Então Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e milagres, não crereis (João 4:48).
A definição teológica para o termo milagre obviamente lança luz sobre esse fato fenomenal e sobrenatural, identificando sua procedência, notando seus meios, como também percebendo a direta intervenção divina sobre a vida das pessoas em situações difíceis e ocasiões específicas (observa-se na ocorrência dos verdadeiros milagres alguns elementos ingredientes como graça, misericórdia, propósitos e glorificação de Deus). Mesmo existindo uma “teologia de milagres” ela não se propõe a explicá-los – e nem os poderia. Por mais bíblica que seja nossa sistematização doutrinal, ela nunca abandonará a racionalidade, e como um milagre genuíno vai contra todas as razões humanas, lógicas, leis e ciências – por aferição, um milagre será sempre inexplicável, enquanto pela fé sempre possível. Ficamos inseguros frente à proposta para uma vida sobrenatural que nos lançará em ações e situações ilógicas à nossa compreensão. Como não podemos prever, explicar ou definir (ou seja, estarmos no controle) descartamos a possibilidade do impossível, atemporal e desafiador a ordem e à natureza das coisas.
E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas (1 Coríntios 12:28)
Quantos de nós pregamos e ensinamos sobre milagres em sermões e estudos bem estruturados, mas não os vemos acontecendo nas vidas arruinadas de nossos ouvintes; quantos deles foram ou estão sendo destruídos por doenças, possessões, vícios e tantas desgraças que só uma intervenção dos Céus para salvá-los. Intimamente nos sentimos incapazes, sem autoridade e desprovidos de poder para ajudá-los de alguma forma. É triste ver essas pessoas enfermas, oprimidas e perdidas ouvindo nossas impecáveis homilias e não receberem o necessário para a solução de seus problemas impossíveis. Boa parte de nós, se considera mestres da bíblia; conferencistas, cantores ungidos, pregadores de fogo e até teólogos – mas os milagres não nos têm acompanhado, porquê? Sinceramente, parece que o sobrenatural tornou-se para nós uma referência histórica e que em nossas prédicas terá sempre uma aplicação figurada e nada experimental, já que agora vivemos por vista e não por fé.
E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo (Atos 6:8)
É possível que a relação de milagre e vida cristã não é notada porque deixamos de ser o milagre da gloriosa obra redentora de Cristo Jesus! É como se não existisse mais a operação sobrenatural de Deus, pelo menos dentro das razões filosóficas e sociológicas de nosso século e de nossa vida cristã formal e previsível. Há um discurso conceitual em nossos púlpitos, mas não um desafio a experiências reais com Deus de forma a serem contundentes e convincentes. Por conta disso, a descrença se aloja nos corações dos homens, e mesmo que na televisão os “testemunhos” de milagres exibidos como espetáculos – sejam transmitidos em rede nacional, não despertam a fé e menos ainda o interesse da maioria da população brasileira. A indiferença talvez ocorra por que as pessoas que eventualmente assistem a esse “marketing de milagres”, não os vêem em seus dias; não escutam e nem notam a pregação do Deus do impossível comprovadas na vida de alguém que elas próprias conheçam. Por isso, temos uma responsabilidade como testemunhas do Salvador ressurreto; é preciso pensar e focar em nossa vizinhança e nas pessoas que conhecemos, os tais precisam ver milagres em nossas vidas. Portanto, sejamos a prova destes atos portentosos de Deus e do Evangelho que professamos!
Detiveram-se, pois, muito tempo, falando ousadamente acerca do Senhor, o qual dava testemunho à palavra da sua graça, permitindo que por suas mãos se fizessem sinais e prodígios (Atos 14:3).
Infelizmente, como obra do inimigo do Evangelho, ao invés da crença as pessoas continuam duvidando ainda mais, tornando-se céticas, professando-se como ateus e desdenhando de Deus e de seus crentes de muitas palavras e poucos milagres. Também, pelas ordenanças de Jesus, seriam os sinais que seguiriam os que cressem, hoje invertemos tudo: somos nós que corremos atrás dos “milagres” – que para muitos é visto como um carro novo, o nome limpo junto aos órgãos de crédito, bênçãos financeiras ou até visões e profecias de bem-aventuranças. Percebe-se uma deturpação da essência do sentido da pregação e da comprovação do Evangelho na vida dos crentes. Fizemos uma interpretação adequada do poder de Deus, disposto e canalizado apenas a atender nossos sonhos e aspirações financeiras e sociais.
Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum.Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus (Lucas 10:19-20)
O milagre que mais precisamos carece acontecer dentro de nós, de modo a provocar renovação espiritual, revigorar a vida de santidade, aprofundar nossa comunhão com o Pai e expressar-se em amor ao próximo na obra prática e verbal da pregação das boas novas. O milagre não é um ser e nem tem receitas obviamente, é apenas um meio de Deus manifestar Seu poder aos homens; por certo Ele o deseja manifestar através de você! O Senhor da Igreja deseja transformar sua vida completamente, a começar pela parte espiritual. Quer te encher de poder para testemunhar, de forma que ao abrir sua boca para falar de Cristo, as pessoas vão ser tocadas e vão começar a chorar e a sentirem a gloriosa presença do Senhor em você – terão um encontro com Deus que mudará suas vidas para sempre; e quando isso acontecer meu irmão, alegre-se, pois um grande milagre terá se realizado!