Tirar o que está a mais, foi a resposta que o escultor, renascentista, Miguel Ângelo, deu àquele que lhe perguntou como foi possível ter feito a bela estátua do rei Davi, de 5,17m que se encontra em Florença, Itália.
De um bloco, informe, de mármore carrara, Miguel Ângelo esculpiu uma das maiores obras de escultura e tudo isto aconteceu porque deixou ficar apenas o que não era necessário ficar. Todos nós de alguma maneira quando nascemos de novo, somos perfeitos porque ao recebermos Jesus no nosso coração nos tornamos filhos de Deus. Há porém muitas coisas que precisamos de tirar para que projetemos a presença e a beleza de Cristo nosso Salvador.
Certa vez, Jesus cingiu-se com uma toalha e pegou numa bacia e começou a lavar os pés aos seus discípulos. Era necessário tirar o pó dos pés que é um costume do médio oriente. O pó do caminho não deve de contaminar o caminhante. Pedro, seu discípulo, não entendeu o gesto do Mestre e não se queria deixar lavar. É possível que considerasse o ato humilhante. Então Jesus disse-lhe que se não lhe lavasse os pés ele não teria parte com Ele,ou seja não podia pertencer ao grupo de discípulos.
Tudo isto vem a propósito da necessidade que o cristão tem de “tirar o que está a mais”. Ora o que está a mais no cristão é o pecado quotidiano que tão de perto nos assedia e nos faz perder a beleza de Cristo em nós.
Muitos outros exemplos poderão ser citados como é o caso de não acumularmos riquezas aqui na terra onde a traça e a ferrugem consomem e o que tirarmos a mais ofertarmos aos pobres porque onde não há limite para acumulação de bens são as boas obras que enriquecem o nosso tesouro no céu, segundo os ensinos de Jesus.
Também sabemos que o excesso de gordura altera a beleza e vivemos numa época em que o ser esbelto se tornou uma patologia. Que o digam as clínicas de cirurgia plástica que outra coisa não fazem senão aspirar as gorduras acumuladas. Pena é que a nossa sociedade só se importe com as aparências enquanto que o coração se deixa engordar pela soberba, adultérios, contendas e raízes de amargura que conduzem à morte.
A santidade outra coisa não é senão o tirar aquilo que não faz parte da glória de Deus em nós.
Finalmente, devemos também de amar o nosso próximo e para que o possamos ressuscitar convém tirar a pedra que o impeça e depois tirar as suas ataduras, como foi na ressurreição de Lázaro.
Fraternalmente,
casal com uma missão,
Amilcar e Isabel Rodrigues