O fenômeno que hoje assusta as lideranças religiosas — embora elas não digam nada sobre o assunto, e, ao contrário, celebrem sucessos… —, é o do crescente grupo dos desigrejados; ou seja: dos que foram gente da “igreja”, mas que, agora, não conseguem nem mais passar na rua da “igreja/prédio”…
Ora, esse fenômeno é novo em tese, embora faça 25 anos que eu diga que já começava a ser assim naquele tempo; não nos volumes de evasão massiva da atualidade. Todavia, tenho vários livros escritos que afirmam o que acabei de dizer, e inúmeros artigos meus, do passado, os quais denunciavam o que inevitavelmente aconteceria.
Os frequentadores dos Congressos da Vinde do meio da década de 80 em diante […] me ouviram dizer isto inúmeras vezes. E os livros que publiquei na época são o testemunho escrito de que eu dizia isto então; e não apenas hoje, em razão das Estatísticas do IBGE.
Porém, no meio religioso, as coisas somente são dadas como fato quando não há mais como negá-las!…
Naquele tempo, todavia, quando eu me sentia ainda parte do movimento “evangélico” e fazia tudo para mostrar ao mundo que ele não era tão feio e abjeto como de fato já era […]; minha consciência me mandava gritar para “dentro da igreja” — e eu era ouvido aos milhões, só não era crido no que dizia, pois, então, não era conveniente para os líderes que se ajuntavam aos milhares para me ouvirem, crerem no que eu dizia… — que aqueles novos “movimentos”; a saber: os movimentos de “crescimento de igreja”, da “Teologia da Prosperidade”, da “Barganha Financeira com Deus”; e também o movimento de “Comercio de Música Gospel”, de “testemunhos circenses”, de “Quedas no Espírito”; e, sobretudo, acerca dos movimentos Neopentecostais que tiveram na IURD seu berço nacional, mas que se expandiu por quase todas as “igrejas”, exceto algumas “históricas”… Sim, que aqueles movimentos acabariam com o que restava de Igreja na “igreja”.
Era óbvio que os mais pensantes e sensíveis não suportariam aquele surto muito tempo. Cansariam e não aguentariam para sempre aquela histeria…
E mais: era também óbvio que os enganos apareceriam em meio às inevitáveis frustrações, às doenças que não ficariam curadas pelas “determinações”, às falências não impedidas pelas “palavras rehma”; bem como pelos objetivos financeiros não alcançados pelas muitas correntes…; isto sem falar nos inúmeros escândalos financeiros e sexuais, como também pelos exageros impensáveis nas expressões de riqueza desses tais “Senhores de Engenho Eclesiástico”.
Naquele tempo para mim era óbvio. Hoje, até para os que então me consideravam exagerado, ou para os que naquele tempo ainda eram meninos ou nem faziam parte dessa história que narramos […] —, tudo isto, todavia, é fato secularmente determinado de modo estatístico.
Muitos, porém, lembram-se do que falávamos […]; embora, hoje, desejem esquecer de que há décadas venho dizendo estas coisas!
Hoje, esses desigrejados estão se entregando ao cinismo em relação a tudo, ou ao esoterismo, ou ao Espiritismo, ao agnosticismo, ou até ao Ateísmo Psicológico — do tipo que diz: “Se Deus era aquilo no que eu cria, e o que eu cria era mentira e engano de homens; então, Deus não existe!”
Milhares, entretanto, foram encontrando o Evangelho no meu site há não mais do que oito ou nove anos… Naquele tempo quase ninguém ousava dizer o que o www.caiofabio.net dizia; e eu era criticado e dito como sendo um amargurado por quase todos. Hoje vejo centenas dizendo as mesmas coisas como se elas não tivessem sido negadas veementemente por muita gente boa que hoje as corrobora.
Milhares também vêm sendo reagrupadas em fé simples pela Vem e Vê TV e outros meios de ensino, especialmente na Internet. Entretanto, não foi o IBGE quem me esclareceu acerca disso, mas a vivencia nas entranhas da “igreja”; e isto durante décadas de genuíno amor pelos “evangélicos”; coisa essa que, mesmo hoje, jamais morre no meu coração […]; embora eu tenha decidido viver como um “marginal do movimento” a fim de poder ajudá-lo gritando de fora […]; ainda que eu saiba que a História virá um dia a dar o testemunho de que poucos foram tão evangélicos neste país quanto eu fui e ainda sou; sendo que o sou apenas por amor ao Evangelho, bem como por milhões de irmãos que não sabem discernir entre a mão direita e a esquerda.
Hoje, todos os dias, atendo milhares de pessoas no site e na Vem e Vê TV, e a maioria delas são as adoecidas por esse fenômeno maligno que hoje gera os desigrejados; ou os cínicos e magoados quase incuráveis que hoje são as vítimas dessa desgraça que nos assola implacavelmente.
Minha oração, no entanto, continua a mesma; ou seja: que os olhos dos que ainda estão no engano se abram; e que os que saíram, mas que mergulharam no cinismo e na mágoa, possam ainda renovar seus corações na esperança do genuíno e simples Evangelho.
Afinal, Jesus Ressuscitou; e, por isto, o sonho não acabará jamais!
Nele, em Quem o ter estado certo nas previsões somente me entristece [Deus o sabe!], pois, de fato, gostaria de ter estado enganado o tempo todo,
Por Caio Fábio