A foto ao lado não representa um evento único. Eu mesma, como muitos outros brasileiros, cidadãos do bem e pagantes dos devidos impostos, enfrentei tal situação. Na velhice de meu pai, meus irmãos e eu carregamos nos braços o homem, outrora tão forte, em busca de socorro no serviço público de saúde. A agonia da espera e do caos só foi contornada por um milagre de Deus que ao tocar na vida de meu pai, o concedeu mais um tempo de vida. Depois de anos, ele faleceu junto à família, bem cuidado e dormindo, como que por Deus chamado à casa do Pai. Mas o trauma da visão daquele hospital com centenas de pessoas no corredor não saiu da minha cabeça. Foram 21 dias de espera e de muito medo.
Há tempo para todo o propósito debaixo do céu, já dizia o sábio escritor. E talvez o nosso tempo hoje seja o tempo de lamentar. Lamentar pelo que não fizemos para evitar tal situação em nosso país. Lamentar pelos projetos que por debaixo dos nossos narizes, foram aprovados. Lamentar, porque a sensação que tenho é que o Brasil não pertence ao seu povo. Talvez nunca pertenceu.
Sem sombra de dúvida o país da copa é o país do caos. Satirizado e ironizado entre as nações da terra, o Brasil tornou-se motivo de piada. Seja nos episódios dos Simpsons ou nos tabloides ingleses, o Brasil da Copa levanta questões e deixa muitas dúvidas. Se eu estivesse no lugar desses “gringos” nunca teria confiança para viajar e me tornar presa fácil dos milhares de predadores espalhados pelas ruas da nação. Estes parecem que estão apenas esperando a chegada das presas.
Já sabíamos que as forças armadas iriam ocupar ruas e favelas, há pouco tempo do início dos jogos. O que mais acontecerá? Feriados, transportes seletivos? Seja como for, nem a mídia e nem os políticos nos informarão a verdade. Afinal, a Copa não é para o povo. Basta olhar as estatísticas que mostram que esta será a Copa mais cara da história, em alguns casos triplicando os valores gastos das duas últimas.
Não podemos dizer que ninguém está ganhando, pois afinal, licitações bilionárias foram concedidas, preços foram superfaturados para as contas públicas e mais orçamento injetado nas “obras”. Quem não sai perdendo é a FIFA, claro, que além de receber os “lucros” da festa, exige seus padrões.
Mas não adianta chorar por isso
Assistindo uma das “opiniões” críticas da Irmã Sheherazade a respeito da copa me dei conta de que não adianta nada criticar. Surpreendemente, foi apenas depois dos inícios das obras que tantos defensores da verdade começaram a se agitar. E de que adianta isso? Em quantos reais essas críticas vão mudar a realidade da nação? Quais foram as soluções práticas que ela e outros ofereceram?
É tarde demais
Esperança nos políticos? Esperança nas próximas eleições? Voto consciente, mas consciente em quem? Tenho prá mim que vamos continuar votando errado. Vamos continuar sendo enganados e nos deixando ser enganados. Não sabemos votar direito nem nas eleições que acontecem dentro das nossas próprias igrejas. Elegemos os mais hereges como representantes do evenjelho, quanto mais escolher o cargo mais importante da nação?
Declarar o ano da restituição ajuda?
Sim, orar é nossa única esperança, pois Deus é a nossa única esperança. Mas até mesmo no Evangelho somos chamados a uma visão realista e participativa na Missão. Se nós como igreja não mudarmos, não haverá esperança para a nação. Declarações e fórmulas mágicas não farão diferença. Aliás tem uns 5 anos que estamos no Ano da Restituição. Não vi nenhuma mudança por conta disso. Não em nossa nação…..