Companheiros do Caminho,
Graça e Paz.
Condicionalismos podem-nos bloquear a comunhão com Deus, é a minha meditação que desejo compartilhar com o Companheiro do Caminho.
Condicionalismos podem ser, entre outros, geográficos e situacionais. Um exemplo de condicionalismo geográfico é-nos descrito nas Escrituras:
“Junto aos rios de Babilónia nos assentámos e chorámos, lembrando-nos de Sião. Nos salgueiros, que há no meio dela, pendurámos as nossas harpas. Porquanto aqueles que nos levaram cativos, nos pediam uma canção; e os que nos destruíram, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de Sião. Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estranha? Sl. 137:1-4“
Os israelitas que foram deportados pela vontade de Deus para a Babilónia, perderam a presença de Deus e viviam da saudade da Pátria. Dependuraram as harpas nos salgueiros e choravam por Sião. Regeitaram cantar em terra estranha porque pensavam que estavam a cantar, não para Deus mas para os que os queriam ouvir.
As fronteiras geográficas condicionam muitas pessoas porque não têm a noção de que Deus está em toda a parte e é o Senhor de tudo. Nós também nos deixamos condicionar, por vezes quando não estamos no habitat mais desejável, a nossa igreja local. É lá que gostamos de cantar porque nos habituámos em admitir a presença de Deus na casa da igreja a quem muitos chamam de templo.
Outro condicionalismo que chamarei situacional é o caso de com mais facilidade orarmos na igreja local onde participamos. É ali também que adoramos a Deus. É como se condicionássemos Deus àquela situação por nós idealizada.
Não é fácil orar sozinho, no nosso quarto e fecharmos a porta, mas esta é a regra para aqueles que buscam o Pai em oração.
Jesus garantiu estar presente quando dois ou três se reunissem no nome d’Ele. Parece ser mais fácil orar e adorar em grupo. Penso que a dificuldade reside no facto de que precisamos ser ouvidos e presenciados. Por esta razão é que no Sermão da Montanha Jesus ensinou que não deveríamos ser como os fariseus hipócritas que gostam de levantar as mãos e orar nas esquinas para serem vistos pelos homens.
No livro, Encontro Real do Bispo Roberto McAllister, o autor discorre sobre a dificuldade do homem se encontrar com Deus. Alguns fantasiam quem Deus é e de acôrdo com o seu modo de ver O consideram como um pai natal, um pai desejoso de dar coisas boas aos filhos, procurando com isto fazer Deus à moda da sua própria imaginação. A dificuldade é estar de cara com cara com o Deus real. Um homem de verdade, sem máscaras de hipocrisia, vai ao encontro de Deus, como um pecador arrependido e isto pela graça
de Deus, mediante a fé.
Outro condicionalismo que muito dificulta a comunhão do homem com Deus é a ignorância àcêrca das Escrituras.
“É certo que sem fé é impossível agradar a Deus Hb 11:6“
No século XX houve um grande despertar para a fé, na fé. Ao pretender ensinar a fé, alguns textos serviram como se de uma mecânica engenhosa se tratasse. Você acreditava que Deus lhe ia dar alguma coisa que você queria e depois fazia um esforço mental para que não duvidasse que iria receber o que fosse que quisesse e se, se mantivesse, capaz de o realizar, logo lhe era concedido. Esta doutrina conduziu muita gente à desgraça espiritual. Baseava-se no condicionalismo de receber se provasse a condição de ser ca-
paz de receber. Não raras foram as pessoas a quem fui chamado a assistir por estarem desiludidas com Deus ou duvidando até mesmo da Sua existência.
Ora a fé está sujeita a condições, conforme as Escrituras, nos ensinam, a saber:
Deus só nos perdoa se nós perdoarmos àquele que nos ofende. Sem perdão não há perdão. Ainda que possa apresentar uma engenharia de textos bíblicos para provar o contrário.
Também só colhemos aquilo que semeamos porque Deus não se deixa escarnecer. Se nada semear nada colherá, ainda que tenha a teologia da tal fé.
Sem misericórdia ninguém terá misericórdia de si exceptua-se Deus que o quer sempre alcançar ainda que não tenha misericórdia do seu próximo.
Ainda que jejue 40 dias, leia a Bíblia toda e use do tal ensinamento de fé, senão amar os que o perseguem e dizem mal de si, jamais será perfeito. Finalmente existe um condicionalismo para nos encontrarmos com Deus e para alcançarmos as graças que Ele dá quando nos aproximamos do Seu trono porque Ele é galardoador dos que O buscam pela prática das obras que são a fé daquele que crê, Tg. 2:20-22.
Um abraço do
Amilcar e da Isabel Rodrigues