A salvação dos que crêem é uma boa loucura existencial (1 Co 1:21), é como uma “viagem do terrenal ao celestial” propulsionada pela comburência do amor e da graça encharcadas na raiz de Davi (Ap 22:16) que impulsiona nossa alma ao céu dos céus. A “planta vigorosa” provoca em nós uma loucura aos olhos do mundo e o poder de tal vôo nos transporta para outra dimensão, nos faz perceber que deixamos densas trevas e alcançamos a maravilhosa e irradiante luz de Deus (1 Jo 1:5). Enquanto discípulos de Jesus precisamos “traficar” para os perdidos essa “erva” que quando tragada pelo viciado nos cigarros do pecado, o fará sentir-se invadido por uma “fumaça” que o enlevará a tão graciosa experiência. Eu prefiro fazer essa pregação que para muitos pode parecer atrevida e irreverente do que propor sob qualquer forma a legalidade do consumo da maconha para fins recreativos como alguns crentes estão fazendo.
A Colômbia liberou a maconha, não demorou muito tempo e a cocaína entrou na lista de drogas liberadas e o passo seguinte foi a legalização do ecstasy. Naquele país é proibido a veiculação de publicidade antidrogas na TV; o Uruguai mal aprovou a maconha e militantes já defendem a regulamentação da cocaína, entre eles está o ex-presidente Tabaré Vásquez. Como diz o ditado “um abismo atrai o outro”. Quando defensores pró-vida alertam a sociedade sobre o risco de abrir brechas como estas para coisas piores, alguns crentes “chapados no mundanismo” defendem a legalização comercial da erva, desde que seja controlada pelo governo.
É claro que o título do artigo é figurado, afinal, rasgar a bíblia em ato literal seria a demonstração do fim da fé em Deus e em sua revelação canônica; manifestaria uma insana atitude de rompimento com o cristianismo. Expressaria a falta de juízo de um vil descrente ou de um desviado irado e enlouquecido, disposto a renunciar o sentido e a explicitação do sacrifício vicário de Jesus Cristo contidos nas Escrituras que o “maluco” dilacerou no ápice de sua explosiva e tresloucada manifestação. Rasgar a bíblia seria como uma exibição de truculenta ignorância que como ato atípico, assaltaria minha atenção de forma abrupta e inevitável e como cristão eu não concordaria com tal desvario.
Meus irmãos, infelizmente isso está acontecendo! Pastores, mestres e doutores estão rasgando a bíblia com interpretações e posições que vão contra tudo o que a Palavra de Deus ensina. Para estarrecimento geral, quem tem “destruído” a bíblia são alguns que por trás da capa de “defensores do evangelho”, promovem e defendem pareceres danosos a comunidade evangélica e à própria sociedade. Esses têm adicionado elementos ideológicos, filosóficos e políticos, renderizando as boas novas numa única aplicação “sociológica” que horizontaliza a mensagem cristã, ignorando seus preceitos de separação do mundo e de enunciado profético a essa desordenada humanidade (1 Jo 2.15). É impossível para um crente tentar sustentar posições dualistas, sendo que de um lado se mostra como cristão e doutra pensa como um ímpio que propõe e defende os mais calamitosos ideais (Mt 5:37; 1 Re 18:21; Jo 3:20-21).
Velozmente se propaga uma reinterpretação bíblica condicionada aos anseios do século XXI, promulgando um “evangelho social” inconsequente, onde subsistem enrustidas as vontades mais perdidas da pós-modernidade em oposição ao plano de Deus e as renuncias requeridas pelo verdadeiro evangelho. É muito difícil pra nós aceitar que uma pessoa que diz cristã, possa emitir apoio a causas que são contra as nossas famílias e posteridade. Penso, se não começarmos logo a nos expressar com atitudes coerentes no combate a essas heresias e devaneios que rebolam dentro da campal evangélica deste país, descambaremos para a vala da perdição apoiando a legalização da maconha, o aborto geral, o homossexualismo, a supremacia e o “protecionismo” do estado (produzindo coação e controle).
Na beirada das ribanceiras de um abismo psicodélico, se arriscam alguns ostentando coragem numa trilha escorregadia que os empurrará para um inevitável e abissal pandemônio social. Se a verdadeira igreja de Deus não fizer um evangelismo mais abrangente e eficaz e um discipulado mais sério e profundo, nosso mundo continuará perdido sob qualquer orientação político-social e debaixo de qualquer legalização imoral e anti-social. Nosso mundo precisa conhecer o poder da “viagem” para os céus que a raiz de Jessé (Jesus Cristo) pode provocar em nossa consciência e vida. Os que entre nós se definem como defensores do evangelho, mas têm cara de ovelha e voz de dragão também precisam experimentar dessa alucinação pela realidade do evangelho e talvez como Paulo, possam ter a felicidade de dizer: “O Evangelho é loucura”.
Muitos estão rasgando a bíblia com as afirmações que estão fazendo, pois tentam relativizar a mensagem incômoda e reduzir a ação contundente e incisiva da mesma. Elaboraram uma favorável aplicação mono focal, querendo absolutizar moralmente a pessoa de Deus no amor – Ele não é só amor (Is 56:1). Fendem as Escrituras quando apresentam um universalismo soteriológico anti-bíblico (Jo 3:18); os tais rompem as páginas da revelação quando tentam por conta de seus desejos inclusivos e coniventes, abrandar abominações e concordar com propostas que são inaceitáveis ao Senhor. Lacerar a bíblia é viver ao avesso do que ela diz sobre o que é viver em Cristo (2 Co 5.18; Gl 2:20; 5:16-18).