O Espírito Santo garante a libertação da Condenação do Pecado (Rm 8:1-11)
Vs 1. “Portanto agora já não há condenação”
Portanto – seguindo o pensamento do Cap. 7 (resposta a Rm 7:24 –desaventurado homem que sou, quem me livrará do corpo essa morte?)
Deus nos compreende, Ele conhece nossa situação e por isso, para aqueles que estão em Cristo, já não há mais condenação. Fomos salvos da penalidade do pecado. Fomos salvos do poder do pecado e seremos salvos no porvir da presença do pecado.
“os que estão em Cristo” [tois en Christô] – base da Teologia de Cristo: Estar em Cristo (81 menções nas cartas de Paulo)
O que eles queria dizer com isto? Estar em Cristo:
Estágio Intermediário onde o cristão se encontra.
Estar em Cristo começa na Justificação em Cristo e continua na Santificação em Cristo através do Espírito Santo.
Vs 2. Por meio de Cristo a Lei do Espirito de Vida me libertou da lei do pecado e da morte.
Garantia: libertação que o Espírito Santo efetuou na vida do cristão.
Fomos absolvidos, merecíamos a culpa, a penalidade, porém fomos tornados justos por meio da justificação em Cristo.
A libertação que o mundo necessita é a libertação da lei do pecado e da morte, para receberem a vida em Cristo.
Vs 3. Lei incapaz de tornar alguém Santo, por causa da limitação da natureza Adâmica (“enfraquecida pela carne”).
– Encarnação e obra do Filho: Deus soluciona o problema
Vs 3. Jesus vem na semelhança da carne pecadora
Isso não significa que Cristo pecou ou nasceu em pecado, mas que Jesus veio como homem. Contudo, devemos levar em conta o que Paulo diz em Fp 2.7 que é que Cristo assumiu a forma de ser humano. Cristo veio como ser humano, porém não sujeito às mesmas coisas que o homens estavam. Cristo veio sob forma de homem, se esvaziou de sua glória, se igualou aos homens em todos os sentidos menos no sentido de nascer em pecado.
Jesus Cristo precisava vir como homem, na semelhança (não é igual, apenas semelhante) da carne pecadora e em vista do pecado, Ele condenou o pecado na carne, e Jesus cumpriu toda a exigência da lei e satisfizesse a justiça de Deus no nosso lugar. Um homem pecou e por causa de um homem o pecado entrou no mundo, agora, era necessário que um homem cumprisse as exigências da lei de Deus e por meio deste homem, a justiça de Deus foi satisfeita na cruz do calvário.
Quando Jesus assume a forma de homem e cumpre toda a lei, ele assume o pecado sobre si para que sua carne pagasse o pecado pelo ser humano como sacrifício a Deus.
Exemplo:
O Rei se apaixona por uma criada e pensa:
Se eu disser que a amo, ela certamente se casará comigo porque sou rei e ela terá medo de me desobedecer. Se eu a fizer uma rainha antes, irei mudar quem ela é, e ela deixará de ser a pessoa por quem me apaixonei. Então o rei se torna um servo para que a serva se apaixonasse por quem ele era.
O rei se torna um servo, porém ele não deixou de ser rei.
Assim foi Jesus, ele foi vero homem e vero Deus. Um rei e um servo, por amor de nós.
O projeto de Deus para nós é de sermos humanos. Feitos à sua imagem e semelhança. O homem se desviou disso com o pecado. Jesus vêm e nos dá novamente a possibilidade de voltarmos a ser humanos novamente.
Vs 4. “a Justa exigência de Deus ” fosse plenamente satisfeita em nós por meio de Cristo (nunca por nós). Justa no singular pois é uma unidade da vontade paternal de Deus em favor de seus filhos.
O Cristão cumpre a lei pelo Espírito, a partir de Cristo(Gl 5:16-18,22). A lei não deixa de ser cumprida, porém muda de significado e passa a ser cumprida por causa do Espírito que habita nEle.
A questão não é mais não adulterar apenas, mas ser fiel. Não é apenas não cobiçar, agora ele é plenamente satisfeito em Deus. Não é simplesmente não matar, pois agora o cristão tem o amor de Deus em si, e ele ama até seus inimigos. Os mandamentos que antes eram negativos, agora se tornam positivos.
O cumprimento da lei continua na vida do cristão de forma interna, positiva e direcionada pelo Espírito Santo.
Viver segundo o Espírito (vs 8:5-11)
Kata pneuma X Kata sarka – Viver segundo o Espírito X Viver segundo a carne
Oposição absoluta – cristão x descrente (5-11)
Não existe opção entre não se sujeitar a Deus ou se sujeitar a Deus. Sem Cristo, já não estamos sujeitos a Deus porque vivemos segundo a carne. Não há opção para aqueles que vivem segundo a carne. Não há livre-arbítrio para os descrentes, sempre escolheram desagradar a Deus.
Vs 7,8 Quem é dominado pela carne não pode agradar a Deus. Pois não se submete à lei de Deus. O cristão se submete à lei de Deus pelo Espírito.
Não estamos sob o domínio da carne, mas do Espírito. Nosso corpo é mortal por causa do pecado, porém o Espírito Santo é vida por causa da nossa justificação e Ele é quem nos dá a vida, se Cristo está em nós.
Estamos em Cristo, e Cristo está em nós através do Espírito de Cristo.
O Espírito garante auxílio seguro para o viver santificado (8:12-25)
Vs 12-17 Transição entre o 1° paragrafo e o próximo [8:18-25]
O Espírito nos capacita a chamar Deus de Pai, por adoção. O próprio Espírito nos assegura que nós somos filhos de Deus, por isso podemos chamá-lo de Aba Pai. Sabemos que Deus nos adotou e o Espírito testifica isso com nosso espírito.
Filiação: contexto oposição carne x Espírito (Gl 6:7s)
Aba era como Jesus chamava a Deus (aramaico peculiar de Jesus – Mc 14:36). Nós por causa de Jesus, através do Espírito, agora podemos chamar a Deus de Aba, assim como Jesus chamava.
Quem somos nós para afirmar que somos filhos de Deus? Somos convencidos pelo Espírito, somos informados por Ele. Apenas por isso!
8:14-17 Qual a evidência? Sermos guiados pelo Espírito, ser controlados, conduzidos por Ele. Uma idéia passiva e constante para a ação do Espírito. Mesmo que viver/andar no Espírito (Gl 5:16)
Herança – v.17; implicação, junto com Cristo, da glória da qual antes carecíamos (3.23, cf. 8.29)
Somos filhos por adoção, e agora então nos tornamos herdeiros juntamente com Cristo. O filho legítimo que é Cristo, porém essa herança é repartida com os filhos adotados, nós. Não é parte da herança, é a herança como um TODO.
Vs 17. Tem que ser o pacote todo da herança – e a herança também envolve o sofrimento.
Sofremos com ele, a fim de que possamos para o futuro ser glorificados com Ele. Não é um sofrimento do mundo ou do pecado, mas o sofrimento de Cristo, o sofrimento de seguir a Jesus, tomar a sua cruz e morrer nela. Participar do sofrimento de Cristo não seria apenas perseguição ou oposição, significa também lembrar que Cristo deixou a sua glória (Fl 2:7) para passar por esse mundo do jeito que ele é, se submeteu ao mundo do jeito que ele é. Não é somente a cruz que é sofrimento, porém todo o esvaziamento e participação de Cristo neste mundo como é, sendo Cristo quem ele é.
Uma vez que nos tornamos cidadãos do mundo vindouro, sofreremos na jornada neste mundo como é, justamente porque receberemos uma nova natureza que tem uma expectativa pelo porvir e pela glória de Deus, por isso sofremos por estar vivendo em um mundo pecaminoso.
Sofrimento, Criação e o Cristão (vs. 18-25)
O sofrimento é temporário… Pode até acabar com nossa vida nesta terra (leões, assassinados, queimados vivos). Para esses que foram mortos dessa maneira que Paulo escreveu, em um contexto romano. Depois de alguns anos aqueles cristãos foram mortos, ou pelo menos grande parte deles, inclusive Paulo. Este não falava de um sofrimento por causa de não ter dinheiro para jantar em um bom restaurante ou não poder fazer uma viagem, mas o sofrimento inclusive de talvez ser torturado e morto…
Este não é digno de ser comparado com a glória que há de se revelar-se em nós.
– CRIAÇÃO: desintegração-pecado (Gn 3.17s)
Causa = Queda do Homem
Solução = Redenção do homem (8.21)
A reconciliação tanto do ser humano com Deus, do ser humano com a criação e da criação com Deus, é feita através da redenção em Cristo Jesus. Esta redenção traz a reconciliação entre criação, homem e Deus.
– CRISTÃO (23-25): aguarda a glorificação- consumação da obra de Deus nos seus filhos (8.30)
Ainda não recebemos a herança completa, por isso gememos na expectativa por recebê-la em sua totalidade. A ressurreição do corpo é o último estágio no processo da obra de Deus em nós, e então seremos glorificados.
– Condição atual do Cristão: esperança perseverante por causa do Espírito Santo (Rm 5.3-5; 1 Pe 1.5-9)
Espírito Santo garante amor Providencial de Deus (8.26-39)
ORAÇÃO: papel do Espírito Santo é vital!
– “não sabemos como orar”, cf. discípulos (Lc 11.1)
– “gemidos inexprimíveis” (não tem som), não é glossolalia (falar em línguas).
Rm 8.22, 23, 26 – Natureza-Cristão-Espírito
Intercessão do Espírito Santo diante de Deus-Pai