Por @RubensTeixeira
I – A OAB, os cristãos e os discriminados no Brasil
A maior fonte de injustiça social no Brasil e no mundo é a miséria. Ela é mãe da maioria das injustiças. É comum encontrar cristãos pregando em lugares tomados pela miséria, ou pelo sofrimento, como bolsões de pobreza, presídios, hospitais (especialmente os públicos), nas ruas, em locais perigosos; sempre levando uma mensagem de conforto, de fé e, muitas vezes, alimentando e vestindo pessoas que vivem no sofrimento extremo. Tais seres humanos desalentados são os “consumidores defeituosos do mercado”. Estes cristãos anônimos não aparecem na mídia, ou em casos de repercussão para se aproveitarem da situação e fazerem propaganda de si mesmos e de suas igrejas, como fazem alguns aproveitadores das crises sociais.
A contrário sensu, a OAB, que tem comissão de direitos humanos e outras, não tem representação em ambientes onde direitos fundamentais são violados, como bolsões de pobreza, comunidades carentes, locais de elevada violência, hospitais públicos; mas quer avocar para si a defesa dos direitos humanos e insinua, através de suas palavras maldosas e ferinas, que cristãos incentivam o ódio a homossexuais. Aliás, bem que a OAB poderia compartilhar, na defesa de carentes, os milhões de recursos arrecadados na cara inscrição do exame que aplica aos bacharéis em Direito. Deveria fazer enquanto pode, pois esse “infanticídio” de profissionais praticados por essa prova envolta em obscurantismos está na UTI.
A OAB, que impede o ingresso de novos profissionais no mercado e não põe em pratos limpos as mazelas que questionei na carta de 50 páginas citada na primeira parte deste artigo, disponível no link, quer ensinar aos cristãos como resgatar pessoas da miséria e proteger sinceramente os direitos humanos? Eu, por exemplo, vim da pobreza extrema. Quando vivi na pobreza e tendo tantos direitos violados, nunca vi, nem no horizonte, a presença de representantes da OAB, todavia os representantes das igrejas por onde passei foram os que ajudaram a minha família. A OAB na defesa de direitos humanos de pobres em nosso país é igual a caviar: eles só ouvem falar, como no dito popular.
II – O que diz a Bíblia e como se comportam os cristãos
A mensagem do Evangelho de Jesus Cristo é simples e baseada totalmente na seguinte afirmação: “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mateus 22:37-40.
Não há rol exaustivo que consiga elencar todas as formas de pecado. Pecado é tudo o que contraria a lei de Deus. A Bíblia é clara ao dizer: “Na verdade que não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque”. Eclesiastes 7:20; “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” Romanos 3:23; e “onde o pecado abundou, superabundou a graça”; Romanos 5:20. Isso vale para qualquer pessoa. A Bíblia diz que Deus ama a todos e, pela sua graça, através de Jesus Cristo, perdoa todo o arrependido que deixa o erro.
A mensagem do Evangelho não nos dá autorização para julgarmos. Em Mateus 7:1-2, Jesus Cristo diz: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós”. Por outro lado, nos ensina que devemos julgar a nós mesmos. Em I Coríntios 11:31, diz: “Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados”. Esta mensagem mostra claramente que os que querem andar de acordo com as Sagradas Escrituras devem conhecê-la e julgar-se a si mesmo.
Para que as pessoas seguidoras do Evangelho conheçam a Bíblia, há as pregações e todos são encorajados a lerem as Escrituras. As pessoas que optarem por seguir o Evangelho, depois de conhecerem os mandamentos bíblicos, identificarão em quais pontos precisam se alinhar à mensagem que escolheram. Os que não quiserem fazê-lo, não deveriam invadir o direito alheio querendo ensinar como os cristãos deveriam pensar. O que a Bíblia orienta em nada conflita com o ordenamento jurídico pátrio. Da mesma forma que ninguém é obrigado a ser cristão, os que não querem ser, devem respeitar o pensamento daqueles que fizeram esta opção.
Nenhuma igreja cristã odeia homossexuais ou membros de outras religiões, pois isso contraria o próprio Evangelho de Cristo. Por conta disso, torna-se sem sentido protestar contra o pensamento cristão neste aspecto. O que os cristãos querem é respeito ao seu direito de opção religiosa e a seus cultos. Ninguém tem o direito de violar cultos religiosos, nem mesmo com chancela da OAB, ou de outras pessoas que queiram incentivar esse tipo de prática desrespeitosa e criminosa (art 208, CP). As instituições devem cuidar para que melhorem seu desempenho e respeito ao cidadão.
A OAB, ao invés de fomentar o pensamento anticristão no Brasil defendendo essa e outras práticas, como a nota emitida criticando os agentes que efetuaram a prisão das moças que se beijaram durante um culto, deveria atentar para a violência que pratica contra essas e outras milhares de pessoas que curtiram esta página: www.facebook.com/AsVítimasDaOAB.
* Rubens Teixeira é doutor em Economia (UFF), mestre em Engenharia Nuclear (IME), pós-graduado em auditoria e perícia contábil (UNESA), engenheiro civil (IME), Formado em Direito (UFRJ), aprovado para a OAB/RJ, bacharel em Ciências Militares (AMAN), professor, escritor, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil, dos Juristas de Cristo e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra.