O texto que você vai ler abaixo foi composto originalmente para esta coluna em 14/11/2013 – já tem quase 02 anos, mas sua tônica nunca esteve tão atual. O título original foi: “Bombas, polêmicas e escândalos! E a sua edificação, como fica?”
Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós (1 Pe 3:15).
Irmãos, quanta bobagem, quanto tempo perdido e tanta atenção dispensada em questões fúteis, sem qualquer sentido para a vida espiritual! Você pode não acreditar, mas a maioria de nós faz isso todos os dias. Somos vítimas de um “mundo evangélico” segregado em seus guetos, perdido em suas cosmovisões, confuso em suas teologias astigmáticas, filosofias de vida e interpretações que nada acrescentam a prática do bom e velho cristianismo. Nos intoxicamos com “gossips” e polêmicas engenhosamente elaboradas por gente que “sendo crente a seu jeito” não tem e não obedecem a pastores e sequer ao menos têm igreja para congregar – porque se auto proclamam praticantes do cristianismo primitivo (é ignorância demais para os que se dizem teólogos – é ignorar sociologicamente o desenvolvimento da igreja e sua história mais rudimentar) e esses alardeiam que são voz profética – voz de quem? Querido apontar o dedo e condenar os pecados da igreja evangélica brasileira é fácil demais – a dificuldade é viver uma vida cristã autêntica e que produza frutos a ponto de convencer a quem nos conhece – eis o desafio para todos aqueles que escrevem ou ensinam a outros crentes.
Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai (Fp 4:8).
No que tange a internet parece que muitos blogueiros e colunistas de endereços evangélicos escrevem apenas por curtidas e compartilhamentos, nem que para isso tenham que diluir discórdia em seus textos. Parece haver prazer em espalhar uma espécie de rastilho de pólvoras que explode barris de indiferenças; ficando com isso, caracterizado um apelativo comportamento de compor idéias pela símplice sísmica da polêmica. Não podemos negar também que estudos bíblicos não são muito apreciados pela maioria dos crentes que navegam pela internet. Buscam mais por distrações e disse me disse do que por conteúdos que fazem bem a alma e a cultura pessoal.
Os internautas deste portal cristão têm os colunistas que merecem! Se os crentes começarem a demonstrar mais interesse em assuntos como arrependimento, santificação, segunda vinda de Jesus, obra missionária e matérias teológicas e etc, vão nos obrigar a nos esmerarmos por temas mais nobres e relevantes ao invés das pobres e nada edificantes matérias que temos lhes apresentado em troca de curtidas e compartilhamentos. Não é nada interessante escrever por acreditar que “defendendo” a verdade pode-se com isso suscitar discussões, contendas e mais embates entre os irmãos. Não quero me dispor a isso!
Quanto aos autores virtuais da expressão do pensamento cristão do século XXI, o que vejo em muitos casos é abordagem a favor da mundanização da igreja, da secularização da fé e da relativização dos valores bíblicos, familiares e sociais. Percebe-se uma falta de perseverança e insistência na apresentação dos princípios inegociáveis das Escrituras. Ultimamente são raros os estudos ou comentários evangélicos que alimentam ao espírito e esclareçam a alma sem gerar polêmicas e levantar cismas – a que ponto a sanha pelos holofotes digitais nos levaram? A preferência dos crentes consumidores de fofocas, fuxicos, mexericos e propagadores de polêmicas tem sido a motivação para a composição dos artigos de alguns – têm se escrito pelo que gostamos, pelo “ibope” e não pelo que precisamos.
O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade (1 Co 13.6).
A maioria dos textos que lemos como sendo de natureza “cristã e evangélica” estão carregados de achismos e opiniões sem fundamentação bíblica! Noutros tempos, boa parte do que hoje lemos como sendo escrito por outro crente, seria rejeitado de primeira; pois o que se lê não “bate” com o que está contido na Palavra de Deus; seriam os textos classificados como “heresia” e quem os escreveu como “apóstata”. Você pode pensar: puxa esse cara está falando a verdade e parece ser diferenciado; não se engane! Estou na mesma tênue que meus colegas; a diferença é que isso tem incomodado a alguns de nós. Precisamos nos esforçar para oferecermos aos nossos leitores abordagens mais bíblicas, colocações abalizadas e defensoras dos bons costumes do povo de Deus – onde está o nosso tempero?
Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizadas por intermédio de Deus (Jo 3:21).
Francamente, os fatos retratam a realidade de uma atuante “Igreja de Laodicéia” em nossos dias (Ap 3:14-20). Somos prepotentes, abastados, cultos e nos julgamos senhores das razões espirituais e bíblicas; circunscrevemos a “verdade” aos limites de nosso conhecimento filológico; relativizamos o “alcance da verdade” a questões de épocas, tempo e espaço. Contextualizamos a “verdade” a modo dela não incomodar esse comportamento anticristão do século XXI; pelo contrário, a “fé Laodicéia” até defende aborto, se coaduna com o homossexualismo, absorve adultério como normal, atura mentiras, maquia trapaças, absolutiza prazer em detrimento da renúncia, sintetiza o “pop” como modelo de vida evangélica. Que Deus nos livre destes propagadores de confusão e de tudo isso!