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O cristão e a defesa da fé na sociedade: o problema do ‘isso não me interessa’

O cristão e a defesa da fé na sociedade: o problema do 'isso não me interessa'

Foto: reprodução/Google

Na última semana publiquei aqui mesmo no GospelMais o artigo Crer é Também Pensar, Assim Como Saber Agir, inspirado no livro do famoso teólogo John Stott. No texto de hoje daremos seguimento à mesma temática, mas com foco nos cristãos que dizem “isso não me interessa” quando o assunto é defesa da fé.

Em 1 Pedro 3:15 está escrito: “Antes, santifiquem Cristo como Senhor no coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês”.

Apesar da recomendação ser clara, muitos cristãos negligenciam a responsabilidade do “sempre estar preparado” para rebater os argumentos, críticas e ataques do mundo à fé cristã. Quem pensa assim, normalmente, são pessoas que espiritualizam tudo e desprezam o valor do conhecimento científico – são os “anti-intelectuais”.

Certa vez, por exemplo, uma pessoa desprezou o momento em que lhe apresentei um livro de apologética (disciplina que trata da defesa da fé), dizendo que acha “besteira essa coisa de filosofia”, repetindo o discurso do “isso não me interessa”.

Meus irmãos, o problema dessa narrativa é que ela, além de ser contrária a Bíblia, também prejudica diretamente a pregação do Evangelho e a Igreja como um todo, pois acaba sendo uma influência negativa sobre a geração mais jovem, especialmente os cristãos universitários que lidam diariamente com questões que necessitam de respostas.

É normal não termos interesse por determinados assuntos, mas jamais devemos fazer disso um discurso de menosprezo ao conhecimento, pois Deus utiliza diferentes áreas do saber para alcançar diferentes públicos. Sendo assim, o que talvez faça arder o seu coração pode ser diferente do que faz arder o coração de outra pessoa.

Eu, por exemplo, me interesso por política, cultura e comportamento, e utilizo os meus conhecimentos para defender o que acredito nesses setores. Você, talvez, goste de música ou artes, história ou, quem sabe, esportes. Não importa: diferentes áreas exigem de nós o mesmo tipo de capacitação.

É por isso que quando falamos sobre defesa da fé, tratamos de todas às áreas da vida, não só a acadêmica. Defendo a minha fé nos 12 livros que já escrevi, bem como nas inúmeras audiências públicas das quais participei, sempre atuando em favor da vida e dos valores judaico-cristãos. Mas, não conseguiria fazer isso se antes não me dedicasse aos estudos, entendem?

Concluo, portanto, dizendo que em se tratando de defesa da fé, todo cristão deve evitar dizer “isso não me interessa”, pois este discurso não favorece a sua aquisição de conhecimento “para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês”, como ensina a Palavra de Deus.

Em vez da postura anti-intelectual, busque valorizar os bons nomes do intelectualismo cristão, imitando-os. Estude a Bíblia de forma disciplinada e mantenha sempre uma rotina de leitura diversificada sobre temas diversos. Se você fizer isso, sem dúvida será um cristão preparado onde quer que esteja.

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