Quero tratar de um tema muito importante: a estratégia do ativismo pedófilo para convencer a sociedade de que a “atração por menores”, sexualmente falando, seria tão natural quanto à atração entre adultos.
Apesar de já alertarmos sobre isso há décadas, infelizmente essa narrativa continua avançando e ganhando corpo na cultura atual, e parte disso acontece porque a população é induzida ao erro através de narrativas romantizadas e distorcidas sobre o assunto. O meu objetivo aqui, portanto, é rebater algumas delas.
Viralizou essa semana o vídeo de Allyn Walker, um professor universitário de Sociologia e Justiça Criminal da Old Dominion University, uma instituição de ensino situada no estado da Virgínia, Estados Unidos.
Na gravação, o docente que para mim é na verdade um ativista sexual, aparece apresentando uma visão naturalista da atração sexual por crianças.
O discurso de Walker segue o método de outros ativistas, que inicialmente sempre partem para a generalização dos conceitos. Ou seja, eles nunca abordam de forma específica, explícita, o que estão querendo dizer. Em vez disso, deixam a ideia implícita, a fim de que o receptor possa ir absorvendo e se acostumando gradativamente com o objetivo pretendido.
Observe o que ele disse: “Da minha perspectiva, não há moralidade ou imoralidade ligada à atração por alguém, porque ninguém pode controlar por quem se sente atraído. Em outras palavras, não é por quem somos atraídos que está ok ou não. É o nosso comportamento em responder a essa atração que faz ser ok ou não”.
O uso das expressões “alguém”, “ninguém” ou “por quem somos” serve para retirar o foco da ideia principal, tornando as afirmações impessoais, quando o objetivo implícito é defender à atração sexual por menores como algo inerente à sexualidade humana, tanto quanto à atração entre adultos.
Veja abaixo como a coisa fica muito mais explícita quando substituímos essas palavras por “crianças” e “adultos”, parafraseando a mensagem original:
“Da minha perspectiva, não há moralidade ou imoralidade ligada à atração por crianças, porque adultos não podem controlar por quem se sentem atraídos. Em outras palavras, não é porque crianças nos atraem que está certo ou não. É o nosso comportamento em responder a essa atração que faz estar certo ou não”.
O viés do ativismo pedófilo
Nem sempre esses ativistas falam de forma implícita e genérica. No caso do próprio Walker, ele já escreveu um livro chamado A Long Dark Shadow: Minor-Attracted People and Their Pursuit of Dignity [“Uma longa sombra escura: Pessoas com atração por menores e sua busca por dignidade”, em tradução livre], onde defende claramente o seu ponto de vista em favor de uma mudança de olhar sobre o conceito de pedofilia.
Agora, qual é o viés central do ativismo pedófilo compartilhado na visão de Walker? É a mudança de perspectiva em relação ao conceito de pedofilia.
Na mesma gravação citada anteriormente, o professor faz um comentário que ilustra isso: “Muitas pessoas, quando ouvem o termo ‘pedófilo’, presumem automaticamente que significa um agressor sexual, o que não é verdade. E isso leva a muitos equívocos sobre a atração por menores”.
Aqui está o “X” da questão. O ativismo pedófilo visa promover a ideia de que o pedófilo não é quem abusa do menor, mas quem apenas sente atrações sexuais supostamente “legítimas” e “naturais”, incluindo a capacidade de “amar” e “cuidar” dos menores.
Em outras palavras, é a pedofilia sendo romantizada e posta no mesmo nível das paixões entre adultos.
Essa distinção entre “pedófilo” e “abusador” já vem sendo promovida nas grandes universidades do mundo, o que não surpreende em nada quem conhece e combate o ativismo sexual, pois é dentro dessas instituições onde o embrião de muitas ideologias se desenvolve, a exemplo da ideologia de gênero.
Não vou entrar no mérito acadêmico nesse texto, porque não se trata de um artigo científico, e não quero cansar o leitor menos acostumado com a leitura, especialmente sobre esse assunto de embrulhar o estômago. Mas quero destacar que essa distinção entre “pedófilo” e “abusador” é extremamente maliciosa e ilusória.
Do ponto de vista penal, não há como caracterizar uma atração sexual não manifesta como crime, certo? Mas e o abuso? Psicologicamente, por outro lado, abuso vai muito além do contato físico, por essa razão entendo – também com base em outros autores – que todo pedófilo é um abusador em potencial, ainda que não tenha tocado numa criança.
Isso porque, nenhuma criança/menor possui a maturidade cognitiva ou física para se submeter a uma relação sexual com adultos. A partir do momento em que o adulto se volta para a criança, buscando lhe seduzir, já está caracterizado o comportamento abusivo, e sem que tenha encostado um dedo.
Consenso? Não há consentimento! O que alegam ser “consensual”, na verdade, é a manipulação do adulto sobre o menor, de modo que o indivíduo que comete esse tipo de atitude já faz isso ciente do seu poder. Ele sabe que pode convencer, “seduzir” e até intimidar nos casos em que é rejeitado.
Uma vez envolvida nesse tipo de relação, a criança dificilmente consegue sair por conta própria, mas não por falta de vontade e sim porque passa a ser controlada geralmente com chantagens, ameaças e até agressões, passando a imperar o poder psicológico e físico do adulto sobre a fragilidade psicológica e física do menor.
Esse é o motivo pelo qual o abuso infantil é uma das coisas mais traumáticas de lidar, difíceis de combater e prolongadas por anos na vida das vítimas, porque há, literalmente, um vínculo de exploração permanente travestido de “relação afetiva”.
Dito essas coisas, finalizo mais esse artigo alertando à sociedade sobre os perigos do ativismo pedófilo. Ele é real e está avançando sorrateiramente. Cabe a todos nós assumirmos posição, ficarmos vigilantes e lutarmos com todas as nossas forças para vencer esse mal.