Pedofilia: esse tema tem sido nos últimos dias assunto que constrange a muitos de nós verdadeiros cristãos. A sujeira tem vindo à tona graças a homens dignos e honestos como o senador Magno Malta que preside a CPI da Pedofilia no Congresso Nacional e tem com seus colaboradores denunciado e prendido muitos religiosos, evangélicos e católicos, nos deixando perplexos com tanta frieza e requinte de maldade.
Eu sei que existem muito mais casos fora da igreja, mas a igreja é uma entidade que se julga a detentora da moral do cristianismo, e esses casos que tem sido noticiado na imprensa mundial foram cometidos não por pessoas comuns, mas por padres, bispos e pastores além de outras categorias de líderes religiosos que exercem poder sobre seus liderados.
O que me constrange como cristã e profissional da área de psicologia é que esses tais “líderes” são pessoas que passam vários anos estudando o sacerdócio e como representar Deus na Terra, são pessoas ditas santas, homens de Deus. O esperado é que não houvesse um único caso sequer de pedofilia em nenhuma igreja, principalmente com quem exerce um cargo de liderança, tanto nas católicas, quanto nas evangélicas. Mas infelizmente há, e pior, há uma escandalosa cumplicidade entre o poder da igreja, que esconde e nega que isso aconteça.
E não é só isso. Se eles ainda dissessem que tais pedófilos cometeram um crime e um pecado que fere o coração de Deus, mas que mesmo assim mereciam perdão, e com ajuda da comunidade da igreja entrariam em um verdadeiro movimento para levar a pessoa em questão a tratamento, tanto espiritual quanto psiquiátrico, se tomassem atitude correta de denunciar, levar à responsabilidade, procurar as vitimas e tratá-las… Se tomassem a atitude digna cristã verdadeira como é o ensinamento bíblico, até daria para entender.
Mas tudo o que a Igreja fez até hoje foi abafar os casos, mudando os pedófilos de lugar para continuarem a atuar, esconder para não escandalizar. Escandalizar quem? Sua placa? É uma inversão de valores mesmo. E a criança, que foi maltratada, escandalizada, quem dará conta de sua vida? A igreja nem sequer quando os casos eram descobertos, se desculpava com as vítimas. Muitas vezes essas vítimas passaram por escárnio dentro e fora da igreja por denunciar tais casos. E isso não só na igreja católica, na evangélica também .
Muitas igrejas se preocupam muito com sua imagem, não com a imagem de Deus. Quando há escândalos sempre tendem a minimizar, racionalizar, negar os problemas, agindo na verdade como uma religião doente psicopata que não se importa com sentimentos dos fiéis, somente com os seus, sem culpa nem remorso. Muitas continuam a cometer seus crimes de omissão sem se preocupar com as vidas ceifadas, traumatizadas, destruídas. Nenhum remorso, nenhuma culpa, e quando muito, mudam os pedófilos, os abusadores de lugar, sem se perguntarem ou se preocuparem com as próximas vítimas, com as centenas de almas que se perdem. Essas igrejas omissas agem como mentes diabólicas corporativas, que trabalham não para Deus e sim para satanás e para seus egos, seus desejos de manter uma imagem que não condiz com o que pregam.
A omissão é crime, acobertar um criminoso é crime, mas a igreja se escondia e se esconde atrás de Deus, da Bíblia, como se o fato de cumprirem seus ritos religiosos, suas faltas, seus crimes, são abonados ou perdoados. Não é um pensamento desumano, igual a um ser psicopata, as instituições que agem dessa forma são doentes e precisam ser tratadas. Estes estão cada vez mais entre nós: os psicopatas religiosos enganam a igreja de Cristo.
Hoje o mundo se revoltou, e está fazendo vir à tona todos os desmandos da igreja no que se refere aos abusos sexuais. No fundo, os psicopatas deixam rastros, pistas e a instituição sociopata também. Na verdade, eles sabem que o que fazem é errado e tem um desejo inconsciente de serem pegos, por isso deixam pistas, pois sabem que uma hora ou outra, toda sujeira virá à tona. Deus é claro em sua palavra quando diz: “Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido.” (Lucas 12:2 RA).
Minha indagação e minha questão é: essas pessoas são padres mesmo, pastores ungidos por Deus, ou são pedófilos, psicopatas que usam a figura, a profissão de padres e pastores, líderes, para abusarem de crianças, pessoas indefesas?
Na verdade a explicação está em duas versões:
Eram já pedófilos, e encontraram na religião a possibilidade de esconder seus atos, seu comportamento vergonhoso.
Na realidade, no começo muitos pedófilos lutam contra esse desejo que julgam não ser correto, e isso se deve a educação religiosa e moral que receberam de suas famílias, por exemplo. Com o tempo, sentindo que não conseguirão controlar seus impulsos e crendo que a religião o controlaria, entram no seminário, se “convertem” a uma religião, na tentativa de controlar seus impulsos e aos poucos percebendo que não serão capazes de controlar seus desejos pornográficos, apesar da religião, agem ao contrario, se vendo agora padres e ou líderes e que exercem um poder sobre as pessoas e que estariam fora de qualquer suspeitas por serem “religiosos”, acabam vendo na religião a possibilidade de realização de seu desejos, seus impulsos, nutridos de frieza tamanha, sem remorso. Assim, sem culpa, seguem atrás de suas presas – crianças na sua maioria, achando até que estão fazendo bem a elas, e pior, achando que tem o direito, já que dedicam suas vidas a Deus. Ou seja, em sua religião, se convence que não serão pegos e que o que sentem já que não conseguem controlar, não deve ser tão mal assim.
Sabendo de sua condição deliberadamente entram no seminário exatamente por isso, veem na profissão de padre a oportunidade de satisfazer seus desejos sujos, egoístas maquiavélicos certos que jamais serão punidos
A igreja acaba sendo para eles um “celeiro”, já que podem trabalhar com tantas crianças, em sua maioria carentes, presas fáceis. E com o poder que exercem, fazem suas vítimas por anos acreditarem que são culpadas pelos atos dos supostos “padres” e/ou “pastores”. E mais desumano ainda: acreditam essas vítimas ser a vontade de Deus, e que esses monstros tem mesmo esse poder, pois pelo poder de manipulação que tem, conseguem manter suas vítimas psicologicamente cativas à sua vontade.
Esse absurdo é uma prova mais do que suficiente de que eles não só não representam Deus na Terra, como não são cristãos verdadeiros, são psicopatas. Não são padres nem pastores, são homens “maus“, de natureza má, que veem nesses títulos a possibilidade de enganar, humilhar pessoas, violentar pessoas e crianças indefesas.
Mas Deus está cansado disso tudo, e está fazendo uma limpa nos seus ministérios e trazendo à tona toda podridão, porque ao contrário do que se pensa quando vemos esses abusos, essa maldade toda, Deus é justo sim, as pessoas é que tem natureza ruim. Ser mau ou ser bom é uma escolha. Servir a Deus é uma escolha, é um estilo bom, humano e honesto de vida, e infelizmente há muitos “judas” ao lado de Deus em nossa sociedade, traidores do evangelho, verdadeiros psicopatas religiosos. E isso não têm nada a ver com fé em Jesus, e sim com o mau caráter desumano das pessoas.
Não espere nada de um religioso, esse não é convertido, não é transformado pelo poder do Espírito Santo, pelo poder da palavra de Deus. Apenas está ali como um oportunista barato, porém perigoso, que faz da fé das pessoas sua principal arma para matá-las espiritualmente e psicologicamente.
Muitos conseguem com extremo requinte de maldade destruir a fé de pessoas verdadeiras ingênuas, e envergonhar o verdadeiro evangelho o evangelho do amor da paz entre os homens, mas a esses falsos profetas, Deus reservou o lago do fogo do inferno
“E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou. E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre” – Apocalipse 20:9-10
Livro: Psicopatas da Fé
Marisa Lobo
Editora Fôlego.
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