O coração do homem é uma fábrica de ídolos – João Calvino
Por Érica Pavão
É tão comum vermos pessoas idolatrando outras pessoas ou coisas, com ou sem consciência disto. A memória de alguém, um objeto, um ator famoso ou uma banda. Será que é natural do ser humano se apegar a qualquer coisa que não seja Deus? Os cristãos protestantes estão livres disso?
Quando falamos em idolatria, a primeira ideia que nos passa pela cabeça é o Catolicismo Apostólico Romano. “Eles adoram imagens de santos”, a maioria de nós fala. Na verdades, segundo os próprios católicos, eles não os adoram, só Deus é digno de adoração, os santos são venerados. Qual a diferença? Adorar significa prestar culto a, ter muito amor a e venerar ter estima respeitosa por; tratar com muito respeito, ter em grande consideração. Mas sabemos que temos acesso a Deus por meio do sacrifício de Cristo e não precisamos de intercessores entre nós e o Pai (Romanos 5.1-12), e todo que pedimos, Ele nos ouve (Salmos 21.2; 32.6;86.6;116.1;130.2;140.6;143.1). Ora, se precisamos que alguém fale com Jesus para Ele falar com Deus, para que Jesus veio? A idolatria dentro do Catolicismo é forte e seria assunto para outro post já que este aqui tem outro objetivo.
A idolatria não é exclusividade dos católicos. Qualquer um que tome uma pessoa, um animal ou um objeto como sendo perfeito, imaculável, perfeito e a única razão de viver é idólatra. No ambiente evangélico (como foi deturpado o sentido desta palavra!), a idolatria é notada quando um pastor, ministro, apóstolo, ancião ou sei lá o que se torna mais importante que Deus. Se você vai à igreja só porque o fulano de tal opera milagres e pode te curar, é a ele que prestará culto. Se o cantor ciclano fez uma música nada a ver com a Bíblia e todo mundo diz que ele está errado, você o defende com unhas e dentes e não enxerga pelo menos a possibilidade de isso ser verdade, ele é seu ídolo. Um “evangelho” que tem mais bençãos que sacrifício não é o verdadeiro.
Muitos usam o nome de Deus para ganhar dinheiro, fama, reconhecimento. Já li grandes tele-pastores dizerem que “usar o dinheiro da Igreja para ajudar os pobres é desperdício de recursos. Isso é obrigação do Governo”, enquanto eles enriquecem como um empresário bem-sucedido. Os ídolos da música “góspi” só cantam se o cachê estiver pago, com camarim exclusivo, frutas selecionadas, água benta, Coca-Cola Light e nada de fritura (porque quem é gordinho não faz jejum) – essas exigências eu inventei, mas do jeito que anda, duvido se está totalmente errado. GUARDA-COSTAS??? O cantor que se diz cristão tem medo de morrer ou tá se achando a Whitney Houston. Não confia em Deus para guardá-lo, prefere um par de bruta-montes para segui-lo… como vai cantar a ONIPOTÊNCIA de Deus então (contraditório, não?)???. Amar ao próximo como a ele mesmo é piada, né! Ele pode ser rico, o outro… não deu o trízimo do salário mínimo que sustenta uma família de cinco pessoas, por isso que o outro está passando por dificuldades. Leia, reflita, estude, releia I Coríntios 9: “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho! Se o faço de livre vontade, tenho galardão; mas, se constrangido, é, então, a responsabilidade de despenseiro que me está confiada.” (vers. 16 e 17).
Se você curte o som daquela banda ou as pregações de tal pastor, faça algumas considerações:
- Quantas vezes ele lê ou cita (com referências) a Bíblia?
- Ele tem formação teológica de pelo menos quatro anos de estudos?
- Você está lá porque a música é boa, a pregação é abençoada ou porque precisa de Deus?
- Quantas pessoas estarão lá? Quantas apresentaram transformação verdadeira de vida após o evento?
- O que ele canta/prega condiz com a Bíblia? Você verificou na Bíblia?
- Eles se preocupam mais com o pagamento e equipamentos ou com o coração sujo e pecador do público?
O verdadeiro evangelho exige renúncia, arrependimento, reconhecimento da imoralidade que o ser humano carrega. NINGUÉM está livre de erros, nem o pastor da sua Igreja, nem o Thalles Roberto, nem o Barack Obama, nem o Papa e nem você ou eu. Uma pessoa pode sim ser instrumento de Deus na vida de muita gente, mas isso não significa que ela seja melhor que qualquer um ou mereça uma multidão atrás dela. TODOS pecaram e carecem da glória de Deus (Romanos 3.23). O problema é que o ser humano tem a fé tão pequena que se não tiver algo palpável, concreto, visível para se apegar, parece estar perdido. Você não vai ver a pessoa de Deus, não vai tocá-lo com suas próprias mãos, não vai sentir a respiração dEle quando falar ao seu ouvido. FÉ, é assim que O vemos, ouvimos, sentimos, falamos com Ele. Nenhum ser humano é capaz de te levar aos pés redentores do Senhor. Podemos mostrar o caminho e a verdade, mas quem tem que ir até lá é você. Nenhuma pessoa, animal ou objeto pode te levar ao Céu, só Jesus.
Homens se achando Deus, homens achando que homens são Deus… Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis(Romanos 1.22 e 23).
Matéria de Érica Pavão para o Blog de Érica Pavão http://erikapatricya.wordpress.com/2013/08/16/idolatria-gospel/