A Bíblia é uma coletânea de grande conteúdo! Incrível sua capacidade de ultrapassar tempos, eras inteiras e de definir tão profunda e integralmente a alma humana, individual e coletiva.
Ela não se prende a dispensações e perspectivas limitadas a grupos, sistemas ou épocas – embora muitos insistam em aprisioná-la dentro de seus próprios e convenientes conceitos.
Nas inúmeras histórias contidas na Bíblia, somos capazes de nos conhecer melhor, de entender melhor nosso meio ambiente, a história humana que se repete, a filosofia e o conhecimento que se renovam, os vícios que persistem. Enfim, é um livro profético extremamente útil para o auto conhecimento! Pena que seja largamente utilizado como ferramenta opressora, delimitadora e legalista.
Hoje me lembrei, enquanto tomava banho, do episódio de Esaú, irmão de Jacó, quando aquele, passando por momento de extrema necessidade (fome), fez um mal negócio com seu irmão mais novo, vendendo sua primogenitura pelo preço de um prato de lentilhas.
Muitos aqui conhecem essa história, mas ela me veio à mente hoje e teve renovado sentido pra mim, enquanto pensava em minhas próprias escolhas e também nas de alguns amigos, companheiros, ou ex companheiros de jornada de fé cristã.
Fiquei pensando em quantas vezes me foi oferecido um pagamento para que eu trocasse minha vocação pessoal. Quantas vezes, para aplacar o desejo ou alguma necessidade momentânea, fui tentado a abandonar minha identidade, minha predestinação.
A vida nos oferece muitas oportunidades, possibilidades. No entanto, tenho pra mim, que a pauta de minhas atitudes devem passar sempre pela chancela de minha identidade.
Quem eu sou, pautará minha atitude. Para isso, preciso me conhecer, reconhecer o objetivo para o qual fui criado e gerado neste mundo mau e opressor.
Estamos sob constante ataque por aqui. Temos muitos inimigos da alma e o que eles querem é roubar nossas identidades, tirar de nós aquilo que somos, desfigurar nossa auto imagem e destruir a individualidade tão prezada e artisticamente construída por Deus em cada ser humano.
Abaixo à ditadura de comum, do convencional, do igual, do certo, do moral, do ético, do correto. Quero ser quem sou de fato, viver minha individualidade diante deste mundo e não vou trocar essa dádiva divina por um alimento que não é capaz de matar minha fome existencial.
Eu sou o que sou, não me vendo, não me troco, não estou pra negócio, não me importa o preço.