“Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? … Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás e já não andavam com ele”. João 6:60, 66
Na igreja de nossos dias, grandes mentiras têm sido disseminadas no fértil campo de mentes crédulas e fracas. Fantasiados de princípios de bênção, sofismas teológicos têm se propagado numa reação em cadeia incontrolável e sem precedentes na história.
Na medida em que a liberdade de pensamento e expressão se tornam direitos cada vez mais sólidos no mundo ocidental e cristão, uma infinidade de novos conceitos e reflexões da Verdade bíblica são lançados diante de nós.
Dentre esses muitos conceitos heréticos, está um que afirma que a multidão é símbolo de prosperidade e bênção, ou seja, quanto maior o rebanho do pastor, mais ele tem em si a bênção de Deus e mais especial e reconhecido é seu chamado diante dos colegas de ministério.
Mensuramos, então, o homem de Deus por seus feitos e conquistas notáveis, tudo nos padrões de sucesso idênticos aos do mundo, ainda que este corra para a perdição.
Penso, observando a perspectiva da vida natural do Cristo, que o que é bom para o mundo, normalmente, não é bom para o crente. Aquilo que há no mundo, os desejos da carne, dos olhos e a soberba da vida, conforme revelação de João em sua carta, não deve ser almejado por nós.
Contudo, não é bem assim que temos visto o desenrolar dos fatos da vida eclesial!
Testemunhamos um desejo desenfreado por conquista de territórios e populações inteiras para o segmento do Evangelho, mesmo que isto não passe de uma grande, gananciosa e maldita utopia humana.
De fato, esse povo fica dando migué de que estão fazendo tudo para Deus, mas não passa de discurso hipócrita que é a antítese do exemplo da vida de Jesus, como vemos no texto lá de cima, o qual, em completo desapego à necessidade da aprovação ou de ser seguido por uma grande multidão, abre caminho para que façam o que quiserem, do tipo: “fiquem ou saiam”.
Jesus deu um discurso que acabou mandando todo mundo embora! As pessoas não suportaram a profundidade do compromisso que envolvia sua revelação pessoal do Evangelho, com uma aliança de sangue e carne, de vida e morte, até às mais extremas conseqüências.
Com sua atitude, o Senhor chacoalhou seu Corpo, confrontando as motivações do coração de cada seguidor, obrigando-os a tomar uma decisão objetiva: ficar ou sair!
A Igreja de hoje não tem coragem de sacudir sua estrutura por medo de perder seguidores e ficar menor. Isto seria símbolo de derrota! Contudo, tenho visto que precisamos urgentemente, tal com um cão pulguento, dar uma boa chacoalhada no esqueleto pra ver se conseguimos desgrudar essa geração de pulgas e carrapatos que nada fazem, nada sonham, só sugam até onde puderem, querendo sempre desfrutar de todos os benefícios que o Sangue de Jesus pode lhes proporcionar, sem colocar em risco suas próprias vidas em favor da Obra.
Chega de parasitas!