Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós (Efésios 4:6)
Atualmente se fala muito mal contra as igrejas evangélicas entre e para os próprios crentes. Detalhe curioso é que esse “empenho crítico” tem se notado mais entre os “formadores de opinião do meio”. Escrevermos para a edificação de outros irmãos da família de Deus que são integrantes locais de várias denominações, e é uma tarefa indelével. Necessitamos ressaltar muito mais as virtudes da igreja inconformada, amorosa, despegada da terra e plugada no Reino de Deus e não os pecados daqueles que achamos representar o caos. Pra isso, precisamos abandonar nossos julgamentos herdados e calçar as sandálias da humildade, pra começo de conversa.
A razão que tentamos justificar para tanto esforço na composição de textos criativos e outros até apelativos contra a igreja aqui da terra, é o de denunciar falsificadores da palavra em seu meio; descortinar balcões de negócios em seus átrios, revelar a existência de feudos pastorais em cercanias campais e principalmente expor os descaramentos midiáticos que apelam a uma fé de dinâmica tão simplesmente monetária e etc. Neste ponto estamos com a razão; mas, a questão é que tanta beligerância no combate aos perigos do falso evangelho nos fizeram ignorar que absolutamente a igreja evangélica do Brasil não é feita só desses maus exemplos!
A vida da igreja evangélica neste país é caórdica (combinação homogênea de caos e ordem). Exatamente, pois sua formação é essencialmente mista de experiências, é denominacionalmente distinta por sistemas de governo, paradoxal em posições teológicas e antagônica na interpretação bíblica de grupo para grupo. Esse pano de fundo complexo é a realidade religiosa do mundo cristão em seu hemisfério evangélico, daí a dificuldade de tentar impor qualquer visão igualitária ou fazê-la prevalecer sobre a “vida” do mesmo – pois é uma mistura de gente, reunindo-se em templos sob diferentes lideranças, seguindo doutrinas conflitantes e lendo a bíblia de forma também variante.
O caos da igreja é o que todo salvo em Cristo combate todo dia, é o que ganha destaque em nossas colunas. Mas, e a ordem trazida pela igreja? Sinceramente precisamos mostrar mais desse equilíbrio tão rejeitado, questionado e posto em dúvida por alguns de dentro da própria barca evangélica. Posso dizer que na composição “dual do perfil evangélico” o que nos une é o comum; pois todos buscamos servir ao mesmo Deus, aceitamos o mesmo salvador, recebemos o mesmo consolador, estudamos as mesmas escrituras e vivemos sob as mesmas promessas – o resto é o agito do caos, é a debandada do cristão deste confuso planisfério religioso – mas nem por isso posso iludir-me ou decepcionar-me que o caos é a performática mais expressiva da igreja evangélica nacional, e que ela personifique somente aproveitadores, vendedores de bênçãos, homofóbicos, pedófilos e sujeitos sem os autênticos predicados do evangelho de Cristo.
Artigo com continuação.