Os novos atentados terroristas na França, na noite da última sexta-feira (13), trazem à discussão o perigo do extremismo religioso para a sociedade democrática do século XXI. Em outras ocasiões debatemos a problemática do extremismo, em artigos como Charlie Hebdo e os fanáticos do Estado Islâmico, o Estado Islâmico e a barbárie religiosa e o não menos polêmico, Os perigos do fundamentalismo. Neles e em outras análises apontamos algumas das consequências do desenvolvimento de uma mentalidade religiosa egocêntrica, centralizadora, que vê o próximo e o mundo como “pecadores” e “inimigos a serem combatidos”. O Estado Islâmico é um exemplo de extremismo que tem origem em uma leitura distorcida do islamismo que, apesar de algumas referências a jihad no Alcorão, grande parte dos muçulmanos repudia o EL.
Curta a nossa página no Facebook
Ao longo de sua história o Cristianismo também viu despreender-se “pontas soltas”, movimentos cujos líderes deram origem a seitas e movimentos destrutivos. Diversas pessoas morreram ou adquiriram sequelas físicas e psicológicas dada a sua passagem por movimentos extremistas. Vide o Templo dos Povos, do “pastor” Jim Jones, ou os Meninos de Deus, de David Berg. Outras religiões mundiais, como o Judaismo, o Budismo e o Xintoísmo também viram surgir de suas fileiras lideres e grupos intolerantes. Em Israel, por exemplo, judeus ortodoxos impõem aos bairros sob seu domínio rigidas regras de comportamento social, segregação do sexo feminino e recentemente um judeu ortodoxo assassinou seis pessoas na parada gay de Jerusalém. Em Miammar budistas extremistas igualmente cometem crimes e repressão religiosa contra grupos minoritários e muçulmanos.
O extremismo religioso é um mal que precisa ser banido de nossa sociedade, não por métodos igualmente deploráveis, terroristas ou desumanos, como certo ativista advoga com relação à presença do islamismo na Europa. Para combater o terror o ativista propõe “expulsar o islamismo das fronteiras da Europa”. Estamos falando de mais de 50 milhões de muçulmanos que vivem no continente, 5 milhões dos quais na França. Combater o terror com terror é uma prática igualmente deplorável. Agora, o extremismo islâmico deve ser rechaçado de forma enérgica pelo governo francês e forças aliadas. A morte de mais de 120 pessoas não deve ser esquecida ou relegada a uma mera estatística anual de crimes cometidos no território francês. O Estado Islâmico é uma ameaça real não somente a França, mas a todos os países do Ocidente, dentre os quais o Brasil. Há uma movimentação extremista islâmica no Brasil que deve ser acompanhada pelas autoridades.