O ser humano sempre inclinado para mal apresenta comportamentos capciosos em suas articulações. Conviver em um grupo social requer de quem ama a Deus uma habilidade que somente o Espírito Santo pode conceder.
Tudo que o ser humano toca mancha, apodrece e morre. O inevitável destino o atrai diariamente, sua consciência se nega a ceder a tristeza e tenta não pensar no amanhã.
Mas lá no fundo se encontra o eco da inescapável interrogação: Qual será meu legado nesta vida transitória? O que vou deixar registrado para minha família? Como meus filhos vão ler a minha vida?
Imagine se essas dúvidas existenciais fervendo na cabeça de um adolescente, fossem traduzidas desta forma: O que eu sou? Por que sou feio? Por que não sou aceito por meus colegas? Por que minha família não me entende? Por que sou pressionado por todos? Eu sou normal?
Examine cada questionamento em uma estrutura mental que acompanha mudanças radicais na mente e no corpo, uma tempestade “perfeita” e poderosa na passagem entre a puberdade e a fase adulta. Não resume ainda a confusão na adolescência.
Pai e mãe já foram adolescentes um dia e não podem se esquecer. Entre as décadas de 70 e 90 o contexto favorecia as relações presentes e a interações mais recreativas! Havia contato, problemas e desafios que nos desafiavam para resolver.
Hoje, 2023, estamos observando nossos filhos mergulhados nas telas dos smartphones, tablets, notes. Os pais de hoje não são seus pais do passado, precisamos interagir com eles através da dialética, ouvir mais e aconselhar para situações que eles serão mais criativos e produtivos nas atividades externas e em casa.
A adolescência é uma montanha russa quando se trata de valores morais, eles querem entender toda confusão, as dúvidas fora do círculo familiar e o desafio se encontra em ser aceito nas matilhas que existem no ambiente escolar ou até com os primos da mesma idade.
E é neste ponto que os pais precisam ficar atentos, pois um adolescente que tem seu sentido de vida ainda fragmentado, acaba adotando a mimética de comportamento dos colegas ou primos que podem confundir sua identidade e sua missão neste mundo. O velho conselho dos nossos pais-avós ainda serve de alerta: “Meu filho, cuidado com as amizades que te levam ao fracasso”.
O adolescente ainda não entende os dilemas familiares e as contradições que se apresentam no eixo familiar, por isso ao questionar, entre em choque com os valores que foram apresentados a ele. Alguns acabam se fechando para tudo, e sente tanta dor que entram num processo chamado de escarificação (automutilação). “Escariar”, segundo a psicóloga Aline Goncalves Demantova, “é um processo de automutilação que se materializa em arranhões na pele, pequenas queimaduras, roxos, unha ruídas”.
Os pais não precisam ficar desesperados com estes sinais, eles não apontam para uma depressão que é seguindo por uma latência suicida – é um ato que busca aliviar a dor que é provocada pela confusão desta passagem de fase entre a puberdade e a fase adulta, e nem todos os adolescentes apresentam estas ações de automutilação.
Claro que sendo o caso, os pais não podem ignorar, já que existe a possibilidade deste comportamento piorar e se tonar um quadro de neurose desenvolvendo uma depressão profunda. Por isso é importante sempre conversar com os filhos, ouvir suas duvidas e se aproximar o máximo possível das respostas que vão dar sentido e claridade a toda confusão que eles estão passando nesta fase.
Existe também nesta fase da puberdade a confusão sexual, o adolescente se sente estranho com seu corpo e é perfeitamente natural, já que estão sofrendo mudanças. Questões sobre sexo começam a surgir, pais não entrem em pânico! É de suma importância que os vocês percebam e ajudem de maneira que não seja tão invasivo.
Para os pais a prudência em relação ao assunto namoro é norma, ponto! O contrário vai acabar afastando qualquer possibilidade de conversar com seus filhos e, neste caso, eles vão terceirizar a conversa com as relações virtuais, os primos ou amigos da mesma idade.
As meninas ficam mais confusas e são alvos fáceis da manipulação dos adultos, garotos mais velhos e espertos. Se elas não têm em casa um referencial de amor masculino benévolo, elas ficam sem bússola e se agarram em qualquer lobo com pele de cordeiro (amigas e amigos de influência negativa). O pai precisa ser amigo, ser protetor e no dia a dia demonstrar ser o exemplo que ela gostaria de ter no seu futuro namorado e esposo. Quando se tem um pai forte, que apoia, elogia, ajuda, perdoa, corrige e protege, ela não será enganada por tais garotos pois seu sentido despertará para comparação.
Os pais precisam conduzir seus filhos adolescentes aos valores vivências, ao exercício do amor, cooperação e responsabilidades domésticas. Devem ensinar os valores morais, éticos e sendo cristão, o culto doméstico é fundamental para repassar os valores da fé.
Os pais são mestres e precisam conduzir seus filhos adolescentes aos valores de atitudes. Ensinar a eles a capacidade de transformar o sofrimento em uma conquista humana. Se não é possível mudar uma situação adversa, mudem suas atitudes diante da dor.
Nossa missão como mestres não é fácil diante de uma sociedade em declínio total em relação aos valores e costumes; cada vez mais uma civilização afastada da verdade, tendo como norma a relativização da realidade.
Cremos Naquele que disse “Eu sou o caminho a verdade e a vida”, não podemos perder nossos filhos para as ideologias exóticas, os amiguinhos ou professores militantes. Devemos levantar nossa bandeira da fé: eu e minha casa serviremos ao Senhor!