Passei alguns dias em Israel onde fui tentar encontrar meu irmão (ele ganhou uma passagem e bolsa de estudos para uma das instituições bíblicas da cidade de Jerusalém). Nem ele e nem eu esperávamos ver o que vimos. Pela primeira vez, senti o que é estar muito próximo da guerra. Em toda a nação, sirenes avisavam da chegada de centenas de mísseis lançados diariamente pelo grupo terrorista Hamas. Os mísseis vinham do sul mas tinham um alcance inacreditável até a capital e por sobre a cidade de Jerusalém. Depois soubemos da ofensiva por terra pelo exército de Israel, ofensiva esta que já deixou mais de 500 palestinos mortos e 20 israelenses.
Assim como eles, também fiquei nervosa e muito triste pela situação. O resto do mundo, no entanto, fala de massacre e terrorismo israelense, o que não é verdade. Trabalho há 10 anos com os povos árabes e sou uma estudiosa da religião islâmica. Enquanto o mundo ocidental pensa que Israel está matando crianças inocentes, é o próprio Hamas que as usam como escudo humano. Isto é uma prática de guerra abençoada por líderes islâmicos. As famílias dos pequenos “mártires”, além de receberem gratificação, recebem a benção e a promessa do paraíso. Isto é mais ou menos como funciona a teologia dos homens bomba. Alimentados pelo ódio, a vingança e o desejo de recompensa para aqueles que matarem os inimigos. Enquanto Israel preocupa-se em salvar vidas e evitar a morte de civis, Hamas preocupa-se em matar as vidas de seus inimigos e de quem quer se seja para alcançar sua vitória.
O exército de Israel antes de atacar procura avisar através do serviço de inteligência e panfletos jogados por sua força aérea, os lugares onde estão os alvos. Hamas por sua vez, procura esconder-se atrás de escolas, hospitais e casas de família. É muito complicado entender a mente islâmica. Mas meu coração aperta de tristeza quando vejo as fotos das crianças e das mortes de inocentes.
Hamas, no entanto, (assim como Hezbollah e outros partidos islâmicos) não quer a coexistência com Israel. Todos estes declaram em alto e bom árabe que sua vitória só virá com a aniquilação do Estado Judeu. Desde o Egito ao Iraque, da Jordânia a Síria, é o que se ouve nas pregações das mesquitas. Aqui também ouvimos isso, todas as sextas feiras. Com algumas exceções, ouvimos também que cristãos devem ser expulsos e toda aquele blah blah blah…
Já na Síria, onde o “massacre” é muito maior e dura muito mais tempo, não se ouve a voz de tantos advogados. Acho que o que os Sírios me dizem é verdade: Esqueceram de nós, Rahil… se morremos ou se vivemos, não se importam. Onde está América? Onde está o Brasil? Contudo, quando se trata de Israel e Palestina, ouvem-se milhares de vozes nos quatro cantos da terra, provando que a questão é mais política do que humanitária.
Não sou a favor da morte de ninguém, e nem da destruição de nenhuma nação. Porém, penso que devemos incentivar uma solução pacífica de coexistência.
Nosso tempo é de agir e de evitar a falsa propaganda, por ambos os lados. Muitos cristãos (assim como no passado Nazista) tem se levantado com um sentimento anti-semita, de rejeição por um povo que só quer se preservar (e isto não significa que concordo com suas políticas de preservação). É claro que nos dois lados podemos encontrar isso, mas nosso papel é de salvar vidas.
Há poucos dias Israel descobriu uma imensa rede de túneis na cidade de Gaza. São túneis que segundo o Hamas seriam usados para uma longa guerra contra os judeus. Munições, armas, bombas, terroristas… tudo está escondido ali. Estes são agora uns dos alvos da nação.
Cada um que morre é uma vida que se vai….
Hoje é o dia de salvação para muitos queridos!
Ore por mim, pois estes foram dias muito intensos e tensos. Esta semana vou a capital buscar informações de segurança e me registrar na embaixada em caso de alguma eventualidade.
Ore para que o Senhor me dê bons amigos que compartilhem do meu coração e possam trabalhar comigo. Isto é essencial.
Ore por recursos. Tenho batido muitas portas mas estou totalmente na dependência do Senhor.
Ore pela igreja para que os ânimos da guerra não nos afetem (e que não haja divisão entre os que defendem e os que acusam Israel).
Um abraço, da fronteira – enquanto o Senhor permitir.
Raquel Elana