Os meus amigos, porém nem todos, me surpreendem!
A amizade e que todos muito prezamos é um bem muito precioso. Ninguém pode impôr a uma pessoa que se torne nossa amiga e isto porque a amizade é o resultado de estranháveis afetos, empatias que se apegaram ao nosso íntimo. Nem sempre resultaram de laços familiares, companheirismo dos bancos da escola, das fileiras do exército ou de outro relacionamento mais próximo que tivemos com alguém.
Certa vez Jesus nos surpreendeu afirmando: “Vós sereis meus amigos se fizerdes o que vos mando, Jo 15:14“.
É certo que a amizade não impõe ao amigo que cumpra os nossos desejos e isto porque o amigo é sempre voluntário para nos ouvir e nos compreender. Também é certo que esperamos dele um bom conselho porque só ele sabe falar-nos sem nos ofender com uma crítica cutilante de superioridade.
No Livro de Jó, encontramos uma narrativa do encontro dos amigos de Jó quando este foi acometido de uma série de desgraças entre elas o seu estado de saúde. A dor de Jó era tão grande que os seus amigos muito se condoeram com o seu estado e como não compreendessem a razão para tal desgraça a um homem tão justo, começaram então a questioná-lo porque provavelmente haveria uma razão para que Deus o tivesse desprezado e como quem procura o desconhecido, através de uma” psicanálise teológica”, investigar a causa do seu padecimento, Jó 2:11-13.
Assim, podemos compreender a sentença de Jesus, acima referida e isto no que respeita em não julgarmos para não sermos julgados, não condenarmos para não sermos condenados, Sermão da Montanha.
Tudo o que podemos esperar de um amigo é que não nos julgue e nem nos condene porque todo aquele que julga ou condena não é nosso amigo porque também não é amigo de Jesus dado que não cumpre os Seus mandamentos.
Recordo-me que quando fiquei cego grande parte daqueles que eu pensava que eram meus amigos, desapareceram e entre eles colegas de ministério das eclésias. Outros vieram-me com as recomendações de que eu deveria ter feito análises clínicas porque eles também faziam e desta maneira eu podia ter evitado a cegueira por razões de retinopatia diabética. Com isto me julgaram e condenaram porque eles sempre evitaram a doença pela razão de tais práticas. Tornaram-se assim meus juízes porque me condenaram pela minha insensatez de não fazer análises clínicas outros ficaram alarmados por eu não ter um seguro de saúde e ter caído na na desgraça econômica. Fiquei a saber que eles eram previdentes e que deviam ter um bom seguro par o caso de terem uma situação de invalidez. Não quero com isto dizer que excluindo os amigos que desapareceram quando fiquei cego estes não tivessem alguma ciência com os seus conselhos mas não era a hora para se valorizarem perante mim porque já nada do que me aconselhavam podia evitar o acontecimento. Os amigos que desapareceram eram os falsos amigos ou interesseiros e desta maneira se desmascararam com a sua fuga.
Na verdade na nossa breve vida muito poucos são os amigos e podem-se contar pelos dedos da mão.
Em socorro dos três amigos de Jó Deus mandou que este intercedesse pelos seus amigos que não falaram com justiça, Jó 42:7,8.
Grande é a virtude que nos manda e que nos convida à prática de uma excelência de amizade como está escrito:” Comunicai com os santos nas suas necessidades segui a hospitalidade. Abençoai aos que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis, alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram; Rm 12:1,14 e 15“.
Finalmente desejo deixar aqui registado o testemunho de amigos que prontamente se dispuseram em tudo me ajudar e consolar e até se fosse necessário doarem-me os olhos. Que Deus abençoe os bons amigos que são também Amigos de Deus.
Fraternalmente,
casal com uma missão,
Amílcar e Isabel Rodrigues