Casos de violência doméstica envolvendo evangélicas casadas são uma realidade que precisamos reconhecer e, mais do que isso, discutir de maneira objetiva e centrada na Bíblia.
O assassinato recente da cantora Sara Mariano é mais um registro do terror que pode estar presente, também, nos lares cristãos, onde visões deturpadas sobre a vida religiosa podem acabar favorecendo tragédias.
Primeiro: absolutamente nenhum erro no tocante à fidelidade conjugal justifica a violência. Cada ser humano é responsável por seus atos, especialmente os cristãos, que possuem a consciência de que para Deus não há nada oculto.
O casal cristão tem o dever de apresentar as suas queixas a Deus e resolver os seus problemas conforme o ensinamento bíblico. Portanto, nenhuma atitude humana que se pretenda “vingar” eventuais erros do cônjuge encontra respaldo na Bíblia, porque não existe qualquer ensinamento quanto a isso.
Consenso e reciprocidade
Diferentemente do que alguns erroneamente pregam, o casamento bíblico não é um chamado à escravidão, ou servidão, mas sim ao consenso e à reciprocidade, onde a mutualidade entre o homem e a mulher ocorre debaixo da vontade e dos limites estabelecidos por Deus.
Em Efésios 5, quando o verso 24 trata de submissão da mulher, ele condiciona isso ao 25, onde é dito que “vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela”.
Os versos 28 e 29 reforçam essa relação condicionante de reciprocidade quando diz que “assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja”.
Quem ama, cuida, e portanto, não maltrata; não oprime, nem usa a força, seja física, psicológica ou financeira, para subjugar a mulher a um tipo de relacionamento doentio que imprime sofrimento, angústia e infelicidade. O homem que faz isso, à luz da Bíblia, definitivamente viola a passagem de 1 Coríntios 7:15, onde o apóstolo Paulo aponta o abandono resultante da incredulidade como exceção legal para o divórcio.
O marido que violenta a esposa é incrédulo porque não segue a orientação de Efésios 5: 25, 28 e 29. Consequentemente, uma vez que não fomos chamados à “servidão”, mas sim à paz, o divórcio pode ser a melhor saída em casos desse tipo.
Recado às mulheres
Às irmãs em Cristo casadas: se você está vivendo em uma condição de sofrimento dentro do matrimônio, procure ajuda o quanto antes. Dependendo do caso, busque as autoridades competentes e também a sua liderança religiosa. Se não houver apoio por parte dos líderes, seja ele pastor ou pastora, procure outros.
Não se submeta à servidão e não transforme uma condição de sofrimento em margem para que satanás afete a você mesma, distorcendo a sua percepção de matrimônio, pois acima de quaisquer circunstâncias está a nossa fidelidade a Deus e não aos homens.