vieram ao deserto do Sinai, no qual se acamparam; ali, pois, se acampou Israel em frente do monte. Subiu Moisés a Deus, e do Monte o Senhor o chamou e lhe disse: Assim falarás à casa de Jacob e anunciarás aos filhos de Israel; Tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águia e vos cheguei a mim. Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentro de todos os povos; porque toda a terra é minha, vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel” Ex 19:1-6.
“E tomou o Livro da Aliança e o leu ao povo, e eles disseram: Tudo o que falou o Senhor faremos e obedeceremos. Então, tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: eis aqui o sangue da aliança que o Senhor fez convosco” Ex 24:7-9.
“Será porém, que se não deres ouvidos à voz do Senhor; teu Deus não cuidando em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos que, hoje, eu te ordeno, então, virão todas estas maldições sobre ti e te alcançarão” Dt 28:15.
O que se passou, depois de Deus ter feito aliança com Abraão até à Aliança do Sinai é revelado nas Escrituras. O filho de Abraão, nascido de Sara, foi Isaque que teve dois filhos: Esaú e Jacó. Sucedeu que Jacó, não sendo o primogénito, é que veio a ser abençoado por Deus recebendo a benção de seu pai. Ele foi chamado de usurpador por ter ludibriado seu pai, Isaque, depois de ter, astutamente, comprado o direito de primogenitura de seu irmão Esaú, por um prato de lentilhas. Após ter lutado uma noite com o Anjo do Senhor, evento que ficou conhecido pelo relato do combate do “Vau de Jaboque”, terminou recebendo a benção de Deus, que lhe mudou o n ome para Israel, pois “como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste” Gn 32:28b.
Jacó teve doze filhos. O filho da sua velhice foi José, o qual foi vendido por seus irmãos por inveja. Venderam-no como escravo, a mercadores beduínos que estava na rota para o Egipto. O Senhor Deus era com ele e o abençoou. Depois de várias situações foi elevado, pelo Faraó, a governador do Egipto. Aconteceu, naquela época, que houve grande fome na terra,e Jacó soube que no Egipto havia víveres. Por essa razão, enviou dez dos seus filhos ao Egito em busca de alimentos, porém não deixou ir seu filho Benjamim, para o proteger se a missão não corresse bem.
Mal sabiam os irmãos de José que Faraó, rei do Egipto, o tinha elevado a governador do Egipto e que uma surpresa lhes estava reservada. Quando foram levados à presença de José, seus irmãos não o reconheceram. Então José condicionou a venda de cereais a seus irmãos, se eles trouxessem seu irmão menor e, por fim, também o seu próprio pai, Jacó.
Assim, desceram a Israel e seu filho Benjamim ao Egipto. Durante quatrocentos anos em terras do Egipto, os descendentes dos filhos de Israel, multiplicaram-se e prosperaram “Com setenta almas, teus pais desceram ao Egipto, e, agora, o Senhor, teu Deus te pôs, como as estrelas dos céus em multidão”, Dt 10:22. Após o governo de José, sucederam-se outros faraós, e a benção que estava sobre a protecção dele não foi mais lembrada. O povo de Deus caiu em pecado e a desgraça lhes sobreveio. Tornaram-se escravos, debaixo do chicote, no Egipto, até ao dia em que Deus, na sua misericórdia, levantou Moisés para mediar a saída de seu povo do Egito e também lhe falar todas as coisas referentes à conduta, em forma de leis, preceitos e mandamentos, que os hebreus deveriam guardar e mediante os quais servir a Deus.
Passamos a examinar os motivos pelos quais a Aliança do Sinai, bem como as leis e ordenanças, prepararam o caminho para a vinda de Cristo e o estabelecimento da Igreja.
1- A Aliança do Sinai, bem como as leis e ordenanças, prepararam o caminho para a vinda de Cristo e o estabelecimento da igreja. Tudo quanto se viu na lei de Moisés, através de símbolos, modelos e sombras, passariam a ser totalmente revelados em Cristo.
2- Um relacionamento muito especial entre Deus e Israel foi estabelecido. Assim como a igreja se compõe dos escolhidos de Deus, também Israel foi a nação escolhida. Através dessa aliança tal relação foi firmada.
3- A nova aliança seria a soma ou totalidade de todas as alianças anteriores: a de obras, feita com Adão; a da graça, com Noé, e a da promessa, estabelecida com Abraão.
4- Assim como Israel estava sujeito à lei, também os remidos do Senhor estão por sua vez, sujeitos aos rígidos padrões morais de Deus. Depois de libertos da lei do pecado, não nos tornamos “leis para nós mesmos” devemos tão somente obediência Àquele que nos redimiu.
5- No caráter corpóreo da aliança do Sinai, vemos proféticamente a maneira como Deus trata com Seu povo a Igreja. Não obstante as responsabilidades individuais-tanto na lei como na graça-Deus nos trata como membros do Corpo de Cristo, ou seja, como partes de um todo.
6- Através das exigências da lei e dos mandamentos da graça, Deus confirma a doutrina da santificação. Em Romanos 4 e 5, encontra-se a explicação doutrinária da justificação; em Romanos 6 a 8, da santificação, ambas com frequentes referentes à lei da velha aliança.
7- Tanto para Abraão como para Israel, o significado da terra prometida tem um fac-símile perfeito na promessa do Evangelho: Descanso a ser descoberto no Reino de Deus, descrito em Hebreus 4. Não apenas o Céu, o futuro paraíso, representa Canaã, mas o lugar onde Deus governa é símbolo perfeito do Reino de Deus”.
Fraternalmente,
casal com uma missão,
Amilcar e Isabel Rodrigues