Quanto mais notícias vejo sobre a tal chamada “perseguição aos evangélicos no Brasil”, mais envergonhada me sinto em relação à Igreja Sofredora entre as nações. Quanto mais leio e pesquiso sobre o tema nos sites de notícia, mais convencida estou da enorme diferença que existe entre sofrer por amor ao Senhor até a morte, e sofrer as consequências da posição que o Evangelho requer de nós em qualquer lugar que ocupemos na sociedade.
Perseguição versus Consequência
Ser demitido por não concordar com a corrupção ou uma atividade fora da lei, não é perseguição, é consequência. Perder a melhor vaga no emprego por não ser de uma determinada religião, não é perseguição, é consequência de uma escolha. Quando servos de Deus dizem ter perdido um negócio, uma carreira, um restaurante, na maioria das vezes é apenas a consequência do Evangelho em suas vidas. E ninguém precisa se gloriar nisto. Mas no Brasil não só se gloriam, como tiram proveito próprio. Entretanto, indiferente do lugar e da posição a qual nos encontramos, estejamos certos de que quem quer viver no Evangelho deve aprender a lidar com as consequências das escolhas que o Evangelho traz. Afinal, o Evangelho não é deste mundo.
A Guerra Santa Brasileira é plataforma de Projeção Política
Nunca em minha vida imaginei ouvir deputados e personalidades públicas cristãs preocuparem-se tanto com as novelas da televisão e como a mídia retrata suas “personagens evangélicas”. Para minha surpresa, as novelas da Globo foram alvos de ataque. Exigiu-se personagens que representassem bem a comunidade evangélica. “Que absurdo” –esbravejavam; “Olha como nos tratam”. Sem dúvida foi a primeira vez que ouvi dizer que novelas eram o campo de trabalho da Igreja e motivo de nossa preocupação. Mais à frente, a pauta de discurso foi ampliada e “nossos” deputados, começaram a exigir censura de conteúdo para a internet, programas de humor e grades de canais em geral. Foi o que aconteceu quando um programa de reportagem do SBT exibiu a cobertura do caso do Pastor Marcos Pereira. Aquele que deveria clamar pelos pobres e oprimidos mais uma vez abriu a boca para defender o corporativismo. Porém, em Nome de Deus o povo se confunde e se entrega aos enganos de uma ditadura. E quem sabe, não será em Nome de Deus que veremos a aparição deste Sistema do Mal em nossa terra? Estou convencida de que caminhamos para isto.
Um Presidente Evangélico Para o Brasil
Quando pensamos em Jesus e no seu envolvimento com a política, vemos que ele não usou Seu poder para alcançar poder. Apesar dos vários partidos políticos que existiam em sua época e apesar de ter entre seus próprios discípulos alguns “militantes” (no caso de Judas, um zelote) vemos que não se associou a nenhum deles. Nem mesmo aos zelotes que defendiam o uso da violência na luta do povo contra os romanos. Seria Ele omisso? Seria Ele covarde? Seria então um ultrapassado? Para os evangélicos talibãs, sim. Mas este não é o caso.
Jesus possuía um olhar crítico em relação aos governantes. Ao Rei Herodes chamou de “raposa” (Lucas 13: 32; 22:25). No entanto, condenou o uso da violência e em várias passagens explicou que seu “Reino não era deste mundo”.
Em nossa nação, há os que embasados num discurso carismático, recheado por incitações de “prosperidade bíblica”, transformaram Jesus numa espécie de reacionário, cuja missão é a dominação política irrestrita, o que “conseguiremos” se elegermos um presidente evangélico.
Prosperidade: A Lavagem Cerebral
Sábado passado enquanto assistia ao programa “Vitória em Cristo”, surpreendi-me com um ensinamento do Pastor Silas Malafaia. Falando novamente sobre o tema da “prosperidade bíblica”, referiu-se ao versos 12 e13 de Filipenses 4: “Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade…” como sendo coisa de Paulo, por que “Eu (Malafaia dizendo), Eu quero é Maaaisssss…”. A surpresa que tive, porém, foi com a multidão que balançava a cabeça dizendo amém e aleluias. É nesse Brasil Evangélico que escândalos e aberrações continuarão aparecendo . A Massa, porém continuará caminhando sem discernimento.
Tenho esperança. Minha oração é que o Senhor por amor a estes que estão no poder e ao Seu povo, retire estes que aí estão do poder. E por misericórdia Ele pode assim fazer, em Nome de Jesus.