Graça e Paz.
Nos tempos mais remotos os pactos eram selados com sangue. O ritual consistia em juntar o sangue das duas partes intervenientes e passavam a ser irmãos de sangue. Se um entrasse em guerra o outro também entrava na peleja. A fidelidade era baseada no princípio do compromisso assumido por ambas as partes. Quando Deus fez aliança com Abraão também selou o pacto com sacrifício de animais, comprometendo-se a ser fiel a Abraão a quem chamou da Caldeia para o constituir pai de muitas nações.
A circuncisão, onde há derramamento de sangue, era a prova de que o descendente de Abraão que é o Senhor Jesus Cristo, segundo a carne, de igual forma procede ainda hoje, pelo Seu Sangue derramado no Calvário a favor de todos aqueles que pela Sua graça são chamados à salvação, dos quais nós, os que cremos, somos. A fidelidade tem o altíssimo preço que é o Sangue, onde, habita a vida. O rompimento da fidelidade, pelo infiel, significa a morte.
Esta breve introdução, acerca da fidelidade, que vos escrevo é para despertar as nossas consciências a fim de que, o temor a Deus que é o princípio da sabedoria, crie propósitos em nós de fidelidade. Recordo-me que certa vez um jovem, homem de negócios, pediu a representação de uma famosa marca de automóveis para Portugal e como é natural quiseram que ele desse provas de honrar o contrato. O jovem olhou na cara do seu interlocutor e disse-lhe: o meu nome é o compromisso.
Nos dias de hoje o casamento deveria ser tratado com toda a seriedade de fidelidade e assistimos à banalização da aliança. O rompimento do casamento, na maioria das vezes é porque dizem não haver mais amor entre os conjuges. Ora o amor é fruto da fidelidade, quando se é fiel o amor acontece. No Sermão do Monte, Jesus chamou à atenção para o que foi dito aos antigos, não adulterarás. E acrescentou: Qualquer que intentar no seu coração contra uma mulher já no seu coração cometeu adultério.
Esta advertência e a dificuldade em a cumprir, resultou nos que a ouviram, a pergunta seguinte: Quem pode então salvar-se? Jesus então, afirmou-lhes de que o que era impossível aos homens era possível a Deus. A nossa fidelidade só é alcançada pela fé naquele que pode todas as coisas. Manter-se fiel ao casamento é a chave da questão. Adúlteros e adulteras, não sabeis pois que os que são infieis se tornam inimigos de Deus? É possível pela fé em Deus ser fiel ao casamento. Ainda que os anos tirem o frescor ao conjuge, Deus fará que o fiel sempre encontre algo para nos nos despertar, porque para Deus nada é impossível.
Casal com uma missão,
Amilcar e Isabel Rodrigues