Quem dentre nós teve a chance de receber uma boa educação dos pais ou responsáveis? Pois bem, quando criança aprendi a não entrar em discussões indevidas (e até as devidas). A não responder “à altura” dos oponentes. A buscar o caminho da paz (sempre que possível) e não buscar vingança ou justiça própria (mesmo em nome dos “nossos direitos”). É difícil de entender, mas esta é a loucura do Evangelho: do Evangelho de Jesus – d’Aquele que tendo tudo se fez pouco por amor (acho que nem Feliciano entendeu isto).
Sem faltar as escolas dominicais, cultos, acampamentos e demais festividades, meu prazer era aprender sobre as coisas de Deus. Era servir sem buscar reconhecimento. Foi nesta época que senti Deus me preparando para a obra missionária.
Apesar das dificuldades, lembro-me bem do nosso ardor pela evangelização e das experiências felizes que tivemos. Isto não foi há tanto tempo atrás, mas, desde então, muita coisa mudou no jeito de ser igreja. Naquela época havia uma cultura de reconciliação. Havia testemunho e certa pureza. O que hoje só encontramos em algumas comunidades locais.
Ai daqueles por quem me vierem os escândalos
Escândalos sempre existiram na história da Igreja. Fossem a nível moral e particular ou fossem a nível social. Mas hoje a diferença está no que se tornou uma “cultura” de escândalos do Evangelho. Basta olhar o exemplo dos líderes evangélicos em evidência e no que transformaram o evangelho no Brasil: discursos iracundos, comércio em Nome de Deus e de suas “necessidades”, perseguição, invejas, porfias, competições, palavriado chulo até mesmo quando se prega a “palavra”, manipulação descabida (ou mentiras), e as trocas de farpas favorecidas pelos instrumentos da rede. No caso de Feliciano: o twitter.
No Brasil não somos perseguidos por pregarmos o Evangelho: Aqui a “perseguição” é por causa dos escândalos
Se eu te contar o caso de pastores que conheço que usam as redes sociais para desferir golpes e descontroles emocionais, poderíamos escrever um livro. E quando o assunto é Feliciano, Malafaia e companhia, o descontrole dos seguidores é total.
E por causa de vós Jesus é blasfemado entre os gentios
Houve um certo tempo que a Igreja crescia em graça e testemunho diante da sociedade. Para nós, no Brasil, este tempo não existe mais. Pois por causa dos “representantes” é que o Nome de Jesus é blasfemado entre os gentios. Veja bem, não é por causa do Portas dos Fundos ou Pastor Arnaldo. É por sua causa, é por minha causa, é por causa da forma como vivemos o Evangelho. E neste caso especificamente falando sobre a sociedade brasileira, é por causa das baixarias (que chamam de defesa do evangelho) que estes homens preconizam. É o comportamento deles, é o que falam, é o que pregam, é o que vivem e é o que ensinam. São tais heresias e ganância que fazem com que o nome de Jesus seja descreditado cada dia mais.
Não se espante em perceber um dia, um Brasil secular ou ateu. Não se espante com o fato de sua igreja estar cada vez mais vazia ou fria (fria de amor). Pois se continuarmos enquanto Igreja desta forma, é isto que colheremos.
Enquanto os discípulos de Jesus estiverem distraídos com suas guerrinhas ideológicas e ocupados disseminando escândalos, o Evangelho de Jesus deixa de ser pregado e vivido.
Não confunda as coisas. Não estou dizendo, por exemplo, que sou a favor do Lobby que procura “orientar” crianças em formação sobre o terceiro gênero. Isto não é natural e em alguns casos, deveria ser tratado como atentado ao pudor contra vulnerável. Porém, nada justifica os escândalos, as heresias, a ganância, a falta de amor e o preconceito.
Nossas armas são espirituais.