Deus nos habilitou, em Cristo Jesus, na capacidade do Espírito de Deus a falar palavras estranhas ao nosso entendimento mas compreensíveis a Deus.
Na verdade, não sabemos expressarmo-nos como convém diante de Deus e nos enredamos com palavras devidas aos nossos pensamentos, que são o resultado de experiências adquiridas desde a nossa meninice.
Há uns anos atrás, surgiu nos Estados Unidos, um ensino chamado “right confession”, confissão positiva, que ainda perdura até aos dias de hoje. Embasado em alguns versos bíblicos, retirados do seu contexto, bastava que você declarasse uma palavra e logo ela criaria o que você desejasse. As palavras têm poder, segundo o ensino e bastaria que você optasse por utilizar uma linguagem assertiva e logo obteria o resultado da mesma. Da mesma maneira, que se falasse palavras negativas logo colheria o que
dissesse. Com isto, procurou o tal ensino, alcançar prosperidade ou desgraça.
Certa vez, num auditório de uma eclésia, ouvi um pregador afirmar que não estava doente, embora estivesse. Repetiu vezes sem conta que estava curado. Vim a saber mais tarde que tinha ido ao dentista tratar dos dentes e isto para não gastar a fé a qual muito precisava para cuidar dos outros. O mesmo sucedeu com o seu problema de visão e trocou os seus óculos por lentes de contato.
Todas estas fragilidades de fé ou da falta dela era para honrar a tal doutrina da “right confession”. Também o mesmo pregador quiz que o Piloto do seu avião viajasse ainda que tivessem ultrapassado os prazos estabelecidos pela fábrica para fazer vistoria de conservação. Como este se tivesse recusado o acusou de falta de fé.
Sabemos que para Deus nada é impossível e todos nós já ouvimos de experiências extraordinárias dos Seus grandes feitos.
No Sermão da Montanha fomos ensinados a pedir ao Pai para não nos deixar cair em tentação e certas experiências do que acima referi têm minado a fé e algumas eclésias, hoje estão cheias de pessoas incrédulas.
Nunca precisamos tanto de orar em língua estranha, incompreensível ao que fala mas eficaz diante dAquele que a ouve, o Senhor Jesus. Alguns teólogos entendem que o falar em línguas foi uma experiência para a igreja primitiva do primeiro século e que o mais importante é o amor, I Cor 13:1. Uma exegese ao referido texto, eliminaria por completo qualquer ato de partilha de bens com o próximo. Na verdade, tudo o que fazemos é pelo amor de Deus inclusive o falar em línguas.
Não pretendo, nesta breve reflexão, descrever o que está referido em I Co 14 que como se sabe trata do assunto da glossolalia, da profecia e de outros dons carismáticos.
Por outro lado, sabemos que a falta de entendimento, do que se fala na língua estranha precisa ser também interpretado.
Nós falamos o que ouvimos desde o princípio ao colo da nossa Mãe e do nosso Pai. A nossa primeira linguagem foi-nos ensinada por eles e com os nossos próprios olhos absorvemos as expressões que eles nos transmitiram. Depois fomos influenciados pelos amiguinhos, nos bancos das escolas, e pela vida fora. Embora tenhamos recebido muitas influências no nosso subconsciente as primeiras palavras que nos transmitiram marcaram-nos para sempre.
Com o novo nascimento, uma nova aprendizagem, o Espírito de Deus nos fala ao nosso espírito, sonda-nos até com gemidos inexprimíveis e conhece todas as intenções do nosso coração, porque quem fala língua estranha é edificado pelo poder de Deus que em nós opera. Para o nosso entendimento, renovamos a nossa mente Rm 12:2, aprendendo a expressar orações e cânticos, pela leitura do Livro de Salmos, o Saltério que encerra em si próprio a fragilidade do homem, as misericórdias e as benignidades de Deus, suscitando-nos o entusiasmo e a alegria desmedida que é a verdadeira adoração em Espírito e em Verdade.
Fraternalmente casal,
casal com uma missão,
Amílcar Rodrigues