Por Johnny Bernardo
A vinda de Jesus ao mundo foi o maior evento da história humana. Segundo o apóstolo Paulo, em sua carta aos filipenses, a encarnação de Cristo foi um exemplo de abnegação, de desprendimento, de despojamento. “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que também houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Filipenses 2.5-7). Era desejo do apóstolo que os crentes desenvolvem-se o mesmo sentimento de humildade e compaixão que norteou Jesus antes de sua encarnação. Quem poderia, hoje, deixar todas as regalias existentes na casa de seu pai para assumir a forma de um serviçal, de um peregrino?
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Mesmo antes de sua vinda ao mundo, portanto, Jesus deixou exemplos de humildade e respeito ao outro. Somente um forte sentimento de amor ao próximo motivaria alguém a abdicar-se de si mesmo, deixar temporariamente seus privilégios e regalias para não apenas “estar junto de”, mas também compartilhar do sofrimento, da dor e das privações pelas quais o homem passa há séculos. Somente esse gesto de Jesus – de deixar os céus e assumir forma humana – já seria por-de-mais suficiente para demonstrar qual era a sua compreensão da sociedade, das limitações do homem. Somente um visionário, alguém que olha para além do senso comum, poderia desenvolver tamanha compreensão dos problemas (não apenas espirituais, mas também sociais) pelos quais a humanidade passa.
Embora os Evangelhos não apresentem uma biografia completa de Jesus, eles são suficientes – mais o que temos de profecias no Antigo Testamento e explanações nas epístolas – para demonstrar que Jesus foi o maior progressista de todos os tempos. Ao perdoar a mulher adúltera (João 8), demonstrar aos fariseus que não é errado colher espigas aos sábados (Lucas 6), ao repreender os irmãos Tiago e João que sugeriram que Jesus enviasse fogo sobre Samaria (Lucas 9: 51-56) e ao dizer que o segundo maior mandamento é “amar o próximo como a si mesmo” (Mateus 22:39) Jesus deu claros sinais de sua visão progressista. De fato Jesus rompeu paradigmas. Na série que começamos a desenvolver mostraremos como Jesus tratava mulheres, pobres, crianças, estrangeiros.
Ao fim, você aprenderá como um seguidor de Jesus deve se posicionar frentes aos mais diversos temas, e não seguir políticos ou religiosos que pregam a submissão das minorias, o linchamento de “meliantes”, a tortura ou morte de criminosos. Não há nada nos Evangelhos que demonstre que Jesus era favorável ao que muitos extremistas hoje defendem. Jesus tinha um olhar especial para o pobre, para a mulher, para o órfão, para o estrangeiro, para os doentes e demais vítimas do sistema que os oprimia. Foi por eles que Jesus veio ao mundo, deixou a casa do Pai. Igualmente devemos demonstrar amor ao próximo, e jamais seguir políticos ou líderes religiosos que pregam o ódio, a destruição do inimigo, como se a nossa luta fosse contra a carne e o sangue. Lute contra os opressores.