É bem comum este questionamento, principalmente por parte daqueles que defendem uma religião monoteísta: que adora apenas um deus. Os muçulmanos e judeus normalmente questionam os cristãos sobre a trindade. Como podem três pessoas serem apenas um Deus? Pode o Pai, o Filho e o Espírito Santo serem um?
Antes de iniciar qualquer argumento, é necessário dizer que a séculos este tema tem sido debatido e o que irei fazer aqui não é uma exposição teológica sistemática para defender a doutrina da trindade, contudo explicar àqueles que não a compreenderam totalmente.
Primeiramente é importante saber, que são três pessoas distintas. Não estamos falando de uma pessoa apenas que se apresenta de três formas diferentes. Estamos falando de pessoas distintas que se relacionam entre si. Desta forma, é extremamente importante saber que: O Pai não é o Filho, o Filho não é o Espírito Santo, e o Espírito Santo não é o Pai. Contudo, estas três pessoas são Deus. Eles são Um em substância. Um em essência. Há quem compare a trindade com a doutrina tricotomista que divide o homem em corpo, alma e espírito. Contudo não acho que seja uma boa comparação.
Outro importante ponto a se saber, é que o Filho procede do Pai, e o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Contudo, cada uma das pessoas da trindade é igualmente Deus. Ou seja, cada pessoa da trindade tem um papel e função, contudo, isso não implica que um é inferior ao outro em substância. Por exemplo: um policial em sua função exerce autoridade sobre um civil. Contudo, o policial de maneira nenhuma é superior ontologicamente (em seu ser) ao civil. Ambos são seres humanos iguais.
Algumas pessoas que tentam defender a trindade de forma racional e lógica algumas vezes se frustram, pois muitas das comparações que temos não são adequadas pois de alguma maneira não representarão de fato o que é a trindade. Como o exemplo da água, vapor e gelo, que de maneira alguma consegue demonstrar corretamente a trindade.
Certo é que sabemos que o Filho é Deus, pois ressuscitou dentre os mortos, venceu a morte. E sabemos que o Filho não é o Pai, pois Ele está à direita do Pai. Mas sabemos que o Filho e o Pai são Deus e são distintos como diz João: No princípio era o Logos (Jesus), o logos estava com Deus, e o logos era Deus.
Sabemos que o Espírito Santo é o Espírito da Promessa, o Consolador, que nos lembrará das palavras de Cristo. Mas sabemos que Ele não é Jesus, pois este disse que iria para o Pai, e Eles enviariam o consolador que estaria conosco até o fim.
A trindade é um mistério. Contudo é um mistério que pode ser experimentado, vivido. Recebemos o Espírito Santo como selo de Deus em nossa conversão e a partir do momento que nossa vida é entregue a Deus passamos a ouvi-lo em nós. Nos direcionando, consolando, exortando, nos lembrando das palavras de Deus. Podemos ter uma experiência real e sincera com o Filho, que entregou sua vida por nós na cruz do calvário para nos livrar do peso da culpa e da condenação do pecado. E quando cremos no Filho de Deus, então podemos andar com Ele, ouvi-lo e ter comunhão com Ele. Podemos experimentar vivamente o Pai, assim como o Filho experimentou. Podemos caminhar com o Pai, orar ao Pai, pedir perdão ao Pai, correr para seus braços certos que nos receberá.
A trindade é um mistério. E é o mistério mais bonito do cristianismo, que é experimentado e vivido por cada cristão todos os dias!