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Do PRECONCEITO ao Bullying Santo.

Ele sempre esteve lá assim como no resto do planeta, começando até como uma simples brincadeira sem a menor maldade… Ou não.

E é obvio que eu não vou aqui, destrinchar esta questão já que  felizmente ou não,  o mundo aprendeu a percebê-la através de muita dor, ainda que esta, seja a dor alheia.

O que é interessante notar , é que a igreja, – me desculpem torna-la alvo, mais uma vez, mas –  é ela quem detêm a responsabilidade de apregoar o amor puro de Deus;  não o mundo.  Então, se me permitem por gentileza continuar, não me venham mais uma vez, a colocarem-se como vítimas de mais esta questão ou de todo o cenário atual criado por ela mesma.

 

A igreja (esta que se coloca como vítima do mundo) hoje, gaba-se por não ser isso ou aquilo mas sobre tudo,  por não ser preconceituosa.

Mas ainda é, ora bolas…  “Ainda somos (quando muito admitem)…  O que podemos fazer??”

E é essa a questão:  Podemos fazer muito, mas no sistema que ainda só enxerga as maiorias e seus lucros, que vê o pobre e o oprimido apenas como alguém que  logo deve “equiparar-se” na cultura evangélica do “vamos tomar o mundo”, você pensa realmente que alguém vai lá, ligar pra quem sofre preconceito ou Bullying?

“Ora… Nos “poupem”!   Não nos venha com os “filhos do vizinho”!!  Estamos legitimamente preocupados em possuir a terra!!”

E a conversa termina, antes de começar.

Na verdade, a única conversa que nesse caso interessa, é a satisfação à sociedade de que somos, como “povo evangélico e único de Deus”, os bonzinhos de sempre, para que a sociedade não nos acuse.

Se fossemos preocupados com os atributos da verdadeira igreja deixados por Jesus, certamente esta já não seria mais uma questão nossa.

 

“Quanto exagero!!  Ademais, sofremos esse tal “bullying” por parte da sociedade o tempo todo!”

 

E assim, a conversa fenece antes de terminar.

 

E nisso, não há quem se dê ao trabalho de consultar as origens de seu bullying preconceituoso…  Pelo menos não dentro do sistema religioso… Há??   Bom… Veremos; veremos com o passar do tempo…

“Não existe Preconceito, Bullying… Isso é pra nos tirar o sono!  Somos todos iguais, Deus nos ama a todos…”

E seria maravilhoso se as palavras do nosso “crentês” ou ainda, em nosso “dialeto” de “igrejados” ou “desigrejados”, fizessem jus a nosso caráter…

 

E assim então, em definitivo, a tentativa de dialogo termina enquanto os problemas continuam.  “… Mas estamos… avançando!”   É o que costuma-se dizer nas igrejas.

 

Qual de nós não teve algum problema causado pela religiosidade dentro das igrejas? Quem dentro delas não foi vitima de algum tipo de preconceito revestido de Bullying ?

Quem não tentou fugir dele adequando-se à “voz  do Espirito” que passava apenas, pela garganta, vontade e cultura dos líderes e pastores?

Se não se adequou, lamento…  Consciente ou não, você também deve ter sido vítima do terrível  preconceito ou até mesmo do tal “Bullying Santo” vigente até hoje… Sutil, porém vivo.

 

Dentro da igreja, o  lugar que deveria ser hospital e não casa de recuperação com trabalhos forçados, já sobrevivemos a isso.  Entretanto, não sei se o mundo machucado e, escandalizado e descrente com a igreja,  sobreviveria hoje à esta prática.

Naquele lugar em que criamos o hábito de nos “abrirmos” ao outro na esperança de que vivêssemos como a sociedade deveria já estar vivendo,  o verdadeiro evangelho que impediria a tais práticas na maior parte das igrejas, não foi devidamente pregado.

No lugar onde houvesse um amor capaz de deixar espaço para as diferenças que somente Deus poderia mudá-las no outro, e que para nós, não fossem tão importantes como até hoje tem sido, o evangelho de Jesus em sua forma mais simples, já estaria sendo pregado e propagado.

Um lugar em que, diante de diferenças, pessoas se acolhessem sem ressalvas e com um coração verdadeiramente puro e que ainda se purificasse nesse mesmo circulo de comunhão regeneradora.

Eu me lembro de ter aprendido ser assim, a síntese das boas novas de Jesus…

 

A gente fala muito, mas está arraigado até o pescoço de um “câncer” chamado PRECONCEITO que jorra em fúria, onde houver espaço; que escorre em repulsa disfarçada,  de “evangelismos” e até na pregação bem humorada de pastores e lideres quando se referem a outros grupos que não, os homens e mulheres ideais em suas visões.

Não é difícil, na nova onda evangélica de “resguardar” do pecado, a igreja,  comportamentos como pregações com frases em tons jocosos acerca de pecados alheios como a homossexualidade e outros, bem como até a obesidade de outros líderes e de pessoas que, ao contrario de muitos, trabalham muito e renegariam talvez, uma vida de cuidados com a aparência, justamente por estarem muito comprometidos com a visceralidade da obra que lhes foi confiada.  Mas não há muito espaço para o “ser você mesmo” diante de Deus e da igreja, em meio aos padrões atuais da igreja que… “Avança”, não é?

Talvez você não pense assim e ainda me corrija, bem ao modo dos discípulos das convenções de consumo do cristão contemporâneo e  das “oligarquias evangélicas” que visam apenas um interesse financeiro.

 

É fácil falar se você se encontra em uma situação em que talvez não enxergue o seu bullyng “cristão” com o resto do mundo, pelo bem do seu reino, pelo bem de sua “visão de vida cristã” e de sua crença “sem graça” acerca da GRAÇA de Deus.

Talvez ,você ainda se defenda desta acusação por receber a tatuados na sua igreja mas ainda não conseguiu lidar muito bem com o fato de por exemplo, uma lésbica com hábitos masculinos, por razões diversas, que sequer perpassam pela questão sexual, conviver com você em seu “clã” evangélico.

Talvez você aceite os gays mas façam uma diferença considerável em aceitar e conviver dignamente com eles não enxergando a seus “trejeitos”, tal como Deus os “releva” em você, em toda a sua vida cristã que você pensa ser tão justa e correta…

Quando alguma destas questões vem à tona, costumam vir com elas, por mais que você não queira, o preconceito, a resistência e por fim… O bullying “Santo”.

Cruel como um bullying de uma criança que não sabe o que faz quando o pratica,  ele pode ser desastroso, nojento e sem desculpas para quem o ouve…  Afinal, não estamos mais falando de crianças.

 

Quando Jesus nos chamou a ser como crianças, com toda certeza era de outras crianças que falava.

 

Sendo  “criança” ou não,  fica pra você pensar na cama…

 

Bons Sonhos.

 

 

Rogério Ribeiro.

 

 

 

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