Graça e Paz.
Obedecendo ao mandamento do Senhor Jesus Cristo, os apóstolos anunciaram o Evangelho, como está escrito: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos!” Mt.28:19 e 20.
Lemos nas Escrituras a implantação de igrejas em várias localidades como é o caso de Antioquia, Tessalónica, Coríntio, Filipos, Esmirna, Filadélfia, Laodisseia, Éfeso, entre outras localidades. As cartas apostólicas foram dirigidas às igrejas das localidades e cada uma tinha especeficidades próprias, entenda-se, circunstâncias sócio económicas, políticas e de crenças religiosas.
A história das igrejas, a partir do quarto século, experimentou por parte do Império Romano, uma gemonia por ter sido considerado o bispo de Roma representante da cabeça de Deus na terra inteira. O Direito Romano e a nomenclatura sócio-política permitiram estabelecer igrejas nos países, províncias, cidades, vilas e aldeias. Por esta razão encontramos até aos dias de hoje como funciona a Igreja Católica Romana.
A partir do séculos XV e XVI, a reforma protestante quebrou a hegemonia da Igreja Católica Romana e uma nova ordem sacudiu a igreja institucional. Convém referir o que está escrito, a Mensagem: Deus quer, o homem sonha e a obra nasce. Deus quis que a terra fosse toda uma e que o mar unisse e não mais separasse (Fernando Pessoa).
Os descobrimentos marítimos permitiram veícular a fé cristã e hoje, ao redor do mundo o Evangelho está sendo pregado a povos de todas as línguas e nações da terra. Com a descoberta da imprensa também a partir do século XVII foi possível imprimir Bíblias e mais recentemente nas traduções das línguas dos povos.
O acesso aos textos sagrados a patir do século XVIII e a livre interpretação dos Canônes permitiram correntes de pensamento e os mais variados credos são estabelecidos. A influência da Revolução Francesa e a liberdade de expressão baseados nos Direitos do Homem, contribuiram para uma multiplicidade de denominações de igrejas composições doutrinárias de toda a sorte. As novas redes de comunicação, rádio, satélites também contribuem para a divulgação dos Evangelhos, porque não mais a GEOGRAFIA DAS IGREJAS é limitada.
Quando fui nomeado pela Aliança Evangélica Portuguesa em comunhão com o COPIC, presidente da comissão de programas televisivos para a RTP2, estação do governo, tive que preparar roteiros de programas com as várias igrejas. Tenho que confessar que eu também recebi uma herança doutrinária e surgiram muitas dificuldades em estabelecer consensos.
Naquela altura, orei a Deus para que me desse sabedoria para poder apresentar o Evangelho de Cristo. Comecei então a ter entendimento de como apresentar o Evangelho seguindo o critério, a que chamei, O Espírito na Cidade. Libertei-me de ter que agradar ao mesmo tempo a todas as confissões evangélicas e passei a tratar somente com as igrejas implantadas numa cidade. Era mais fácil para mim convidar os pastores da cidade para falarem sobre de como o Espírito Santo os usava para evangelizar. Em algumas cidades como foi o caso do Porto, Castelo Branco, Estremoz, Évora, Coimbra, entre outras, conseguiu-se uma estreita comunhão.
Penso que o estabelecimento de Conselho de pastores da cidade permite estabelecer o diálogo e um respeito das várias denominações evangélicas. No caso das missões e em especial em África onde vivi por mais de trinta anos assiste-se à chegada de missionários das várias denominações evangélicas. A maioria das denominações procura fixar-se nas capitais e não raras vezes evangelizam onde já outros evangelizaram.
Sabemos que reino, cidade ou casa dividida não subsiste. O resultado desta situação é que dificilmente se fazem discípulos de Jesus, pela dificuldade de os novos convertidos não criarem raízes de membrazia, pela disputa a que são submetidos pelos apelos missionários. Não se procura pela GEOGRAFIA DAS CIDADES criar num único espaço a igreja local, mas sim a comunhão em unidade, como está Escrito:
“Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos”, Ef 4:4-6.
Para alcançar este objetivo, leiamos a oração sacerdotal do Cristo: “A fim de que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me eviaste” Jo 17:21.
Fraternalmente,
casal com uma missão,
Amilcar e Isabel Rodrigues