No livro de Gênesis, observando a história de José e seus irmãos, vemos nitidamente uma das piores mazelas da humanidade: A inveja.
Sobre ela eles se debruçaram e aprenderam toda a sua “cartilha”; Mais que isso, eles a alimentaram tornando-a “parte” da família. Este monstro traidor tornara-se tão intimo que passou ao status conselheira acima até da voz da razão. Inveja faz dessas coisas…
Sem pestanejar, para retirar de suas costas o peso do recalque, eles venderam o irmão. Tão certos de suas ações até aquele momento, eles foram um pouco mais além… Mas valeria à pena; Eles finalmente ficariam livres do que poderia continuar a incomodá-los.
E o amor de irmão?
Bom, o amor de irmão era uma coisa que eles demonstravam apenas na presença do pai.
Mas não havia de forma alguma, este sentimento?
Havia. Só ficou subjugado diante do que os perturbava.
À despeito de toda essa loucura, José, o irmão inocente, não tinha culpa alguma de tal loucura. Ele não tinha simplesmente nada a ver com isso.
O mais interessante, no entanto, não é o fato deles terem vendido o próprio irmão. Deus permitiu que aquilo acontecesse. Mas se eles não tivessem a má índole tomada pela inveja, certamente, de outra forma José iria parar no Egito.
Deus age como quer, mas espera de nós uma postura de acordo com sua vontade. Como no caso da traição de Judas, a própria boca de Jesus elucida esta questão:
“… Em verdade o Filho do homem vai, como acerca dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para esse homem se não houvera nascido.”
Mateus 26:24.
De fato, não era necessária uma motivação ou atitude torpe de quem quer que fosse para que José fosse parar no Egito…
Entretanto, com requintes cruéis, eles a possuíam.
Pior ainda, eles eram unidos em suas mazelas; Fora dessa forma que invadiram a Siquém e fizeram toda a carnificina relatada no mesmo livro. Em nome da honra que apenas “historicamente” possuíam, eles mataram quase ao próprio pai de desgosto. Como se fossem “desavisados, movidos pelas forças da própria inveja, eles sustentavam-na generosamente com acordos e ameaças tão comuns e corriqueiras, que não deveriam nem notar em suas consciências a que ponto havia chegado.
Exatamente como vemos até hoje em toda a história, inclusive e assustadoramente na igreja.
Não falo da igreja instituição que há séculos mata pessoas de todas as formas possíveis em nome de Jesus Cristo, mas falo da igreja que usa deliberadamente até as cartas paulinas para manter o “poder” corrupto de alguns.
A estória é sempre a mesma… Com uma má fé que custam a perceber, nutrindo-se das observâncias feitas à igreja primitiva e repassando-as tendenciosamente, eles perpetuam-se num “poder” insano sob a justificativa da tradição “Cristã” . E aí, muita coisa muda… Digo, não muda. NADA MUDA, porque as justificativas torpes de tais dirigentes e seu “clã” não permitem que hajam mudanças.
É a oligarquia evangélica presente, apenas encoberta pelos conhecidos “planos do Senhor”… Aqueles que Deus até sabe, por sua onisciência mas que afirma em sua palavra, não ter nada a ver com eles.
Graças a Deus…
Em nome do EU muita coisa não muda nesse cenário evangélico de horrores, por conta de meia dúzia pessoas em cada igreja. Isso mesmo! a maioria das igrejas tem suas “comissões de ética” sem ética alguma, que só fazem perpetuar o reino do homem; o reino que passa longe do reino de Deus.
Algum problema com as lideranças cristãs evangélicas apenas pelo fato delas possuírem seus protótipos de “Famílias Ewing” (aquela do seriado “Dallas”) Nenhum… Apenas o fato de não ser o Espirito Santo de Deus, o seu dirigente máximo. Se fosse, desculpe, mas os tais “Clãs”, nem existiriam.
A grande diferença, entre tais “oligarquias” e o famoso seriado é que enquanto a abastada família negociava com intrigas, poder e petróleo, em nome da grana, os megalômanos evangélicos negociam mentes em busca de, nem sempre, o vil metal. Para estes, o “poder” de manterem presos a si uma multidão de fieis ou talvez um seleto grupo concordante, é sem dúvida mais sedutor.
Daí eu volto à história de José e me pergunto:
Qual o maior problema a ser tratado por Deus naquele tempo: Era a fome que José como governador do Egito poderia saciar, ou simplesmente o caráter falho e repleto de questões mal resolvidas de seus “unidos” irmãos?
Talvez você me responda: As duas coisas.
E eu concordo… Apenas lembro um detalhe: A fome, por uma obediência de José foi saciada…
Mas… E o caráter de seus irmãos?
Rogério Ribeiro.