O tema da saúde mental, especialmente em relação a eventos trágicos e suas repercussões na sociedade, exige uma reflexão cuidadosa. O recente suicídio de um homem em frente ao Supremo Tribunal Federal, vinculado a explosões de bombas em Brasília, expõe a forma problemática como a mídia e alguns setores da sociedade interpretam e lidam com esses acontecimentos.
O Rótulo de Terrorismo
Classificar este ato como terrorismo ou rotulá-lo como um “homem-bomba” minimiza a complexidade do que realmente ocorreu. Agindo sozinho e em meio a um surto psicótico, esse indivíduo fez algo que não pode ser reduzido a um simples estigma. A rotulação desumaniza a pessoa e desvia a atenção de uma questão crucial: a saúde mental em nossa sociedade.
Politização do Sofrimento
A utilização desse caso por políticos e instituições para promover suas agendas revela uma desonestidade intelectual alarmante. Atribuir culpas partidárias sem considerar as nuances da condição do autor é não apenas irresponsável, mas também desprovido de empatia. Precisamos focar menos em disputas políticas e mais na compreensão do sofrimento humano e nas realidades que levam a atos extremos.
Transtornos Psíquicos e Desamparo
É importante reconhecer que transtornos mentais podem resultar em comportamentos extremos. Entre os que merecem destaque estão:
Transtorno Depressivo Maior: que pode provocar desesperança e sentimentos de inutilidade.
Transtornos de Ansiedade: Como o Transtorno de Ansiedade Generalizada, que causa tensão constante.
– Transtorno Bipolar: Caracterizado por oscilações emocionais significativas.
Psicose: Que resulta em desconexão com a realidade.
Transtornos de Personalidade: Como o Transtorno de Personalidade Limítrofe, frequentemente associado a impulsos suicidas.
É fundamental que o sistema de saúde pública esteja pronto para oferecer suporte a esses indivíduos, ao invés de perpetuar o estigma.
Crise Social x Políticas Públicas
Além disso, devemos abordar os fatores sociais que contribuem para crises de saúde mental. Questões como dificuldades econômicas, fragilidade do apoio familiar e a ausência de políticas públicas eficazes não podem ser ignoradas. Um compromisso de todos os setores e seguimentos da sociedade,voltado para programas de prevenção e apoio, é essencial.
É imperativo que promovamos uma cultura de empatia e compreensão acerca da saúde mental. O desafio não reside em rotular comportamentos, mas sim em entender as motivações e os sofrimentos que os motivam. Devemos direcionar nossos esforços para tratar a saúde mental com dignidade e atenção.
Ao debater eventos como das bombas em Brasília é crucial que o façamos com cuidado em relação à linguagem e às categorizações que utilizamos. Vamos promover uma conversa mais saudável e informada sobre saúde mental em nossa sociedade. Uma pessoa em surto psicótico não é um terrorista,é um surtado solitário,e não pode ser usado como lobby para outros eventos, para respaldar falsas narrativas de terrorismo,isso é no mínimo falsidade ideológica.