Se tem uma palavra eivada de conceitos na atualidade, ela é a “inclusão”. Em nome dela, muitas igrejas têm tolerado práticas pecaminosas e visões heréticas, por isso no artigo de hoje quero chamar atenção sobre esse tema, tendo como ponto de partida o comentário de um famoso arqueólogo brasileiro.
Em sua rede social, o arqueólogo Dr. Rodrigo Silva, vinculado à Igreja Adventista, fez uma observação muito pertinente ao comentar sobre a inclusão, destacando como exemplo a forma como satanistas foram tratados em parte da história.
“Devemos incluir sem qualquer conjunção adversativa. Será? Então vamos refletir sobre uma situação hipotética, que é uma tendência”, inicia Rodrigo, se referindo ao número exato dos adoradores de Satanás no mundo. Então, ele completa com o seguinte questionamento:
“Poucos arriscam se identificar como servos do ‘tinhoso’. Mas, de acordo com o livro The Invention of Satanism, publicado por Oxford, o culto ao diabo está crescendo entre os jovens. E se forem poucos, isso também não faria dos satanistas uma minoria a ser ‘incluída’?”.
Evidentemente, a opinião do arqueólogo é uma crítica justamente aos equívocos por parte de certas igrejas que resolveram “incluir” ideias distorcidas em suas doutrinas, como a de que a Bíblia não condena, por exemplo, a prática homossexual, o aborto ou o consumo de drogas.
Na sequência do seu raciocínio, Rodrigo Silva diz que pela forma atual como o conceito de inclusão é trabalhado, ele diz que até os adoradores do diabo poderiam reivindicar inclusão nas igrejas cristãs, visto que “satanistas foram mortos pela intolerância religiosa”.
Ou seja, se quiserem utilizar a narrativa da vitimização histórica, a fim de acusar a nós, cristãos, de intolerância contra uma minoria, eles poderiam se articular “politicamente”, e assim “amanhã seremos proibidos de expulsar demônios ou dizer que o diabo é mau”, cogita Rodrigo.
Triste realidade
Divergências teológicas à parte, no que diz respeito ao tema da inclusão, tenho que concordar com o Dr. Rodrigo, pois o cenário hipotético descrito por ele é o reflexo fiel do que já vem ocorrendo em nosso meio, paulatinamente, há décadas.
A Igreja Cristã, não o corpo invisível de Jesus, mas algumas das suas partes, vêm cedendo em muitos aspectos ao secularismo.
O exemplo extremo no caso dos satanistas não é uma miragem, mas um recorte verídico da realidade se considerarmos que determinadas ideologias já aceitas nos púlpitos são, de fato, originárias e essencialmente anticristãs.
Tudo o que contraria os planos de Deus para a vida humana, sua natureza e propósitos, espelha a filosofia do satanismo, a qual passa longe das imagens grotescas que os filmes de Hollywood costumam retratar quando abordam a temática pela perspectiva do terror.
O satanismo moderno é apresentado de muitas maneiras e está presente, também, em alguns desenhos, filmes, grades de cursos universitários e até nos de teologia, exatamente porque, como diz a Bíblia, Satanás é o pai da mentira, sendo capaz de parecer um “anjo de luz”, cuja narrativa distorcida da inclusão é só uma entre tantas usada por ele para enganar.
Por essa ótica, pergunto: será que já não temos “satanistas” reivindicando inclusão em nossas igrejas? Será que, como líderes, cristãos comuns, evangelistas, já não estamos sendo proibidos de dizer que o mal é mal; que Satanás é um demônio? A realidade está aí, basta enxergar.