O bom humor para muitos é um “dom de Deus”. Outros se atrevem a dizer que mais do que um “dom”, o bom humor seja “um dos atributos” de Deus. A Bíblia, como um livro que retrata histórias profundamente humanas, relata casos de guerras, de crimes, de sexo e também de humor. A ciência, entretanto, considera que o humor seja fator considerável na qualidade de vida e saúde de uma pessoa.
Entre tantos versículos, encontramos na Bíblia: “As palavras suaves são favos de mel, doces para a alma, e saúde para os ossos (Prov.16:24); O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se abate (Prov. 15:13). Assim, parece que Ciência e Bíblia se encontram quando o assunto é “sorriso” e “alegria”.
Numa matéria da Revista Super Interessante, o clínico geral Antônio Carlos Lopes, da Universidade Federal de São Paulo tem muito a considerar sobre o bom humor e a saúde:
O bom humor é, antes de tudo, a expressão de que o corpo está bem. Ele depende de fatores físicos e culturais e varia de acordo com a personalidade e a formação de cada um. ‘Um indivíduo bem-humorado sofre menos porque produz mais endorfina, um hormônio que relaxa’, diz o clínico geral Antônio Carlos Lopes, da Universidade Federal de São Paulo… A endorfina também controla a pressão sangüínea, melhora o sono e o desempenho sexual. O indivíduo mal-humorado fica angustiado, o que provoca a liberação no corpo de hormônios como a adrenalina. Isso causa palpitação, arritmia cardíaca, mãos frias, dor de cabeça, dificuldades na digestão e irritabilidade”… Evidentemente, nem sempre dá para achar graça em tudo. Há situações em que a tristeza é inevitável – e é bom que seja assim. “Você precisa de tristeza e de alegria para ter um convívio social adequado”, diz o psiquiatra Teng Chei Tung, do Hospital das Clínicas de São Paulo. “A alegria favorece a integração e a tristeza propicia a introspecção e o amadurecimento.” (Revista Super Interessante:http://super.abril.com.br/saude/bom-humor-faz-bem-saude-441550.shtml).
No meu livro recém lançado: “O Guia do Missionário”, (Editora Multifoco,2013) separei um capítulo que trata sobre o processo de adaptação cultural que o missionário enfrentará no campo de trabalho. O humor desempenhará um papel de extrema importância numa adaptação saudável. Características como enxergar o lado bom das dificuldades e saber rir de si mesmo são indispensáveis ao progresso do aprendizado de língua, na inserção cultural e na estabilidade emocional do obreiro. Missionários que não apresentam tais traços, são os que geralmente sofrem mais e acabando desistindo. No entanto, não são somente missionários que podem usufruir dos benefícios do humor. Isto serve para todo ser humano.
Aprendendo a rir da vida
Terapias do riso hoje são aconselhadas para tratamento da depressão. Mas quantas pessoas poderiam evitar um tratamento medicamentoso contra doenças da alma se apenas pudessem mudar a forma de enxergar seu mundo? Servos de Deus tem em Jesus Cristo sua esperança renovada a cada manhã. Porém, é verdade que muitos se encontram perdidos e deprimidos sem razão aparente. Longe de mim, analisar a razão por qual a depressão tem se tornado o mal do século até mesmo na igreja. Atrevo-me apenas a afirmar que talvez precisamos sorrir um pouco mais, para a vida e para o outro.
Mas e quando o humor é baseado numa piada que ofende a Deus?
De que Deus estamos falando? Porque o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó não pode ser ofendido. O Deus que enviou seu Filho ao mundo não possui a ofensa como parte de seu caráter. Se Deus então é Deus, como é possível ofendê-lo? Se Deus não é como o homem e não possui um coração ofensivo, podemos ofendê-lo?
Não, não é possível que Deus se ofenda com vídeos e piadas que muitas vezes retratam contextos culturais, críticas e interpretações da visão que o homem tem com Deus. As piadas de fundo religioso, como as que vemos nos vídeos do canal Porta dos Fundos ofendem, mas ofendem aos religiosos. Estes, muitas vezes, se colocam no lugar de Deus e de forma alguma expressam seu caráter.
A blasfêmia contra o Espírito Santo
Qualquer, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo” – Marcos 3:29
Será que rir das sátiras e caricaturas que se fazem de “igrejas, pastores, líderes e do próprio Jesus” pode ser considerado blasfêmia? De forma nenhuma. Estas não expressam o caráter da Igreja verdadeira mas sim da igreja que existe hoje no mundo. Como esta crítica ofende aos líderes das mesmas, condená-los como caso de blasfêmia (ou de PERSEGUIÇÃO AOS EVANGÉLICOS) é só mais um ato de manipulação.
Jesus veio e pagou pelos pecados de todos os homens. Nenhum pecado, portanto, pode ser considerado imperdoável, exceto um: aquele no qual o pecador não se arrepende e não pede perdão. Afinal, sem arrependimento não há manifestação da graça de Deus.
Quanto ao Porta dos Fundos…
Na minha opinião, o Porta dos Fundos é formado por excelentes atores, talentosos, roteiros inteligentes que se não consegue lhe fazer rir, deveria provocar um profundo senso de auto crítica na forma como vivemos a “igreja”…