O socialismo não quer somente mudanças sociais, erra gravemente quem pensa desta forma. Não quer exclusivamente mudanças na política. O socialismo tem métodos e objetivos para transformar o homem, seu alvo principal!
Cada ser humano é único, a vida humana é intransferível, irrepetível, único em seu espírito. Na composição natural não existe igualdade entre pessoas, a singularidade de cada é constatada todos os dias nas relações. As imperfeições, as manias, as qualidades de cada pessoa no mundo, são únicas!
Seria possível produzir uma igualdade entre elas? Não! Mas a ilusão fabricada já foi realizada na história e é possível reproduzir para empurrar o ser humano no coletivo manobrável. Como? Fragmentando sua alma! O socialismo é a quimera para materializar esta ”hipnose” coletiva – não é somente sistema político, podendo incorporar a política no seu arcabouço; não é somente um sistema social, mas pode pautar todas as questões relacionadas ao tema. O socialismo mesmo erguendo a bandeira do materialismo é na sua substância metafísico, e por isso pode sim transitar em desde ciências as religiões com a finalidade de fragmentar o espírito humano.
Transformar a personalidade do homem é o alvo do socialismo! A substância é soteriologia pura na sua essência, uma mimesis da salvação cristã, veja se o cristianismo prega a salvação do homem e a vida eterna, o socialismo defende a igualdade entre os homens e o o paraíso na terra, se a Igreja é o corpo de Cristo, o coletivo é o corpo representativo que pode ser do proletariado, da raça, dos LGBTS, dos defensores das drogas, do feminismo. Claro que sua materialização sempre será deformada porque é imperfeita, falha, é insuficiente e não deu certo em nenhum lugar.
Por isso não é possível transformar a mente (Metanoia cristã) para transcender o espírito em algo singular, então se converte em controle, adestramento, alienação, fragmentando do ser ‘irrepetível’’, morte do espírito humano!
E como acontece este processo? A escritora Hannah Arendt em seu livro ”As Origens do Totalitarismo” explica que a natureza das ideologias totalitárias se manifesta em três fases:
1- A extinção do sujeito de direito que há no homem;
2- A extinção de sua personalidade moral;
3- A extinção da peculiar unicidade da pessoa.
O alvo é o espírito humano! fragmentá-lo, subjugá-lo e destituí-lo da sua unicidade biopsíquica e espiritual provocando sua morte! Como funciona o processo? O conflito entre as dimensões do ser é criado afim da necessidade de formatar. Quando o processo se realiza, ele está apto para instalação do ‘novo’ programa que funciona relativizando as camadas da personalidade!
O espírito perde a noção do que é certo ou errado, verdade ou mentira, bom ou mau, belo ou feio. O homem então é jogado na coletividade como um robô, um militante pronto a se conformar (conformismo) com a cartilha da seita, condicionado totalmente para intolerância (totalitarismo) do duplipensar.
Afim de sobreviver para ter emprego e garantir seu pão, muitos se conformam e fecham seus olhos para as evidências que apontam: Corrupção, assassinatos, injustiças do governo. O pai da logoterapia Viktor Frankl afirma que ”o ser humano não pode jamais atribuir sua resistência a sobrevivência, não é o valor principal! Se o espírito pensa assim fatalmente vai sucumbir”. Auschwitzs provou isto, muitos que queriam sobreviver a qualquer custo, negociando caráter, valores e sua fé, não sobreviveram, os que sobreviveram – ou foram consumidos pela depressão ou perderam o sentido de continuar a jornada.
O socialismo aposta nisto, é possível destituir o humano do ”ser humano” através do sofrimento, conduzindo este a instinto de sobrevivência, e, como animais (biopsíquico) podem ser domesticados pelas necessidades. Por isso suas políticas são fábricas que produzem desigualdade social, miséria, morte. Não precisa de muitos exemplos, Venezuela, Cuba e no passado a Ucrânia que sofreu Holodomor.
É interessante destacar uma nota sobre o programa soviético de Stalin na área de abastecimento que consistia em controlar a produção de cereais dos países da União Soviética por meio da “requisição compulsória”, isto é, um dispositivo burocrático que obrigava os camponeses a fornecerem grande parte das suas colheitas para o Estado.
E quais foram as conseqüências destas políticas socialistas? Entre 1931 a 1933 a miséria e a fome tomaram conta de toda a Ucrânia empilhando cadáveres nas ruas e nos campos por todo país.
O historiador Thomas Woods enfatiza bem os fatos:
”Em 1933, Stalin estipulou uma nova meta de produção e coleta, a qual deveria ser executada por uma Ucrânia que estava a beira da mortandade em massa por causa da fome, que havia começado em março daquele ano. Vou poupar o leitor das descrições mais gráficas do que aconteceu a partir daqui. Mas os cadáveres estavam por todos os lados e o forte odor da morte pairava pesadamente sobre o ar. Casos de insanidade, e até mesmo de canibalismo, estão bem documentados.” ( Woods, Thomas. A fome na Ucrânia – um dos maiores crimes do Estado foi esquecido. Instituto Mises Brasil).
E os cristãos e conservadores, como podem resistir aos ataques de uma ideologia tão nefasta? Em primeiro lugar, entender que a sobrevivência não vale a qualquer custo, existe no ser humano uma inquietação que o faz resistir, a pensar no amanhã, nos projetos, na grande jornada que transcende a vida. Não podem renunciar ou vender valores pelo desejo de ”ter”, novamente Victor Frankl diz: ”Aqueles que sobreviveram nos campos de extermínios foram aqueles que estavam orientados para um futuro, para um sentido de que a jornada não terminaria ali”.
O veneno ideológico contaminou as ciências, a linguagem, igrejas, instituições públicas, e a mídia – Cristãos e conservadores precisam lutar em suas comunidades, em seus trabalhos, nas suas igrejas. Para Igreja em especial segue o alerta muito importante! Dois inimigos ativos estão minando as bases de forma simétrica, são eles: Púlpitos fracos e a teologia socialista da missão integral. É uma guerra que a igreja precisa travar e não é possível fazer prisioneiros!