Liberdade sempre foi um sonho pelo qual os homens lutaram e chegaram até as últimas conseqüências pela ideia de sua concretização. Por ela, nações grandes e pequenas guerrearam e derramaram sangue.
A liberdade é um desses ideais utópicos que, assim como a justiça, por exemplo, é buscada e clamada por todos em todas as sociedades. Chamo de utópico, justamente pelo fato de que, acredito, nunca tenhamos visto sua manifestação plena na existência humana. Ou seja, se eu perguntar pra alguém sincero e inteligente se já viu a justiça ou a liberdade em sua plenitude, estou certo de que gaguejará, pensará, tentará se lembrar, mas não irá achar esse momento na história humana.
Em meu ideal de liberdade, vejo que ela é uma virtude superior que só pode ser encontrada na vida daqueles que têm em si o Espírito de Deus. Pela Bíblia foi dito que “onde o Espírito habita, ali há liberdade”.
Ser habitação do Espírito de Deus é privilégio de seus filhos, os quais não nasceram da vontade dos homens, tampouco de suas instituições, mas da vontade e do gosto do próprio Deus, o Pai espiritual da Igreja Viva, com quem se relaciona através de uma comunhão vinculada por princípios de seu Reino, entre eles, de amor, humildade, tolerância, transparência, justiça, verdade, identificação e, lógico, liberdade.
É impossível descrever em poucas linhas a plenitude da revelação de como se baseia o relacionamento do Pai conosco, mas é possível afirmar que uma das principais características dessa relação é a liberdade.
Deus concedeu a cada um de nós vias de pensamento e ação individualizadas, dotando-nos do poder da livre escolha perante as situações da vida. Costuma-se chamar isso de livre arbítrio!
No Evangelho, precisamos ser livres para pensar, agir e expressar. Quando este princípio é corrompido ou simplesmente arrancado da vida dos indivíduos crentes, quebra-se uma instituição legítima firmada por Deus em favor da humanidade.
Eu acredito que nossa geração deve se comprometer em gerar discípulos de Jesus, que tenham a liberdade de decidir por si mesmos seus rumos, suas visões ministeriais e sua jornada no Evangelho.
É cansativo ver como as igrejas evangélicas, sob o falso argumento da unidade da visão, têm manipulado a mente da coletividade, tentando a todo custo manter as pessoas cercadas por teologias absolutistas e axiomas espirituais.
Para quem é livre mesmo, fica fácil observar essa prática de domesticação de mentes, que insemina frases feitas, jargões com aparência de sabedoria e profundidade e leis que parece apontar para a humildade, as quais geram filhos de uma religião maligna, que só afasta eles próprios e o mundo ao seu redor do Deus Vivo.
Quero participar de uma obra que aponta num rumo ousado, que ensinar uma geração acerca de um avivamento baseado no livre pensar e no refletir por si próprio, que conduz indivíduos a adquirir sua experiência pessoal com Deus, por um Evangelho que é, ao mesmo tempo louco e racional, poderoso e real.