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Os Templos e a Arca – II Parte

Introdução: Os Templos e a Arca da Aliança que foi o assunto do meu texto editado em 1 de Julho de 2012, é agora confrontado, hermeneuticamente com a visão de Manuel Simões, segundo o pensamento judaico, como segue:

“O Templo define um espaço sagrado e um tempo sagrado. E a sacralização de um espaço e de um tempo, ligada ao lugar e ao momento da revelação e da Aliança, situa espaciotemporalmente o tipo e o modo de relação com o divino.

Esta situação assume importância singular no judaísmo, no qual a hiero-História se antepõe a uma qualquer abordagem teológica.

No judaísmo, doutrina e prática religiosa inscrevem-se na tipologia e na História da sacralização do povo de Israel, através do paradigma sacral da residência divina (Êxodo, 25:8-9).

Num tal contexto hiero-histórico, o Templo  situa-se no “umbigo da Terra” (tabbur haares), centro e eixo do mundo lugar da visão reveladora que institui o povo de Israel.

Símbolo axial, símbolo cósmico e símbolo de duração, o Templo judaico, presentificação divina pela invisível presença de Sechiná, identifica-se com a Torah, na manifestação da sua plenitude.

O Templo, o Templo único, surge aqui, e por isso mesmo, como a figuração arquetipal do povo de Israel e das suas peregrinações. Do povo de Deus – Deus uno e invisível – guia unificador da comunidade peregrina. Figuração arquetipal que acrescenta à simbolização já referida, o símbolo escatológico que insere a comunidade judaica num tempo aberto, conferindo-lhe um sentido messiânico”.

Conclusão: A interpretação do Templo de Ezequiel ganha assim, no meu entendimento, uma confirmação reveladora.

Também confirma a teologia paulina de que na escatologia do Cristo, nós somos o Templo de Deus e não mais faz sentido a construção do templo em Jerusalém, como  os judeus pretendem erguer e isto em razão de não terem acreditado que Jesus de Nazaré é o Messias.

Fraternalmente,
Amílcar e Isabel Rodrigues,
um casal com uma missão.

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