A ressurreição de Cristo é o cerne da pregação Apostólica no livro de Atos. O principal foco da pregação de Pedro e dos demais apóstolos é a ressurreição de Cristo dentre os mortos e o significado redentor deste ato de Deus para com a humanidade.
Paulo dizia: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.” (I Co 15:14)
A ênfase de Paulo neste argumento é de dizer que este evento, mesmo que isolado, é de suma importância para o cristianismo, pois é a base deste, assim como a morte de Cristo.
Há um fato histórico de que Cristo morreu crucificado. E juntamente com Cristo, morreram as esperanças de seus discípulos. A esperança dos seguidores de Jesus era de um reinado teocrático terreno. Em Atos 1:6 os discípulos perguntam a Jesus: “Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?”, aqui vemos que o pensamento dos discípulos era uma esperança temporal e terrena.
Quando Jesus morreu, os discípulos perderam qualquer esperança que tinham.
Percebemos isto com os discípulos a caminho de Emaús. Eles já não mais sabiam o que fazer. Quando Jesus foi aprisionado, seus discípulos o abandonaram, alguns observaram a crucificação à distância. Aparentemente, somente um de seus discípulos esteve presente na hora de sua morte. E nenhum deles teve coragem de solicitar o corpo de Jesus para sepultá-lo. Um membro do Sinédrio, foi quem teve esta coragem.
Não foram os discípulos que viram o túmulo vazio de Jesus (deviam estar escondidos com medo) e sim as mulheres que tinham ido cuidar do corpo de Jesus.
Desta maneira, vemos que a morte de Jesus significou a morte de qualquer esperança que eles tinham.
Contudo, em poucos dias tudo isto mudou. Estes homens galileus que seguiam a Jesus passaram a proclamar uma nova mensagem em Jerusalém: que Jesus é o Messias, que Ele havia ressurgido dos mortos e sua morte era a justiça de Deus sendo satisfeita para a remissão de pecados mediante o arrependimento.
Qual foi o motivo de tamanha mudança no comportamento daqueles discípulos?
A resposta do Novo Testamento é que Jesus ressuscitou dos mortos.
Existem alguns fatos que não podemos ignorar, que são atestados pelos Evangelhos:
– Jesus foi morto;
– E com isso a esperança dos discípulos também morreu;
– O Desânimo e frustração dos discípulos é transformada de forma abrupta em confiança e certeza;
– O túmulo estava vazio;
– Já era comum entre os judeus a crença na ressurreição, não foi um fato novo.
Diante disto, existe a questão para a crítica história: O que aconteceu? Que evento “histórico” criou a fé na ressurreição e produziu a narrativa das aparições do ressuscitado e do túmulo vazio?
A crítica histórica forneceu diversas soluções para este problema.
1) Os discípulos roubaram o corpo e o esconderam dizendo que Jesus havia ressuscitado.
Objeção: Aqui vemos uma inconsistência no argumento pois caso os discípulos tivessem escondido o corpo, estariam vivendo uma mentira, e dificilmente estariam dispostos a morrer por uma mentira. Este fato não explica como suas frustrações e medos se tornaram em um curto espaço de tempo em coragem e disposição até o martírio como aconteceu com Pedro, que negou a Jesus e depois, segundo a tradição, foi crucificado de cabeça para baixo por causa da fé em Jesus.
2) Jesus não morreu. Apenas desfaleceu, em virtude da fraqueza e da perda de sangue. A frieza do túmulo e todo o contexto onde estava o teriam revigorado.
Objeção: Este argumento é totalmente descabido. Caso Jesus não tivesse morrido, isto o teria no mínimo o deixado completamente debilitado. Vemos que pouco tempo depois de seu “desaparecimento” ele caminha com os discípulos para Emaús. Isto seriam 7 milhas, isto seriam 11 km. O mesmo Jesus que teve cravos fincados em seus pés, andou por 11 quilômetros com os discípulos normalmente após ter saído da cruz? Qualquer um com uma unha encravada não conseguiria fazer isto, imagine depois de uma estaca ter atravessado seus dois pés.
3) Maria perdeu-se no jardim e viu o túmulo errado. Viu o jardineiro e pensou que era Jesus.
Objeção: Este argumento não explica a aparição de Jesus para os outros discípulos posteriormente.
4) Os discípulos tiveram experiências reais, porém subjetivas e não objetivas. Os discípulos tiveram visões reais, que pensaram que Jesus estava vivo.
Objeção: Os evangelhos estão repletos de termos de contatos físicos e objetivos com Jesus. E o que de fato teria causado estas experiências subjetivas? E como explicar que mais de 120 pessoas tiveram a mesma visão ao mesmo tempo?
Podemos perceber que Jesus de fato ressurgiu dos mortos trazendo esperança aos seus discípulos e ascendeu aos céus de maneira que o Espírito Santo desceu aos seus seguidores, os capacitando a ir pregar o evangelho com intrepidez a todo o mundo. Porque Jesus ressuscitou temos a esperança que também ressuscitaremos com Ele no último dia. Esta é a nossa esperança.