Esta semana tive a oportunidade de responder aos questionamentos de um jornalista sobre os efeitos da inclusão de personagens LGBTs em conteúdos infantis. Creio que a pergunta é fruto das recentes notícias sobre a promoção da agenda de gênero na Disney, empresa que há anos vem deixando de ser um terreno neutro para se tornar palco do ativismo ideológico.
Diante disso, resolvi escrever hoje um texto que visa esclarecer alguns pontos básicos sobre o assunto. Minha posição aqui é sobretudo cristã, mas também acadêmica, visto que não há contradição entre os valores que defendo com a realidade científica. O que existe, no máximo, são divergências, o que é absolutamente natural no debate sobre temas tão sensíveis.
Uma constatação óbvia
Todo ser humano nasce com uma orientação sexual predeterminada em termos biológicos, por isso somos invariavelmente macho ou fêmea. Sexualmente, o macho é biologicamente “orientado” a ter atração pela fêmea, assim como o contrário.
Essa é uma constatação básica, visto que está estampada em nossos corpos, os quais foram projetados com diferenças químicas, anatômicas e funcionais que visam a reprodução da espécie. Se assim não fosse, não nasceríamos forfologicamente sexualizados, mas sim assexuados.
Contudo, isso não impede que o ser humano, que é uma criatura racional e também constituída psicossocialmente, possa desenvolver uma orientação sexual diferente da que o seu corpo foi “orientado” a ter, biologicamente falando. É aqui onde entra a homossexualidade e a transexualidade.
Acontece que essas orientações, ou mesmo a disforia de gênero, que é o conflito do “eu psicológico” com o “eu biológico”, digamos assim, são desenvolvidas por múltiplos fatores, sendo alguns frutos de conflitos familiares, traumas de natureza sexual e agora, principalmente, pela cultura.
Quando o ativismo LGBT+ insere personagens da sua agenda em conteúdos infantis, ele não retrata este tema de forma científica, mas ideológica, ignorando a realidade por trás do desenvolvimento da disforia de gênero, por exemplo, ou do menino que passou a achar que é gay porque é tratado de forma feminizada pela mãe, pela avó e etc., na ausência de uma figura paterna.
Intenção é substituir padrão por narrativa
Isto posto, diferentemente de conteúdos que promovem o respeito ao próximo de forma geral, o que é o certo a ser ensinado, o ativismo LGBT+ em desenhos infantis visa desconstruir a heteronormatividade, o que por si só é um erro, pois a heterossexualidade é, sim, uma norma biológica e não uma narrativa cultural, como querem fazer pensar os ideólogos de gênero.
Assim, o que os pais cristãos devem saber, muito bem, é que quando uma criança é exposta a desenhos, filmes, etc. que fazem apologia à agenda LGBT+, ela consequentemente terá a sua percepção sexual acerca de si mesma influenciada, o que poderá afetar a sua orientação sexual psicologicamente em desenvolvimento, muito embora já possua a pré-orientação biologicamente herdada.
Como toda criança aprende por imitação, os personagens infantis terminam servindo de referência comportamental para elas. É por isso que é comum vermos os nossos filhos reproduzindo falas e condutas vistas nos desenhos. Se você é um pai cristão, portanto, deve pensar nisso antes de deixar os seus filhos “largados” na frente da TV ou celular.
Por fim, no caso de conteúdos infantis, defendo que a criança deve ter a sua consciência preservada dos temas controversos. O ativismo LGBT+, em particular, não visa informar, mas sim doutrinar, o que significa que os conteúdos que produzem possuem objetivos definidos voltados para a mente dos seus filhos.
Precisamos deixar com que as crianças descubram o mundo de forma natural, tal como ele é e a natureza se impõe, mas com a devida orientação dos pais. No mais, ensinar o respeito ao próximo, independentemente das suas diferenças, sem apelar para a sexualização dos personagens, é o certo a fazer.