Colunas

Um chamado a um casamento diferente

Daqui a alguns dias terá início nos Estados Unidos uma conferência missionária idealizada pelo John Piper chamada “Cross On” e tem como intuito despertar em nossa geração um novo movimento missionário estudantil a fim de espalhar o Evangelho nas regiões do mundo que ainda permanecem não alcançadas pelo Evangelho. É com grande alegria e santa expectativa que tenho orado por esse conferência e para que Deus realmente levante um novo movimento missionário em nossos dias disposto a ultrapassar a nossa última fronteira, o Islã. Eu mesmo anseio poder fazer parte disso.

Hoje mesmo acabei de ler um artigo no blod da “Cross On” que me chamou muito a atenção e me lembrou de alguns textos que li esse ano. O artigo foi escrito por uma mulher e destaca a importância do ministério feminino nas missões, dando destaque especial à vida de Ann Judson. Ela ainda jovem decidiu deixar uma vida de prestígio na Europa para seguir junto com seu marido, Adoniran Judson rumo à Índia e ao atual Mianmar. Ann nunca mais voltou à sua terra natal, mas ao lado do marido deixou um legado na Ásia que perdura até hoje.

Nessa história, contudo, o que me chama mais atenção é carta que Adoniran Judson escreveu a seu sogro pedindo a mão de Ann em casamento e que reproduzo a seguir:

“Tenho de pedir agora se o senhor pode consentir que sua filha parta no próximo mês de maio, para nunca mais vê-la neste mundo, se está disposto a deixá-la viajar para longe, e se subjugar aos rigores e sofrimentos de uma vida missionária; se pode concordar que ela seja exposta aos perigos do mar, à influência fatal dos climas do sul da Índia, e a toda espécie de falta de material, pressão, degradação, insulto, perseguição e possivelmente uma morte violenta. Consentiria com tudo isto por causa dAquele que deixou Seu lar celestial e morreu por ela e pelo senhor, e pelas almas mortais que perecem? Faria tudo isto por causa da glória de Deus? Concorda com a ida da sua filha na esperança de logo encontrar-se com ela, no mundo da glória com a coroa de justiça abrilhantada com as aclamações de louvor que se levantarão para o Salvador dela e dos pagãos salvos das dores e miséria eternas, por intermédio dela?” (SHEDD, Russel P. Lei, Graça e Santificação, p.79)

Como essa carta me encoraja e me desafia. Como já escrevi aqui outras vezes, é enorme o número de missionárias que permanecem ainda hoje solteiras no campo porque nunca encontraram maridos que estivesse dispostas a lidera-las nas nações pela “causa de Sião”, como afirma Judson. É realmente necessário que Deus levante em nossos dias homens assim, com a coragem e a disposição de Adoniran Judson. Bem como, que Ele continue a manter e a suster mulheres como a Ann.

Eu fico atônito sempre que estudo a História das missões e vejo como no decorrer do tempo Deus levantou homens e mulheres para expandir o Seu Reino por toda a Terra. Entretanto, a missão ainda não acabou e temos o grande privilégio de poder continua-la. Estamos hoje diante do maior de todos os desafios missionários. Em toda a História foram pouquíssimos os movimentos missionários direcionados a alcançar o Islã, e é por isso que hoje o Norte da África e o Oriente Médio figuram como as regiões do mundo com menos cristãos.

Creio que é chegada a hora de respondermos a esse desafio e é por isso que fiz questão de citar o casal Ann e Adoniran Judson. Precisamos de mais casais assim. Há muitas mulheres como a Ann em nossos dias, mas faltam homens como o Adoniran. Que nossa geração não esteja indiferente a isso. Deus não precisa de nós para executar Sua obra. Ele a fará de qualquer forma. Mas como diz o Paul Washer, se não atendermos ao chamado do Senhor, perderemos a grande chance de vivermos vidas marcadas de alegria e satisfação em Deus em meio a sofrimentos por amor do Seu Reino.

É por isso que desafio os jovens como eu a buscarem um casamento diferente. O casamento segundo a Bíblia é o exemplo claro da união de Cristo com a Igreja e é por isso que é tão importante para demonstrar a glória de Deus em nossas sociedades caídas. Por esse mesmo motivo, acho tão importante que os casais cristãos repensem suas prioridades de vida e estejam dispostos a viver a beleza de Cristo através do casamento em lugares onde Ele sequer é conhecido.

Assim, deixo mais uma vez o meu apelo aos “machos bíblicos” solteiros. Que eles considerem não apenas construírem uma família, mas se a construírem, que ainda assim abracem as nações. Há muitas mulheres comprometidas com o Reino que precisam de vocês. Quanto aos jovens casados, nunca é tarde para se mudar os planos de vida.

Sair da versão mobile