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A importância do sexo no relacionamento cristão em contraste com o mundo

“Arrasta-me após ti; corramos! O rei introduziu-me nos seus aposentos. Exultaremos de alegria e de júbilo em ti. Tuas carícias nos inebriarão mais que o vinho. Quanta razão há de te amar!” -Cânticos 1:4.

Bem diferente do que muitos imaginam, o sexo nunca foi um tabu na Bíblia. A sociedade com o passar do tempo criou uma imagem muito distorcida sobre a maneira como esse tema é abordado nas Escrituras Sagradas, distanciando a nossa concepção de santidade de algo criado por Deus para ser benção e não uma maldição. Mas, felizmente uma análise honesta e atenta na Palavra de Deus nos permite concluir que a sexualidade não só é um dos assuntos mais presentes na Bíblia, como justamente por isso também é algo muito especial, devendo ser entendida com muita responsabilidade.

Um grande mito com relação ao sexo na Bíblia é a ideia de que ele foi criado apenas para a reprodução. Isso é mentira! O livro de Cânticos, por exemplo, deixa claro que os relacionamentos sexuais eram carregados de forte emoção, o que chamamos de paixão, amor e prazer físico.

“Como a macieira entre as árvores da floresta, assim é o meu amado entre os jovens; gosto de sentar-me à sua sombra, e seu fruto é doce à minha boca. Ele introduziu-me num celeiro, e o estandarte, que levanta sobre mim, é o amor” (Cânticos 2:3-4).

O mesmo nós podemos observar no livro de Provérbios, que em seus muitos alertas contra a sedução alheia, deixa evidente a paixão, o amor e o prazer do sexo: “Seja bendita a tua fonte! Regozija-te com a mulher de tua juventude, corça de amor, serva encantadora. Que sejas sempre embriagado com seus encantos e que seus amores te embriaguem sem cessar!” (Provérbios 5:18,19).

Mas a concepção de amor nem sempre vinha antes da união, por conta dos interesses econômicos das comunidades, entretanto ele já existia e estava presente em muitos casos. O exemplo de Isaque e Rebeca é um deles, além dos textos que citei acima como ilustração. É importante destacar que essa não foi uma realidade restrita ao povo de Deus, mas de todos os povos em sua época, o que também ressalta o caráter histórico da Bíblia.

Amor e sexo no cristianismo em contraste com o mundo

Foi justamente o cristianismo que aproximou ainda mais o conceito de amor à união entre o homem e a mulher. O que antes era fruto de contratos sociais em sua maioria, se voltou para o objetivo primordial de Deus, que é a união indivisível do homem e da mulher, ambos como uma só carne, descrita lá em Gêneses 2:23-24. “Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem. Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne”.

Aqui derrubamos outro grande mito com relação ao sexo e os relacionamentos entre o homem e a mulher descrito na Bíblia: o cristianismo não é e nunca foi machista. Muito pelo contrário, foi graças ao cristianismo que os homens puderam valorizar, amar e respeitar suas mulheres como nenhuma outra civilização da sua época fazia.

Não precisamos citar o pensamento de Aristóteles, por exemplo, para quem a mulher não passava de um “homem incompleto”, para ilustrar isso no contexto histórico em que o Novo Testamento foi escrito. Podemos avançar no tempo e chegar no século XIX, quando o filósofo ateu, Friedrich Nietzsche, após ser rejeitado por uma pretendente, escreveu uma carta recomendando que “se vais às mulheres, não vos esqueçais de vosso chicote!”.

Por outro lado, foi ainda no primeiro século depois de Cristo que o apóstolo Paulo que escreveu “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5:25).

Mas, no lugar de reconhecer o contraste do ensino bíblico em relação à cultura da época, o que alguns críticos fazem é distorcer o conceito de submissão ensinado por Paulo, por exemplo, simplesmente para tentar criar uma imagem pejorativa de uma doutrina fundamentada no amor. Isso porque Paulo não fala de subserviência, mas sim de submissão, no sentido de voluntariedade mediante um propósito, e não de escravidão. Não é por acaso que ele estabelece essa relação na condição de um homem que, “como ama a si mesmo”, e como “Cristo amou a Igreja”, está disposto a entregar a própria vida em favor da mulher. Ou seja, qual mulher não está disposta a se submeter a um homem que lhe enxerga e ama do mesmo modo como Cristo amou e deu a sua vida pela Igreja?

O valor especial do sexo

Portanto, o relacionamento sexual cristão contrasta com a cultura desde a civilização antiga, e não é diferente em nossos dias. Para nós, sexo não é só prazer carnal, mas o envolvimento emocional e espiritual de duas pessoas em um ato de profunda entrega, intimidade e amor. Assim, podemos definir quatro elementos fundamentais que distinguem os relacionamentos sexuais cristãos da forma como o mundo trata o assunto:

01 – Propósito

O relacionamento sexual no cristianismo obrigatoriamente deve possuir um propósito. Apesar do prazer não estar fora da relação e isso também ser uma finalidade, o objetivo primário do ato sexual é a constituição familiar, baseada na união do casal para o resto da vida, sendo o prazer uma consequência e não o fim em si mesmo. Na prática, sexo é casamento, que por sua vez pode originar filhos e assim a formação de uma nova família. Esse é o propósito original estabelecido por Deus;

02 – Satisfação carnal

Uma vez estabelecido o casamento, o sexo proporciona satisfação carnal. Carnal, porque o sexo também é biológico e não apenas emocional. Nós precisamos do sexo porque o corpo do homem e da mulher foram criados um para o outro, pré-determinados biologicamente para essa finalidade, o que justifica a nossa capacidade de atração e sensualidade;

03 – Segurança emocional

Quando a Bíblia diz que Deus odeia o divórcio não é por acaso. Poucas coisas são tão destrutivas para uma família do que o divórcio. Todos são afetados, do casal aos filhos. Quando há infidelidade, as consequências são devastadoras, emocionais e também físicas. Infelizmente o pecado dificulta que muitos compreendam e queiram aceitar essa realidade.

Nesse aspecto o relacionamento sexual cristão contrasta absurdamente com o mundo, pois nossa condição de fidelidade através do matrimônio nos permite ter confiança e respeito um com outro, algo bem diferente do meio anticristão, onde o sexo é explorado como um objeto de consumo e os relacionamentos são descartáveis;

04 – Laço espiritual

O quarto elemento para a condição do relacionamento sexual no cristianismo é a consciência do que ele significa no plano espiritual. Observe o que está escrito em I Coríntios 6:16: “Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei eu os membros de Cristo e os unirei a uma prostituta? De forma alguma! Ou não é de vosso conhecimento que quem se une a uma prostituta torna-se um corpo com ela? Porquanto está escrito: ‘Os dois serão uma só carne’. Entretanto, aquele que se une ao Senhor é um só espírito com Ele!”.

O texto correlaciona o ato sexual ao relacionamento com Deus. Por que será? Resumidamente, o relacionamento sexual é a partilha da própria alma com alguém. É a entrega e submissão ao desejo do outro. A associação espiritual feita no texto ilustra a profundidade que tem o relacionamento sexual.

Quando o homem e a mulher se tornam “uma só carne”, e eles se voltam para Deus, estão unidos no Senhor. Suas vidas estão debaixo da graça do Altíssimo e o relacionamento será abençoado. Mas, se um homem ou a mulher mantém relacionamentos promíscuos (o símbolo da prostituição usado no texto), como vão estar sob a autoridade de Deus, se isso contraria seus propósitos?

Finalmente, se você tem interesse de aprender mais sobre o assunto, busque informações em fontes confiáveis, livres de preconceitos. Entre em contato se precisar. A visão cristã sobre o tema não é produto de uma invenção, mas resultado de milhares de anos aprendendo com o Criador da vida, com os erros humanos e suas consequências.

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