“Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (2 Timóteo 3.12)
Recentemente a Portas Abertas lançou a sua classificação anual dos 50 países que mais perseguem os cristãos. Como já era de se esperar, os “anticristos” da nossa geração continuam sendo o Comunismo, Extremismo Islâmico e Totalitarismo. Dados do Vaticano também apontam 2013 com o ano que mais registrou mártires cristãos no último século. Sem dúvidas, temos vivido em uma das eras mais sangrentas do Cristianismo. A cada dia que passa aumenta-se o número de mártires de Apocalipse 7 clamando ao Cordeiro por vingança.
As histórias dos mártires da Igreja Perseguida sempre me inspiram e desafiam. Como tenho me disposto a estudar a perseguição aos cristãos de forma acadêmica, procuro sempre ter alguns deles em mente, a fim de que meu trabalho não me torne insensível após ter conhecimento de tantas histórias de grande sofrimento por amor a Cristo.
Contudo, em meus poucos anos de estudo sobre a Igreja Perseguida tenho percebido alguns perigos de nos focarmos tanto nos mártires. Geralmente sentimos pelos cristãos perseguidos do Oriente Médio e da Coreia do Norte um misto de sentimentos. Os admiramos por sua coragem e os vemos como superiores a nós. Ao mesmo tempo nós sentimos culpados por não passarmos pelos mesmos sofrimentos que eles. Como afirmou certa vez um pastor da igreja subterrânea da China, essa é uma terrível estratégia que o diabo tem usado para perseguir a Igreja no Ocidente e desviá-la do verdadeiro Evangelho.
Não consigo ler minha Bíblia uma vez que sequer e não pensar em perseguição religiosa, pelo simples fato que ela foi escrita por cristãos perseguidos a cristãos perseguidos. Seguir a Cristo é um convite ao sofrimento e à perseguição. Essas foram algumas das garantias que Jesus deu aos seus discípulos ao longo de todos esses Evangelhos e o que Ele mesmo viveu. Todo cristão verdadeiro é de alguma forma perseguido e essa perseguição advém do diabo, do mundo e da nossa própria carne. É inevitável ser um cristão genuíno e não ser perseguido. Vivemos em meio a um conflito de dimensões cósmicas.
Entretanto, essa perseguição se apresenta de maneiras diferentes. Ela pode acontecer através de sofrimentos físicos intensos como no Oriente Médio, mas pode ocorrer também aqui no Ocidente. Somos perseguidos pelo diabo e por nossa carne quando nos deixamos moldar pela mentalidade de uma sociedade consumista e de valores decadentes. Somos perseguidos a negociar a nossa fé genuína por dinheiro, poder, por um cargo político e até mesmo por um horário nobre na Rede Globo. Sim, isso também é perseguição. O diabo tem usado tudo isso para perseguir a Igreja, mas não temos notado porque temos cedido à perseguição. Temos negado a nossa fé.
É por isso que devemos procurar nossos irmãos da “Igreja Perseguida” do Oriente. Precisamos da fé deles para encontrar a nossa. Entretanto, estamos ocupados demais entretidos com nossos ídolos e por isso não conseguimos encontra-los. É nessas horas que a nossa perseguição aos poucos vai começando a se intensificar. Tudo isso com o propósito de nos levar ao verdadeiro Evangelho, assim como aconteceu no livro de Atos.
Sim, o Brasil é um país onde há perseguição aos cristãos, assim como qualquer outro país do mundo em que haja verdadeiros cristãos. Nossa perseguição aparentemente pode não ser tão severa, mas existe. Do mesmo modo que o diabo tem usado o Comunismo e o Islã Radical ao redor do mundo para perseguir a Igreja porque não dizer que no Ocidente ele tem usado o Consumismo e o Humanismo?
Sim, se somos cristãos de verdade, então somos perseguidos.