A primeira vez que eu ouvi a palavra ressignificar sendo utilizada de forma ideológica, foi no curso de especialização em Logoterapia pela Universidade Católica de Salvador.
A versão do “faça o que te faz feliz” ganhou o ressignificado acadêmico. No meio da psicologia se tornou uma febre e, tem como objetivo mudar a linguagem para transformar o ser humano.
No principio, meio que cochilando com o significado, achei interessante o uso do termo e até pensei que seria um verbo muito usado nas obras do Viktor Frankl. Na realidade os professores eram os emissores que repetidamente inculcavam propositalmente no imaginário de cada aluno do curso.
Percebi que poucos na classe entenderam a engenharia dos docentes para popularizar a ideia de que tudo pode ser “ressignificado”.
Ressignificar a linguagem, o comportamento humano; nossa visão do que é real, axiomas para chegar a verdade, símbolos, ideias, opiniões, cultura, religião.
Inclusive ressignificar a logoterapia do Frankl que tem como sua tese de doutorado “A Presença Ignorada de Deus”. A tese que se tornou livro, revela a influência do monoteísmo judaico na obra, porém este fato absurdamente claro até para uma criança de oito anos, foi ressignificado […] ou melhor afirmando, “ignorado pelos docentes”.
“A Presença Ignorada de Deus” foi ressignificada para qualquer outra crença sendo do esoterismo à dança da chuva; do budismo ao cientificismo. O cinismo metódico exposto em sala era afastar o pensamento judaico-cristão da obra de Viktor Frankl.
A Academia de Letras do Brasil define a palavra ressignificar da seguinte forma: “Dar novo sentido, valor, forma ou função a (algo), geralmente com o intuito de superar padrões (comportamentais, psíquicos, estéticos, morais, ideológicos, etc.) estabelecidos pela tradição ou pela experiência de um indivíduo ou grupo social”.
Entenderam? Politicamente correto com raízes profundas no construtivismo de Vygotsky e Piaget, que influenciaram Paulo Freire.
O construtivismo defende a ideia de que o saber não é algo real que o professor ensina ao aluno, mas uma construção do aluno. Esta teoria é a mesma por trás da construção da ideologia de gênero. Ressignificar é dar novos significados a base científica que define o sexo do ser humano em macho e fêmea.
Como bem disse o filósofo e professor Daniel Lopes “Não se nasce homem e mulher, mas um processo de construção acontece para existir a própria identidade que deseja”.
A palavra teve sucesso nas ciências humanas, e se espalhou como um vírus pelo meio acadêmico chegando à rotina das massas. Você já ouve até nas igrejas, “pastores” ressignificando suas mensagens para evitar falar de pecado, arrependimento e inferno.
Os chamados pastores coaches ou psicanalistas dos púlpitos desejam templos abarrotados de pessoas por fama e uma gigantesca conta bancária, não importando com a boa teologia bíblica que transforma a alma humana na obra redentora de Jesus Cristo.
Significados que não mudam
Por outra ótica, temos a sociedade cada vez mais caótica, moralmente confusa, neurótica, histérica, depressiva e em estado de pânico quando pensa no amanhã. A intenção de ressignificar é um paliativo anárquico que temporariamente libera os desejos humanos para uma liberdade sem responsabilidade e, no final as consequências são desastrosas.
Não é aleatório o aumento dos índices de suicídios e casos de comportamentos psicóticos entre adolescentes e jovens que tentaram “ressignificar” suas vidas com “plena” liberdade, e, não assumiram responsabilidades quando a conta chegou.
Uma geração que não aprende sobre a busca da verdade; não reconhece absolutos universais; não preserva os costumes; não aceita os fatos científicos, caminha para o abismo da insanidade.
O escritor e filosofo Americano Roger Kimball afirma que “a mudança da linguagem através da ditadura do relativismo vai destruir a civilização”. Acredito que este processo de “ressignifcar” os sentidos das palavras avançou e sequestrou nossas crianças e adolescentes.
Tempos sombrios chegaram!