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Por que vamos à igreja?

“Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia.” – Hebreus 10.25

O testemunho que vou relatar a seguir aconteceu no Butão, um reino localizado no alto da Cordilheira do Himalaia e encontra-se em 17º lugar na Classificação de Países por Perseguição aos cristãos. Este pequeno país é conhecido como a Suíça da Ásia por toda a beleza de suas montanhas. Estima-se que, dos mais de 700.000 habitantes, existam apenas entre 7.000 e 10.000 cristãos, no Butão.

Há alguns meses, um colaborador da Portas Abertas visitou o Butão. Foi recebido por um de nossos contatos. Enquanto dirigiam pelas montanhas, perto das 21h, viram duas meninas caminhando, descendo a montanha. Nosso contato as reconheceu e contou que eram duas jovens cristãs. Logo pararam para conversar com elas e descobriram que as duas estavam indo para uma vigília de jovens, numa igreja que ficava três quilômetros descendo a montanha, só que já haviam caminhado por cerca de dois quilômetros!

O que fez estas duas jovens caminharem por cinco quilômetros pelas montanhas, no escuro e frio, em um país onde sofrem grande discriminação por serem cristãs e, onde ir à igreja é tão perigoso? Se Jesus disse que onde dois ou três se reunissem no nome Dele, ali Ele estaria, porque elas não se reuniram em casa, em segurança e conforto, sem precisar caminhar tanto? Porque estas duas jovens estão se esforçando tanto para participarem de uma vigília?

A resposta está em Hebreus 10.25: “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia”. Para elas, e também a milhões de cristãos perseguidos, ir a igreja e estar em comunhão com outros irmãos os encoraja e fortalece para enfrentarem o dia a dia. Nestas igrejas, muitas delas domésticas e secretas, encontram irmãos que passam pelo mesmo, podem chorar junto e orar uns pelos outros. Desta maneira, a Igreja pode então resistir nestes lugares, pois seus membros estão fortalecidos.

Por outro lado, em nosso contexto, vemos crescer o número de pessoas que discordam sobre a importância de frequentar uma igreja; todavia, ela exerce um papel fundamental em nosso crescimento espiritual. É lá que nos fortalecemos e nos preparamos para pregarmos por onde formos. É lá que o Corpo, espalhado pelas casas, pode se reunir e juntos celebrar a Ceia, em memória do Senhor. É lá que testemunhamos aos nossos irmãos as maravilhas que Deus fez e assim fortalecemos aqueles que ainda estão esperando. É lá que, cada um exercendo sua tarefa contribui para alcançarmos a unidade da fé e do conhecimento de Cristo. Ser cristão é viver em comunidade, como um corpo, cada um com sua tarefa e função, servindo a Deus e a nosso irmão, com o propósito de crescimento e fortalecimento espiritual, nos preparando para a volta de Cristo. Podemos então fazer isso isolados em nossas casas? Podemos experimentar a unidade do corpo de Cristo fora de onde o corpo se reúne?

Em Efésios 4.1-16, Paulo fala sobre o corpo que se edifica com a diversidade dos dons e ministérios repartidos por Cristo. Paulo explica que “o propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função” (Efésios 4.14-16). É na igreja que o corpo se encontra e podemos ministrar uns aos outros, segundo a direção da cabeça, que é Cristo, conforme a função que nos é confiada.

Precisamos também nos lembrar de que nunca encontraremos uma igreja perfeita, porque todos nós somos imperfeitos. Sua igreja não tem sido um lugar de comunhão e crescimento? Ore, busque a direção de Deus sobre o que fazer, mas “não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns”. Cristãos perseguidos arriscam tudo para participarem de um culto, vamos valorizar nossa liberdade! Sei que não é uma questão simples de tratar, já que temos visto a multiplicação de pastores e igrejas que pouco se preocupam com a pregação da Palavra, mas sim com a arrecadação ou com o crescimento numérico e, por isso, surgiu uma multidão cada vez maior de cristãos machucados e decepcionados, mas convido você a comentar e colocar sua opinião sobre o assunto.

Deus abençoe!

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