A rotina da fé acontece quando o homem deixa de ser íntegro no seu viver diante de Deus.
Jesus advertiu os que o ouviam à cerca, das vãs repetições, Mt 6:7. O perigo da rotina consiste no pronunciamento de orações ou até mesmo de textos das Sagradas Escrituras em que o coração está ausente. Sabemos que é com o coração que se crê para a justiça e com a boca se confessa a nossa fé, Rm 10:9,10.
Para aviso nosso está escrito: “E não nos prostituamos, como alguns deles fizeram; e caíram num dia vinte e três mil. E não tentemos a Cristo, como alguns deles também tentaram; e pereceram pelas serpentes. E não murmureis, como também alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor, I Co 10:8-10“.
O que se passou naquele deserto abrasador foi que o povo de Deus que tinha saído do Egito a caminho da terra prometida deixou-se envolver por sentimentos rotineiros provocados pela mesmice das repetições e perderam o alvo da sua fé em Deus que os seguia, os alimentava com o Maná e lhes deu água para os dessedentar, e porque não creram que todos estes sinais eram a presença de Deus acabaram por construir um bezerro de ouro, um deus à sua própria medida de ausência de fé.
Todos nós experimentamos de alguma maneira a rotina. Quantas vezes não cantamos, por cantar, participamos da Ceia do Senhor sem considerarmos o Corpo e o Sangue de Cristo, ouvimos mensagens em que o coração não arde, gritamos amen, aleluias sem convicção do que estamos a dizer.
Quando nos congregamos por vezes não discernimos o próximo como nosso irmão e lisonjeamos com saudações frias porque o coração arrefeceu.
É preciso pois quebrar a rotina e só pelo Espírito Santo o podemos alcançar. As liturgias de algumas igrejas evangélicas foram planeadas pelo homem e esta é uma das causas de os cultos se tornarem enfadonhos ou excitantes “shows” em que se promove o entusiasmo sem “Theo”, Deus.
Ora, as Escrituras também nos ensinam o que fazer quando nos reunimos, a saber:
“Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação, I Co 14:26“.
Algumas igrejas têm procurado sabiamente os cultos nos lares onde é mais fácil a dinâmica de quebrar a rotina com a participação da ação direta do Espírito porque só Ele é apto para nos sondar e falar em nós até com gemidos inexprimíveis, renovando-nos n’Ele, o Senhor da igreja, o Renovo.
Fraternalmente,
casal com uma missão,
Amilcar e Isabel Rodrigues