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Crianças também sofrem de ansiedade e depressão; fique atento aos sinais

Saúde mental: crianças também sofrem de ansiedade e depressão; fique atento aos sinais

Foto: reprodução/Kat J/Unsplash

A saúde mental tem sido cada vez mais um alvo de preocupação por parte dos profissionais da área e do poder público. Isso não é por acaso, uma vez que o número de casos de ansiedade generalizada e depressão, por exemplo, disparou na população nos últimos anos, incluindo o segmento infantil, onde crianças e adolescentes também enfrentam esses problemas.

Não entrarei no mérito sobre a natureza da depressão, em si, pois ainda existem algumas controvérsias sobre o tema no meio acadêmico. No entanto, a realidade do sofrimento emocional diante de alguns contextos não pode ser negada, mesmo que diferentes autores atribuam a conceitos e nomes diferentes.

No público infantil, o que muitos identificam como depressão tem sido algo cada vez mais identificável e os pais precisam ficar atentos a isso, pois em vários acasos esse tipo de sofrimento está relacionado ao estilo de vida da criança/adolescente, o que também diz respeito aos seus vínculos familiares e outros.

Já sabemos, por exemplo, que o uso demasiado das redes sociais pode causar diferentes impactos sobre a saúde mental dos jovens, visto que eles mergulham numa espécie de mundo paralelo onde muita coisa é, literalmente, falsificada pela perspectiva do virtual. São crianças e adolescentes que passam a viver em função desse universo, portanto, ficando sujeitos a tudo o que vem dele.

Se tornou comum, também, ter como consequência dessa virtualização mental o distanciamento familiar, assim como a falta de habilidades sociais de caráter psicológico no mundo real. Em outras palavras, são crianças que parecem bem desenvolvidas e “desenroladas” no mundo virtual, mas que não sabem interagir com pessoas presencialmente.

Como resultado, a criança vive em constante expectativa de aprovação pelo mundo virtual, e como nesse meio tudo é imediato, altamente oscilante e “frio” em termos de contato humano, a consequência de não se sentir capaz de atender essas expectativas pode ser o desenvolvimento da ansiedade e a tristeza profunda, irritabilidade e baixa-estima.

A família deve ficar atenta a alguns sinais, como a falta de interesse em sair de casa, se relacionar e interagir com pessoas presencialmente; o silêncio mais frequente; choros incomuns e fáceis; falas autodepreciativas, bem como comportamentos autodestrutivos, como a provocação de ferimentos; o desejo desnecessário pelo uso de medicamentos e também a prática de atividades extravagantes que podem servir para atrair alguma atenção.

Caso os pais não saibam lidar com esse tipo de situação, devem buscar ajuda o quanto antes. Em paralelo, devem investir em atividades pessoais com os filhos, passando tempo juntos, aprofundando com eles a intimidade e o diálogo franco sobre o máximo de coisas possível. Devem também estimular outras atividades sociais, que podem ser a prática de esportes, por exemplo, aulas de música e etc.

No caso dos cristãos, em particular, é muito importante o engajamento com as atividades da igreja. Algumas denominações possuem trabalhos voltados para o público infantil, e isso deve ser explorado em benefício dos filhos, pois diz respeito não apenas à vida espiritual deles, mas também à própria saúde mental.

Por fim, nunca ignore a possibilidade de uma criança estar em sofrimento emocional. Isso é real e pode trazer consequências severas, até fatais. Em vez disso, busque ouvir, se aproximar e compreender da melhor forma possível cada palavra e comportamentos dos seus filhos, demonstrando amor e atenção especial.

Este é o primeiro passo para lidar com qualquer situação dessa natureza.

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