Já nos anos 1960 era moda entre progressistas negar ao povo judeu o direito de ter o próprio Estado. É claro que os progressistas – que agem como se monopolizassem as virtudes – não se assumiam como anti-semitas. Eles tinham outro nome: anti-sionistas.
O sionismo defende simplesmente que os judeus têm direito à autodeterminação e à existência de um Estado nacional. Os anti-sionistas negam isso. Eles acreditam que o sionismo é um movimento político de invasão e rapinagem de terras alheias por judeus.
Lembra um pouco o discurso dos velhos nazistas, não é mesmo?
Os nazistas queriam os judeus fora da Europa porque entendiam que eles eram ladrões, invasores, intrometidos. Os anti-sionistas querem os judeus fora da região palestina porque lá eles seriam invasores, intrometidos e usurpadores de direitos dos palestinos…
Voltemos aos anos 1960.
O pastor Martin Luther King vivia na pele os horrores enfrentados por ser parte de uma minoria perseguida e odiada. Ele sabia que a ideologia, a religião e falsificação histórica poderiam ser usadas para justificar o ódio e a violência contra um segmento específico.
Quando os progressistas da época buscaram o apoio de King para a causa “anti-sionista” a resposta daquele pastor batista negro, do Sul dos Estados Unidos, foi uma memorável síntese do encontro da força da verdade e da beleza da coragem:
“O anti-sionismo é inerentemente anti-semita. É a negativa ao povo judeu de um direito fundamental que justamente clamamos para os povos da África, com o quê, livremente, outras nações do globo se põem de acordo. É discriminação contra os judeus porque eles são judeus. Resumindo, é anti-semitismo”.
Martin Luter King sabia que, no fundo, o anti-sionismo quer apenas atacar a legitimidade da existência do Estado de Israel, negando ao povo judeu o direito básico a sua própria pátria.
Como um negro perseguido na América, o pastor batista entendia perfeitamente como o sistema legal, a religião e a política podem ser pervertidos para destituir homens de direitos básicos. Para isso basta transformar indivíduos diferentes em uma caricatura coletiva.
É o que os críticos de Israel fazem – inclusive os evangélicos – quando ignoram fatos históricos para tratar os israelenses como uma entidade coletiva sinistra que paira sobre o Oriente Médio para fazer chover mísseis da morte.
Em 2000 o árabe Yasser Arafat e o judeu Ehud Barak se encontraram em Camp David, nos EUA, para tentar um acordo e dar fim ao ciclo de violência. Ehud Barak ofereceu a proposta que hoje todos acusam Israel de negar: dois Estados para dois povos e Jerusalém partilhada.
Barak ofereceu a proposta com apoio da ONU e dos EUA. O que fez Arafat? Negou para atender aos caprichos dos fascistas islâmicos que não aceitam acordos com a “entidade sionista”. Eles odeiam tanto os judeus que preferem a guerra permanente.
Não se engane. O emocionalismo barato, as fotos montadas, a ideia de que o “povo judeu” é todo formado por gente má e que gosta de matar: tudo isso é anti-semitismo disfarçado de apoio a uma causa que os próprios palestinos jogaram no lixo para continuar em guerra.
Não se engane. Quando alguém se credenciar como “anti-sionista” lembre das palavras de Martin Luther King: “o anti-sionista é um anti-semita”.