Ao longo desta semana, fiz publicações abordando a repercussão sobre o filme Som da Liberdade, ou do original inglês Sound of Freedom, produção que está disponível nos cinemas brasileiros e traz à tona a monstruosa realidade do tráfico infantil.
Na coluna de hoje seguiremos o tema, mas por uma perspectiva ampliada. Por que ampliada? Porque o tráfico de meninos e meninas para a exploração sexual tem começo, meio e fim. Não é algo gerado nas mãos dos traficantes, apenas, mas também por meio da cultura da erotização precoce, tão banalizada em nossos dias.
Se, de acordo com os militantes progressistas, devemos combater a “cultura do estupro”, reconhecendo ela como impulsionadora dos casos de violência sexual contra as mulheres, também devemos reconhecer a cultura da erotização precoce de crianças como o potencial embrião do tráfico infantil.
Relativismo
Infelizmente, a sexualização precoce as vezes começa dentro de casa, quando os pais relativizam o que é coisa de adulto, e coisa de criança. Vemos isso, por exemplo, na forma como algumas meninas se vestem e usam determinados adereços, como maquiagem e etc.
Em alguns casos, crianças de até 5 anos ou menos usam roupas que imitam a de mulheres em idade sexualmente ativa, algo que não é admissível nem mesmo na pré-adolescência, pior ainda na infância. Somado a isso estão os acessórios de maquiagem e outros, igualmente “adultizados”, reforçando um estereótipo que descaracteriza completamente a imagem natural de inocência.
Mas, se muitos pais cometem esse erro, não é porque isso meramente surgiu “do nada” em sua cabeças. Pelo contrário, é porque esse relativismo é fruto de uma agenda ideológica, onde a sexualidade infantil é equiparada a do adulto, incluindo o suposto direito da criança se “autodeterminar”.
Tenho falado isso em minhas palestras, explicando que esse olhar distorcido sobre o mundo infantil não é recente e tem como raízes autores como a feminista Shulamith Firestone, dentre outros.
O papel da mídia
A banalização da erotização precoce infantil produz um olhar distorcido sobre a criança, e a grande mídia tem boa parte dessa responsabilidade, pois em vez de condenar, promove pautas e figuras que relativizam a sexualização de meninos e meninas, por exemplo, por meio da música, desenhos e filmes.
Quem não lembra, por exemplo, daquela exposição de “arte” onde crianças foram expostas e um homem completamente pelado, em São Paulo, no ano de 2017? Em vez de condenar, a maioria dos veículos de comunicação deram destaque aos defensores do evento, relativizando o ato que, na prática, serviu para romantizar a pedofilia.
O mesmo acontece quando vemos a exposição de crianças em programas de auditório, na TV, ou em shows de rua, eventos e etc., em apresentações de música e danças erotizadas, em clara alusão ao mundo sexual adulto. Se isto não é a banalização da erotização infantil, o que mais seria?
Conclusão
As críticas ao filme Som da Liberdade, portanto, não são por acaso: elas são frutos de uma sociedade moralmente decadente, onde o tráfico sexual de crianças é o resultado final de uma rede de ações que encontra na cultura da erotização precoce o seu respaldo.
Vivemos dias sombrios, onde a evolução transformou-se em involução. Nós, porém, podemos e devemos reagir, como pais e mães, mas acima de tudo como cristãos. Façamos tudo o que estiver ao nosso alcance, começando em casa, educando corretamente os nossos filhos.