Por ocasião da morte da ex primeira dama, Marisa Letícia Lula da Silva, as redes sociais brasileiras presenciaram um fenômeno de ódio e intolerância jamais visto neste país. Sem a mínima vergonha ou constrangimento, pais de família e cidadãos de bem – usufruindo do aparente anonimato virtual, deixaram florescer personagens odiosos, criminosos e psicopatas que fariam qualquer vilão de drama noveleiro parecer um boneco. Estou falando de médicos, advogados, políticos e pessoas comuns que sem a mínima vergonha destilaram o mais profundo veneno e rancor por conta do sofrimento de um semelhante. Foram milhares pedindo que se desligassem as “máquinas” que mantinham em vida, Dª Marisa. E outras centenas que mandaram a “jararaca” morrer na fila do SUS.
E o pior: tais coisas não vinham de bandidos atrás das grades ou adversários políticos. Vinham de gente comum, gente que a gente se esbarra na rua, na vida. Enfim, perdeu-se o respeito e todos sabemos bem onde isso pode levar.
Respeito é linha fina. Sem ele, o mundo não anda, relacionamentos são desfeitos e a ordem social se quebra. Sem ele, Trump vai ter um tempo de governo muito ruim. Sem ele, nem eu e nem você veremos futuro.
Mas então, como explicar este fenômeno animalesco que toma conta das redes sociais e do Brasil?
Fica até difícil perguntar aos psicólogos, quando muitos deles, em nome de bandeiras, estão acirrando guerras e promovendo sentimentos de ódio entre setores da população.
No entanto, não deve ser tão difícil assim imaginar a razão porque estamos vendo este fenômeno do mal tomar conta do nosso país que até pouco tempo era “leve, feliz, unido e de bem com a vida”: em nossa sociedade falta justiça, perdeu-se a confiança nas instituições, o povo é manipulado pela mídia e/ou líderes, leitura e pesquisa não fazem parte da cultura e a crise financeira desestabilizou milhões de famílias. Este é um barril de pólvora prestes a explodir.
Respeito, educação e caráter. O que vem primeiro? O que é mais importante? Enquanto voltamos à idade da pedra, é bom lembrar que a morte da Dona Marisa nos conta que nem LULA é Satanás e nem Bolsonaro é Messias.
Por isso, busque o equilíbrio e abra a boca com temor. Independente das circunstâncias escolha falar VIDA em favor da Vida. Por que muito ainda neste “mistério” há de ser revelado.
Há tempo para todas as coisas. Mas não para o desequilíbrio. Um dia todos nós podemos nos arrepender das coisas que falamos e desejamos ao próximo.