Não precisamos ir muito longe para sabermos o quanto o consumo de drogas é prejudicial para o ser humano. Todos, praticamente, conhecem ou já ouviram falar de pessoas que lutam contra a dependência química, e sabem que em grande parte dos casos a maconha é um dos entorpecentes envolvidos, senão o principal.
Segundo dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, em 2018 havia 192 milhões de pessoas com idades entre 15 e 64 anos, no mundo inteiro, usuárias de maconha. Desse total, 35% eram jovens entre 18 e 25 anos. Hoje, com o avanço da agenda de liberação das drogas, podemos imaginar que esses números devem ser ainda maiores.
Não preciso apresentar uma lista exaustiva dos efeitos toxicológicos da cannabis para você entender que essa é uma droga que afeta a saúde, em especial dos adolescentes e jovens cujos cérebros ainda estão em desenvolvimento. Esse entorpecente, além do poder viciante, afeta a cognição e, consequentemente, as emoções e o comportamento.
Há décadas luto contra a legalização das drogas e criei um movimento chamado “Maconha Não“, referência no país. Já estive em inúmeros congressos e audiências públicas para expor os prejuízos desse entorpecente, e já cansei de ver e lidar com usuários que tiveram suas vidas destruídas porque um dia resolveram fazer o consumo “recreativo” dela.
Agenda maligna
Medimos os prejuízos de um entorpecente pelo seu poder de destruição de forma imediata, em curto, médio e longo prazo. Quanto mais capacidade destrutiva possui no organismo, maior deve ser a nossa preocupação e mais difícil é o tratamento de recuperação dos seus dependentes, e a maconha está nessa lista.
Apesar disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu retomar um julgamento que pode legalizar o consumo da maconha no Brasil, assim como o porte e até o plantio próprio, dentro de certo limite. Conhecendo os efeitos dessa droga e as sequelas que ela trás para as famílias, não posso enxergar isso de outra forma senão como uma agenda maligna.
Maligna, sim, porque tudo que produz destruição não pode partir de outra coisa, senão do maligno. Legalizar o consumo da maconha não inviabiliza o tráfico e não faz diminuir o uso da droga. O que faz, isto sim, é potencializar os prejuízos sobre a saúde mental da sociedade, favorecendo a criação de uma geração de jovens doentes física e emocionalmente.
Peço a Deus para que o Senado Federal exerça o seu papel constitucional e barre mais esse absurdo que parte do Judiciário. O nosso país, já tão afetado pela criminalidade e sofrido pela corrupção, não pode ser conivente com àqueles que, agindo como “donos” do nosso futuro, atuam mesmo é como agentes de maligno.